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FALANDO DE G.M.G – Afinal qualquer GMG serve para alimentar um CPD ou Cargas não Lineares ?
FALANDO DE G.M.G – Afinal qualquer GMG serve para alimentar um CPD ou Cargas não Lineares ?
Estou escrevendo mais tópico relacionado a minha área
de atuação. Ocorreu-me escrever este tema depois que um determinado cliente,
desistiu de um projeto proposto e dizer que iria comprar um pequeno GMG de 5
Kva para alimentar a área de informática. Tempos depois, acabei sabendo que ele
tinha problemas de recursos para o projeto e resolvera fazer algo bem mais
barato.
Não tenho a pretensão de falar de projetos ou aspectos
construtivos destes equipamentos, um assunto de outra área, mas sim dos
aspectos funcionais perante as cargas sensíveis.
Então vamos a questão, qualquer GMG (Grupo Motor
Gerador) serve para alimentar um CPD, Acionamentos industriais, Retificadores para
Telecomunicações e cargas não lineares em geral?
A resposta é não.
Não é qualquer GMG que serve para alimentar cargas
não lineares, explicados ao longo do texto, “os porquês.”
De forma simples
podemos dizer que, cargas não lineares são cargas pulsadas na onda de corrente,
distorção na forma de onda da tensão e, por conseqüência, oscilações na tensão
e na freqüência dos GMG´s não adaptados para esta aplicação.
A) Os pequenos GMG vendidos até na internet:
Então estes pequenos GMG a gasolina vendidos como
sistemas de emergência de baixo custo são uma farsa?
Obviamente que não estamos dizendo isso, o que
estamos dizendo é que este e os grandes GMG de uso Industrial nem sempre servem
para aplicações com cargas não lineares.
Os pequenos gerados servem para alimentar cargas de
forma geral, residencial, iluminação cargas bem mais lineares que não ocasionem
oscilações no sistema.
Mas isso não é tudo, a forma de onda que um pequeno
GMG desses, apresenta uma onda que não é bem senoidal e isso, pode ocasionar
aquecimentos dos dispositivos de filtros na entrada das fontes. As oscilações
podem ocasionar sobre tensões e sub-tensões indesejadas podendo gerar problemas
nos equipamentos mais sensíveis.
Eu não recomendaria um uso destes equipamentos para
um CPD.
B) Falando dos grandes GMG de uso industrial;
É um sistema que na maioria das industriais, prédios
em geral, grandes eventos alugam e utilizam construção civil e muitos outros.
Os produtos de
última geração tem ate dispositivos de paralelismo com a rede. Conseguem outros
de maior porte, até dividem reativos ou mesmo a carga com a rede, um avanço
tecnológico sem dúvida. Na maioria das vezes perfeito, é o que mais se encontra
em locações para usos emergências ou por curto período em obras, por exemplo.
Então porque eu disse que eles também podem não se
aplicarem para cargas não lineares?
Se você tem um grande investimento, de grandes
No-breaks para CPD, um site de telecomunicações, uma linha de acionamentos
indústrias com muitos conversores, então um sistema de uso industrial pode não
ser suficiente.
Vocês não imaginam a deformidade, os buracos, que
aparecem nas fases, principalmente nas senóides dos harmônicos de terceira e quinta
grandeza. Mas isso é o de menos, o pior e ver o motor oscilando, variando a freqüência
muito além do aceitável.
Então para este tipo de aplicação de cargas não
lineares existem os sistemas padrão Telecom.
C) Os GMG´s padrão Telecom.
Diferenças entre o padrão industrial e o padrão Telecom.
A primeira diferença esta no Gerador em si. Este tem um projeto
especial na confecção para este tipo de uso. Sua excitatrix é regulada por
controlador de alta velocidade (AVR), mantendo sempre a tensão de saída, com ou
sem carga, dentro de valores muito mais estreitos e estáveis.
Um segundo ponto, é o controlador de velocidade
eletrônico que controla a injeção de combustíveis no motor. Ele é muito rápido
para responder a variações da carga mantendo a freqüência muito mais estável.
Desta forma se torna propício para uso em cargas não lineares ou pulsadas que
normalmente causam oscilações no sistema.
Outra coisa importante para sistemas que não podem
parar é levar sempre em consideração as situações de manutenção dos no-breaks,
mantendo o sistema operando sem paralisar as operações normais da informática ou
da infra-estrutura.
Os No-breaks
têm um sistema de sincronismo com a rede. Estes funcionam de duas formas; pela
freqüência e pela diferença de tensão. Um sistema que oscile vai causar um
bloqueio de transferência de carga entre esta duas fontes ou até, se ocorrer,
podendo derrubar a carga por rejeição. O uso do tipo padrão Telecom vai
garantir que o sistema seja estável e se afaste esta possibilidade citada
acima.
Vejam este texto pinçado da Ebah geradores, publicado
na internet;
“Gerador GPA com Excitatriz Auxiliar PMG. ESCOVAS PARA
APLICAÇÕES ESPECIAIS
TELECOMUNICAÇÕES
- Os geradores para Telecomunicações devem ser especificados conforme a norma
ABNT NBR 14664. As aplicações mais comuns são grupos diesel de emergência para
centrais telefônicas, estações base de telefonia celular, repetidoras, radares,
sistema de rádio, aeroportos, etc.
Vantagens:
- Não utiliza escovas e porta-escovas conseguindo-se com isso, manutenção
reduzida;
-
Não introduz rádio-interferências ocasionado pelo mau contato de escovas;
-
Deformações na forma de onda gerada, provocada pelas cargas, não interferem na
regulação, pois o regulador é alimentado por bobina auxiliar, independente da
tensão de saída do gerador.
Principais
características técnicas especificadas pela ABNT NBR 14664 (Grupos geradores –
Requisitos gerais para telecomunicações): - Reatância sub-transitória de eixo
direto (Xd") menor ou igual a 12%;
-
Distorção harmônica total fase-neutro em vazio menor ou igual a 3%;
-
Precisão da regulação de tensão + 2% para qualquer valor estável de carga não
deformante com fator de potência entre 0,8 e 1,0;
-
Transitório de tensão para degrau de 100% da carga: +10% da tensão nominal;
-
Variações de + 1% na rotação do motor diesel, não devem prejudicar a regulação
da tensão;
-
Faixa de ajuste da tensão nominal através de potenciômetro: +/- 15%; - Deve
possuir resistor de desumidificação.
Outros
dados indicados na norma como o tipo da USCA , aquecimento para partida a frio
etc..
Dados
: Ebah- Weg “
Então quer dizer que o uso de GMG padrão Telecom é a
solução para qualquer aplicação de GMG?
Em tese sim. Mas têm projetos que se deve olhar com
atenção quais os tipos de cargas de todo conjunto e definir também o tipo de
motorização.
Tipo de equipamento muito mais caro, sempre vale avaliação criteriosa do projetista. Entre elas o tipo de motorização do conjunto . É importante quando se tem cargas muito reativas com picos de corrente que atinjam as proximidades da capacidade máxima do sistema. E isso, se se define com motores turbo-comprimidos ou bi- turbos comprimidos.
Tipo de equipamento muito mais caro, sempre vale avaliação criteriosa do projetista. Entre elas o tipo de motorização do conjunto . É importante quando se tem cargas muito reativas com picos de corrente que atinjam as proximidades da capacidade máxima do sistema. E isso, se se define com motores turbo-comprimidos ou bi- turbos comprimidos.
Os motores bi-turbos a carga tem que ir subindo aos
poucos ate atingir o valor pleno. Se for dado degrau de carga muito elevado, os
turbos ainda não estarão operando a pleno e poderá desligar o sistema por falha
de freqüência ou sobrecarga.
Isto eu aprendi com um Eng. da Caterpillar que veio há
muito tempo atrás ver um problema num grande Banco que tinha trocado um GMG de
1,5 MVA por outro de 3 MVA. O primeiro tinha um motor de 16 cilindros e um
turbo, funcionava quase sempre a beira da sobrecarga. O segundo foi um
investimento do cliente na época, dobrando a capacidade do GMG. O novo tinha um
motor de 12 cilindros Bi-turbo, no entanto não aquentava a carga mesmo tendo o
dobro da capacidade do anterior. Ninguém aqui no Brasil descobria por quê? Foi
aí que a Matriz da Caterpillar mandou vir um Engenheiro que estava de serviço
pela América do Sul, ele de cara descobriu a causa. Como se diz na gíria, matou
a cobra e mostrou o pau. Ele deu as explicações ditas acima que exigiu temporização
para entrada das cargas mais pesadas. Na época eu tive que modificar a
eletrônica dos retificadores dos 3 No-break´s de 300 Kva para que, cada um
entrasse de 10 em 10 segundos. O pessoal do ar condicionado fez o mesmo, de
forma que cada unidade entrasse seqüenciada. Com isso foi resolvido um problema
que se arrastava a mais de 6 meses.
Numa outra ocasião quando ainda trabalhava com Fontes
de Telecomunicações. Realizávamos o teste de aceitação de campo e simulava-mos
falta de energia, utilizando carga de teste. Quando o GMG entrava e os Retificadores
forneciam grande corrente para as
baterias também, este oscilava de uma forma muito acentuada que se percebia fortemente
nas lâmpadas de iluminação.
O pessoal da fornecedora trocou placas do regulador
de velocidade e do AVR e nada de resolver o problema. Um colega me disse em
bate papo, num dos retornos programados a sede em S. Paulo ;
- J.A. deve ser porque a bomba injetora foi ajustada
para caminhão, isto é, para consumo mínimo de combustível. Pede para o mecânico
da empresa abrir mais o lacre ou pedir para o laboratório deles deixar a
injetora consumindo mais...
Então amigos, nem sempre o que parece certo às vezes
funciona. A experiência dos profissionais envolvidos tanto no projeto como no startup
pesa muito e pode dirimir dissabores perante o cliente final.
J.A
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