DEFEITOS PROVOCADOS O TERROR DOS TÉCNICOS - 3
Muitas intervenções técnicas têm por causa, defeitos provocados de forma involuntária ou até mesmo de forma premeditada. Para as duas situações, muitas vezes é de difícil diagnóstico e os reparos podem se estenderem por longo tempo, gerando desgastes, desconfianças,custos de toda ordem e muitas vezes perda de confiança junto ao cliente final.
O Terceiro caso, também é um defeito provocado de forma não intencional.CASO 3
DEFEITOS PROVOCADOS PELOS CLIENTES QUE NEM SABE – CPD BAMERINDUS TESOURARIA SP
Este , ocorreu quando o plantão ABB me acionou num tranqüilo fim de semana , para atender esta emergência.
Chegando ao cliente, que ficava na Barra Funda -SP, me deparei com o equipamento no by-pass e sinais de ter ocorrido um forte arco voltaico entre fusíveis/barramentos do Chopper e porta, placa de pulsos queimada, os fusíveis abertos mais sem curto nos componentes de potência interno da gaveta. Acionei o plantão para que nos encontrássemos na ABB Service.
Nota: Ele tinha autorização para entrar a qualquer hora na empresa e até emitir NF caso fosse preciso.
De volta ao local troquei os componentes, fiz alguns testes e liberei a saída de carga, retransferindo tudo de volta para o Inversor. Depois calmamente junto com a chefia de manutenção fomos almoçar, algo em torno das 13:00 horas de um belo Domingo.
Estávamos no meio do almoço, quando entrou um funcionário da manutenção correndo, e disse;
- Ocorreu outra explosão e a coisa foi mais feia que a primeira vez!

Pensei comigo, me fud...,acabou meu almoço,meu Domingo e tudo mais.
De volta ao CPD, não teve jeito, tive que deixar o sistema no by-pass e levar a gaveta de Chopper para a fabrica, pois precisava de alguns reparos de pintura sem contar que a nova placa de pulso tinha ido pro brejo também junto com os fusíveis.
Efetuados os reparos da gaveta, testada na giga de testes da produção, voltei confiante na quarta-feira seguinte para colocar tudo em operação.
Coloquei o equipamento em operação, rodando em vazio, esperei uns 20 minutos e tudo indo bem, fui tomar um café na sala de manutenção, até que escutamos o estouro, que merd....
Nessa altura, já estava vendo chifre em cabeça de cavalo
. Retirei os reatores internos da gaveta, mandei para o fabricante (Ultrassinus) testar todas suas características de projeto.Troquei tiristores, capacitores de comutação e dos supressores.
Pequei emprestado um equipamento de testes na oficina de reparos de transformadores para medir os dois grandes reatores que interagiam com o sistema. O Indutor duplo de entrada do Chopper e o trifásico de saída dos inversores. O Equipamento injetava corrente nos enrolamentos e era possível ver a amplitude num osciloscópio de forma comparativa com a outra, ou seja , se ocorresse uma deformidade estaria vendo nos dois canais, elas teriam que serem iguais, e eram!
Já se passavam 14 dias , a gozação na Service já começava; 
- Hei J.A. ! Vais acabar com o estoque de fusíveis importados da ABB He.he.he.
Com a cabeça cheia e já acabando os recursos técnicos, seria humilhante pedir penico no teste da fabrica.
Como último recurso, pequei o garoto de nosso laboratório como ajudante e levei um equipamento especial,o Metrawatt, um registrador gráfico de 12 canais que era possível setar os níveis de cada canal, identificando data hora,minutos,segundos, forma de onda,valor da alteração, uma jóia rara.
Nesta altura, eu já trabalhava de porta aberta para não danificar a porta bem como a placa de pulsos que aliás tinha feito uma mudança de posição dos fusíveis para que ao abrirem não jorrassem o faiscamento em direção a elas.
Bem, monitorando todos os pulsos de disparo que saiam da eletrônica e os de Gates dos tiristores , a forma de onda do Chopper e mais o sinal de bloqueio/desbloqueio geral do equipamento, ligamos o bruto e nem durou 15 minutos e o tiro saiu
. O registrador gráfico cuspiu papel e aí fomos analisar.
Os pulsos da eletrônica eram descendentes, ou seja , saiam dos 12 volts para o zero, no pulso junto aos Gates eram o inverso saia do zero para cerca de 1,5 volts / 3 volts positivos, pera aí! 
Tem um tiristor que disparou sem comando, como isso era possível, olhei para o garoto do laboratório e disse;
- Será que existe uma fuga da fiação contra a massa. 
Imediatamente desconectamos toda fiação que saia da eletrônica e chegava na gaveta de Chopper. Utilizamos um megômetro para medir fio por fio, contra massa e até entre eles, foi então que, em dos Gates o megômetro acusou. Estava ali o corpo estendido no chão, por quê? Onde?
Retiramos o teto do no-break e o ventilador da eletrônica. Queríamos acompanhar todo caminho da fiação,e foi então que vimos o criminoso. A fiação saia um pouco para fora da eletro calha superior e o pessoal da manutenção do banco não observaram o detalhe quando trocaram o ventilador, que tinha travado a cerca de 4 meses antes. A lateral estava esmagando contra a massa justamente no ponto onde rompera a isolação de um dos fios de disparo dos 4 tiristores do Chopper aff..........




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J.A.
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