quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Amigo perguntou porque os trens e Metrôs param rápido ?

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Um amigo me fez a seguinte pergunta;

J.A., sabes por que os trens e metrôs param tão depressa embora, alguns, ingressem nas estações em alta velocidade ?

Em S. Paulo, o trilho ou o cabo energizado fica escondido dentro da infra-estrutura lateral inferior.


Expliquei que isso era a coisa mais normal dentro dos acionamentos de corrente continua e que existiam vários projetos para determinadas aplicações.
Informei para aquele amigo, que ele se surpreenderia com a precisão e frenagem realizadas em sistemas sensíveis na qual o controle de armadura chega a ter duas pontes para sentidos opostos, notadamente para frenagens de precisão e fino controle no processo. Outros pela potência,eram realizados no campo do motor CC com potencias de energia menor, mas também muito eficientes.

Então ele quis saber sobre o Trem em si como era feito o processo.

Respondi que não trabalhava diretamente com isso, mas deveria seguir todas diretrizes do acionamento CC no qual, existiam vários processos, tanto nos motores como nos acionamentos.
Dei o seguinte exemplo;
Pela elevada potencia envolvida, a armadura do motor é alimentada num potencial d 3000 Volts CC aproximadamente e o controle do sistema teria que ser no campo numa potencia bem menor algo em torno de 500 a 600 Vcc.
Ele continuou... – JÁ. Como é isso?
- Respondi que por questões econômicas e viabilidade do processo, eram feitas subestações normalmente de 69 a 130 kV, forneciam cerca de 2000 Vac para um Retificador que alimenta um potencial de 3000 Vdc entre os trilhos aterrados e o cabo aéreo alimentador. O trecho alimentado por este dispositivo vai depender da quantidade de trens que circula no setor que poderá chegar a 3 km. As composições retiram energia, cujo potencial esta entre os trilhos de rolamento e o cabo aéreo, entendeu?
http://trensurb.gov.br/paginas/paginas_noticias_detalhes.php?codigo_sitemap=1804&PHPSESSID=4c39abec61bc2cd48340878ed7a80ffe#prettyPhoto
Olhou-me com a cara de paisagem rs...

- Continuei, divisores resistivos, capacitivos e auxiliados por semicondutores garantem uma tensão adequada para alimentar o campo do motor CC. Entre esta alimentação e o motor tem um Conversor CC/CC que controla a energia deste campo fazendo a composição se deslocar suavemente.
A cara de paisagem continuava e...
O amigo quase me derruba, depois de gastar tanto fosfato (rs.rs.rs.) ao dizer;
 - JA, estou entendendo mais ou menos, queria saber sobre a frenagem rápida?
-Putz!

Com paciência respondi;
- Tem duas frenagens; A eletrodinâmica e pneumática- mecânica.
Como assim JÁ responde o amigo indeciso?
Continuei dizendo;
- Quando a composição vai parar e o controle é alterado para velocidade menor ou mesmo zerado sua referencia da velocidade, o peso do deslocamento da composição empurra o trem, fazendo com que o motor CC, vire um dínamo, ou seja, devolve energia ao sistema CC alimentador, isso serve como uma eletro-frenagem. Alguns adicionam resistores de carga para consumirem esta energia.
Quanto a frenagem pneumática-mecânica é porque os trens por segurança têm seus freios acionados sem ar comprimido no sistema. Ao ser carregado e na partida o sistema todo é pressurizado liberando os freios. Então quando vai parar e o motorneiro aciona este freio, uma válvula retira ar do sistema forçando atuação destes freios.
O amigo abriu um sorriso como se fosse a maior maravilha do mundo.

Para quem trabalho com isso sabe perfeitamente que as coisas não são tão simples assim. O campo tem que estar sempre energizado se retirar-mos o potencial DC, existe a tendência do motor disparar sem controle principalmente em vazio. O mesmo pode se dizer no enfraquecimento da corrente de campo para aumentar a velocidade. Portanto, situações complexas previstas pelo projeto. Normalmente quando parado, se retira alimentação da armadura ou se faz passar pelo campo uma corrente pulsada entre + e –
para que o motor permaneça parado. Um assunto para um próximo tema no futuro.
Outra novidade no mercado de tração em trens é o uso de motores de Gaiola AC, acionados por conversores de Freqüência. Uma novidade instalada no Brasil pela CPTM e Linha 5 do Metro Paulista, também um assunto para um tema no futuro.
Fonte:

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