sexta-feira, 11 de outubro de 2013

DEFEITOS PROVOCADOS O TERROR DOS TÉCNICOS - 5

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E quando o problema tem origem no projeto , a bomba quase sempre estoura na mão de quem esta comissionando ou dando assistência técnica.
CASO 5-1
FALHA DE PROJETO - 1

TREFILA DE TUBOS SEM COSTURA MANNESMAN.

Este caso ocorreu ainda no tempo de ASEA Elétrica, portanto, antes do grupo ABB. Foram protagonistas os meus amigos Engenheiros ; Franz, Simões e  Rossi.
Aqui cabe um esclarecimento funcional de um sistema desses para se ter uma ideia do risco e dos sustos que operadores e a turma da manutenção da Mannesman passaram naqueles tempos. 

Os tubos a serem trefilados, praticamente dobram de comprimento.
Por exemplo um tubo de 3 polegadas e afinado para 2 através de um tracionamento por um redutor de vídea ,refrigerado a água. A força para tracionar um tubo destes, vem de acionamento com motor de corrente continua. O problema começa quando a última parte do tudo sai do trefilador. O carrinho se projeta para frente como um bólido. No final do sistema tem uma espécie de casamata com uma mola para reduzir o impacto,caso ocorra uma falha no sistema. Eu compararia com aqueles carrinhos utilizados em Porta Aviões, que lançam um caça a mais de 200 Km/hora no final da pequena pista.

O problema principal, era justamente segurar este carrinho tracionador numa distancia pouco maior que 20 metros. O projeto previa o uso de sensores por contato ao longo da distância prevista para terminar a trefilação. Com o passar do tempo,estes micro switch de contatos apresentavam defeitos e não mandavam o conversor inverter o campo para a eletro frenagem.

Aqui cabe uma segunda explicação:
O Conversor CC que acionava o motor, era um sistema controlado pelo campo, como é o caso dos trens e metrôs. A tensão de armadura em torno dos 500 Vdc era fixa, influenciada somente pelo limite de corrente. Já o campo era de duplo sentido por obviedade, pois era necessário trazer o carrinho de volta, para um novo carregamento.

Ninguém mais, queria trabalhar naquela geringonça, no ultimo acidente, eu tinha ido com um dos amigos sapear o ocorrido. A casamata de proteção estava destruída, quase que o carrinho perfura a parede e sai galpão a fora, num acidente de maiores proporções. 

Meus amigos, trabalharam duro, mudando tanto o projeto da lógica funcional como otimizaram alguns dispositivos. Por exemplo; substituíram o sistema de sensoriamento mecânico por óptico. Ficou ótimo.
Num dos testes, meses depois, fui acompanhar um deles para retirar uma pendência , pude ver o funcionamento perfeito do sistema.

Quando o tubo descia no modulo carregador, ele já vinha com uma ponta mais fina para entrar no trefilador, um alicate com 4 pinças (alicate cachorro) prendia do outro lado bem firme . Quando era dado o starter, a corrente subia para uns 300 Amperes de armadura e a trefilação começava, sendo afinado o tubo por este processo. Quando terminava  a trefilação e o tubo escapava do dispositivo, o carrinho pulava como um tiro, o campo invertia instantaneamente para a frenagem. A corrente de armadura se invertia e batia lá nos 1000 Amperes numa frenagem eletrodinâmica espetacular. Depois disso , numa fração de segundos,se escutava o freio mecânico entrando e segurando tudo. O operador comandava que o alicate soltasse o tubo, ele descia para baixo do sistema , escorregando para um depósito. Depois o carrinho era comandado para voltar até trefilador para um novo carregamento.
Exemplo de trefila de tubos mas bem mais lenta que a do projeto citado, serve como informação. Video

http://youtu.be/cIwwCHL03HQ
Foi uma das minhas primeiras experiências com acionamentos eletrônicos de potência no ramo Industrial, inesquecível!

Projeto modificado pela equipe da assistência técnica,conhecida como ASEA Service.

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