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Um amigo perguntou-me;
- Como assim comutação natural por tiristores? Isso não é
típico dos retificadores controlados trifásicos?
Digo a este amigo que ele tem certa razão, mas os inversores
também podem trabalhar desta forma. Se olhar-mos desenhos similares e pensar-mos
inversamente, a rotação de sincronismo de disparo segue uma seqüência muito
parecida.
Vejamos comparado com os desenhos abaixo;
Considerando inicialmente T1 + sendo acionado, 30 graus
elétricos depois, teríamos o disparo de T2 circulando uma corrente pelo
enrolamento do trafo de saída primário RT; Mais 30 graus elétricos depois o
disparo de T3. Com isso ele apaga T1 e a corrente flui T3/T2. Trinta graus
depois o disparo de T4 apagando T2, fluindo a corrente T3/T4; Mais 30 graus o
disparo de T5 apagando T3, fluindo uma corrente T5/T4 e finalizando a seqüência,
30 graus depois o disparo de T6 apagando T4 e fluindo uma corrente por T5/T6 e
volta o T1...
A forma da onda de corrente é parecida com esta aqui, a
diferença e que esta é para um retificador numa condução de 75 graus elétricos.
No inversor teríamos uns 118 graus elétricos. O crossover entre a onda positiva
e a negativa de +/- 2 graus é para garantir que não ocorra um curto acidental
na comutação. O filtro de saída formado pelo primário do trafo e os capacitores
que eliminam estas distorções. As pontes auxiliares controlam para que a tensão
se mantenha sempre estável na saída.
As máquinas da Procergs eram mais antigas ou foram fornecidas com esta configuração por problemas de custo ou conceito da especificação.
Elas não tinham by-pass, era um sistema de redundância por no-break. Utilizavam
3 unidades de 240 Kva em paralelo com saída por contactores, sincronismo
central e armários de equalização do paralelismo.
Outro fato importante era o sistema de bloqueio quando o
equipamento era desligado, tanto de forma normal ou por defeito. Nestes um DC
do barramento geral vinha até um tiristor e deste distribuído por 3 diodos eram
conectados no meio da ponte principal similarmente como mencionei na chave estática
de neutro. O problema era quando o equipamento estava em paralelo no sistema e com carga. O distúrbio de corrente era sempre grande, podendo derrubar as outras duas, o tempo de abertura das contatoras na saída era muito mais lento e isso era o causador do distúrbio.Era por isso que as máquinas do BB tinham uma chave estática de neutro,abrindo tão rápidamento quanto o bloqueio forçado da ponte principal.
O local embora limpo, recebia ar da rua onde a fuligem e o pó trazidos pelos sistemas de exaustão,causaram muitos problemas como poderemos ver a seguir.
Certa ocasião vim ver um problema na Unidade 2. De cara
constatei que vários tiristores apresentavam isolação baixa e troquei todos defeituosos.
Liguei o equipamento e fui tomar um café na manutenção deixando o equipamento
operando fora do barramento geral dos UPS.
Quando voltei o equipamento estava desligado sinalizando
sobre corrente. Pude notar um calor infernal saindo das pontes auxiliares e as
isolações das pontes estavam muito baixas. Desmontei uma parte para ver e
verificar o que estava ocorrendo. Observei que os dissipadores estavam todos
pinicados como se estivessem faiscando dentro dos invólucros isolados. Medi
alguns tiristores estavam bons, então porque estavam com isolação baixa? Passei
o Megômetro na sujeira e ele fechou quase um curto. Resultado tive que
desmontar tudo, inclusive cada tiristor de seu dissipador e lavar tudo com água
e detergente. Deixei secar e montei tudo de novo deu um trabalho da por...
Outro fato que se sabia era que a máquina 1 e 2 eram de
mania. Quando se desligavam sempre reinavam para ligar e era preciso duas
pessoas. Uma para apertar o botão de starter e outra segurando o manete da chave
geral. Ela costumava incendiar o resistor de partida de forma que a Procergs
tinha um bom estoque rs...
Quando a NIFE estava trocando as baterias alcalinas para
chumbo ácidas, foi acertado uma revisão geral aproveitando o feriadão e o final
de semana daquela época.
Fiz a manutenção da máquina 1 num dia e no outro passei para
a 2. Quando terminei o trabalho fui ligar. Em testes esta tudo aberto, tampas e
portas de forma que se possa inspecionar tudo. Quando liguei, o equipamento não
partiu e o resistor de partida lá na entrada incendiou abrindo um clarão
vermelho fenomenal. Estava passando naquele momento um montador da Nife. O cara
deu um pulo e saiu numa desabalada carreira gritando. Ainda tive que correr até
a entrada para desligar a chave geral.
Pensei agora vou achar este fantasma que amedronta todo
mundo. Nos testes com a potencia fora, eu via pulsos na ponte principal sem
comando de ligar. Por obviedade só poderia ser no cartão de proteção e bloqueio
da eletrônica. Pegamos um sobressalente no almox. da Procergs e nada, o
problema continuava. Debrucei-me então sobre a lógica de reles e contactores
auxiliares (tudo fabricação Asea). Até que cheguei num deles que na posição
desligado, o sinal de zero da fonte eletrônica era conectado ao comando por um
contato NF. Quando o equipamento era ligado este contactor ficava atracado
fechando o comando de lógica e liberando a eletrônica. O contato em referência
estava com vários Kohms de resistência sendo o causador do velho medo.
Desmontei-o limpei bem e aproveite que tinha outro contato nf sobrando e
coloque em paralelo.
Depois fui à Unidade 1 e constatei o mesmo problema e fiz o mesmo reparo, nunca
mais eles reinaram para ligar.
Este é mais um causo daqueles
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