Tem gente vendendo gato por lebre !
Em recente episódio com um grande cliente público estadual
gaúcho, me levou a pensar e questionar os preços praticados atualmente. Seria
uma vantagem para o consumidor ?
Numa recente licitação, uma dessas pequenas empresas do
seguimento, acabou ganhando com um valor em torno de 30% inferior ao segundo
colocado. O que se pergunta é como conseguiram isso sem comprometer seu
equilíbrio econômico-financeiro.
Uma das respostas veio quando este cliente Público, nos
entregou as mais de 300 baterias proveniente de uma licitação para que realizássemos
manutenção em série de equipamentos. Observando os elementos já vimos que não
tinha qualquer nome nos vasos mais sim, uma identificação do importador
nacional. Mesmo assim foram trocados 12 elementos de um pequeno No-break de 2
kVA. No teste simulado de falha da rede
em vazio,observamos que o bargraff indicativo do nível de tensão/carga de
baterias caiu para o ponto de alarme crítico.
Imediatamente fomos testar as demais das tais baterias, utilizando um
resistor apropriado como carga. Mais da metade das baterias apresentavam tensão
abaixo de 11 Vdc e algumas até abaixo de 10 Vdc. Entramos em contato com o responsável pela
nossa contratação e solicitamos que mandassem um lote para o nosso laboratório
para fazer um teste de amostragem.
Pois bem , encontramos coisas piores, tinham elementos que
apresentavam tensão abaixo de 8 Vdc. O
lote todo foi devolvido, para que o fornecedor atendesse os preceitos do
edital.
Então fui pesquisar o que esta ocorrendo neste mercado bem
como, como algumas empresas estão se protegendo contra estes produtos de
segunda linha. O Banco estatal gaúcho só compra baterias homologadas, eles
fizeram uma parceria com o CIENTEC para realizar os ensaios e testes. Outras
empresas se protegem exigindo que a bateria tenha certificação mínima do fabricante
de seu No-break.
Então como estas baterias estão chegando ao mercado com
custo tão baixo. Analisando por exemplo, o preço de uma bateria de 12V/7ª, seu
valor é praticamente o mesmo de dois anos atrás, mesmo com os aumentos de
matéria prima e frete que são uma espécie de freio para que o produto não baixe
ainda mais ainda.
Então, onde estaria o milagre dos preços baixos ?
Sabemos que a valorização de nossa moeda (Real) perante
outras, tem propiciado uma facilidade na importação de similares a produtos nacionais
com qualidade e tecnologia superior e preços competitivos. Até aqui nada
demais, é a lei de mercado, se estabelece o mais competitivo e competente.
As empresas tradicionais do mercado brasileiro, estão aí a
mais de 15 anos em média, trabalhando muito próximas do limite
econômico-financeiro. Afinal neste período, investiram em infra
estrutura,pessoal,logística,estoques,engenharia,controle de
qualidade,certificações e homologações, rastreabilidade linkada a fábrica de
origem e, ora bolas, pagam seus impostos em dia.
Por outro lado, os novos empreendedores do mercado,
principalmente os ligados a área de energia,segurança, iluminação por exemplo,
estão trazendo baterias junto com seus produtos como uma forma agregada,
baterias do mercado asiático. Isto com certeza influenciarão o preço do seu
produto final distribuído aqui. O risco para o consumidor é praticamente zero,
pois o item bateria faz parte da garantia, de um todo.
Mais também tem aqueles que estão trazendo baterias como
mais um nicho de mercado e aí mora o perigo. Para o pequeno consumidor diria
que o risco é baixo levando em conta o uso de até duas baterias, mais para o
consumidor de quantidade a coisa é diferente.
Então vamos analisar
os riscos ;
A) Quais os
requisitos para se ter uma bateria de qualidade;
1- Fornecedor conhecido
2- Estoques em quantidade para suprir o mercado
3- Capacidade financeira para suportar garantias
4- Certificações e rastreabilidade do produto
5- Suporte técnico
B) Que fatores podem
influenciarem o fluxo normal Fabrica/Distribuidor;
1- Greves, tanto fabris como aduaneiras.
2- Acidentes no percurso fabrica/ Distribuidor
3- Desvalorizações monetárias e crises políticas
C) Que fatores podem
interferirem na qualidade intrínseca do produto;
1 – Baterias com mais de 6 meses em estoque e sem recarga –
Vide B 1 e 2.
2- Lotes diferentes, ocasionado desequalisação no conjunto
3- Testes e recarga feitos nos elementos a serem entregues
ao mercado.
4 – Etiquetas com código de barras que em síntese é a
rastreabilidade do produto – Ver A4
Muito destas baterias que estão aparecendo no mercado, desta
última forma de empreendimento, apresentam uma etiqueta de super mercado com a
data de saída do distribuidor. Ora isso, não afiança qualidade no produto e
nem rastreabilidade num possível problema envolvendo baterias . Muitas vezes um
esperto consumidor vai reclamar uma garantia cujo problema foi do seu
equipamento e não da bateria, mais este distribuidor não tem como se contrapor
pois não sabe o estado da baterias quando do fornecimento.
Portanto, para finalizar, devemos ter o cuidado com baterias
sem rastreabilidade, isto pode ser um indicativo de procedência duvidosa, a
qual, pode colocar em risco sua infra-estrutura de cargas crítica. Por outro
lado , existe a possibilidade da etiqueta ser uma farsa, uma maquiagem , um
fake. E como fica o consumidor neste imbróglio todo.
Eu dou algumas dicas importantes :
A primeira utilize produtos homologados pelo fabricante de
seu equipamento, a segunda compre em loja de reconhecida qualidade em seus
produtos comercializados e que dê garantias , a terceira é consultar um técnico
ou engenheiro de confiança sobre o assunto , quarta é consultar a assistência
técnica de seu equipamento sobre a tal bateria que pretende utilizar.
LEMBRE-SE O PREÇO
NEM SEMPRE É TUDO !
J.A.
Nenhum comentário:
Postar um comentário