quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A Propósito do toque de humor 28 - 2.


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Um amigo perguntou-me;
- Como assim comutação natural por tiristores? Isso não é típico dos retificadores controlados trifásicos?
Digo a este amigo que ele tem certa razão, mas os inversores também podem trabalhar desta forma. Se olhar-mos desenhos similares e pensar-mos inversamente, a rotação de sincronismo de disparo segue uma seqüência muito parecida.
Vejamos comparado com os desenhos abaixo;
Considerando inicialmente T1 + sendo acionado, 30 graus elétricos depois, teríamos o disparo de T2 circulando uma corrente pelo enrolamento do trafo de saída primário RT; Mais 30 graus elétricos depois o disparo de T3. Com isso ele apaga T1 e a corrente flui T3/T2. Trinta graus depois o disparo de T4 apagando T2, fluindo a corrente T3/T4; Mais 30 graus o disparo de T5 apagando T3, fluindo uma corrente T5/T4 e finalizando a seqüência, 30 graus depois o disparo de T6 apagando T4 e fluindo uma corrente por T5/T6 e volta o T1...

A forma da onda de corrente é parecida com esta aqui, a diferença e que esta é para um retificador numa condução de 75 graus elétricos. No inversor teríamos uns 118 graus elétricos. O crossover entre a onda positiva e a negativa de +/- 2 graus é para garantir que não ocorra um curto acidental na comutação. O filtro de saída formado pelo primário do trafo e os capacitores que eliminam estas distorções. As pontes auxiliares controlam para que a tensão se mantenha sempre estável na saída.
 Forma exemplificativa de como estavam dispostos as pontes ( Pincipal e as auxiliares.


As máquinas da Procergs eram mais antigas ou foram fornecidas com esta configuração por problemas de custo ou conceito da especificação. Elas não tinham by-pass, era um sistema de redundância por no-break. Utilizavam 3 unidades de 240 Kva em paralelo com saída por contactores, sincronismo central e armários de equalização do paralelismo.
Outro fato importante era o sistema de bloqueio quando o equipamento era desligado, tanto de forma normal ou por defeito. Nestes um DC do barramento geral vinha até um tiristor e deste distribuído por 3 diodos eram conectados no meio da ponte principal similarmente como mencionei na chave estática de neutro. O problema era quando o equipamento estava em paralelo no sistema e com carga. O  distúrbio de corrente era sempre grande, podendo derrubar as outras duas, o tempo de abertura das contatoras na saída era muito mais lento e isso era o causador do distúrbio.Era por isso que as máquinas do BB tinham uma chave estática de neutro,abrindo tão rápidamento quanto o bloqueio forçado da ponte principal.
O local embora limpo, recebia ar da rua onde a fuligem e o pó trazidos pelos sistemas de exaustão,causaram muitos problemas como poderemos ver a seguir.
Certa ocasião vim ver um problema na Unidade 2. De cara constatei que vários tiristores apresentavam isolação baixa e troquei todos defeituosos. Liguei o equipamento e fui tomar um café na manutenção deixando o equipamento operando fora do barramento geral dos UPS.
Quando voltei o equipamento estava desligado sinalizando sobre corrente. Pude notar um calor infernal saindo das pontes auxiliares e as isolações das pontes estavam muito baixas. Desmontei uma parte para ver e verificar o que estava ocorrendo. Observei que os dissipadores estavam todos pinicados como se estivessem faiscando dentro dos invólucros isolados. Medi alguns tiristores estavam bons, então porque estavam com isolação baixa? Passei o Megômetro na sujeira e ele fechou quase um curto. Resultado tive que desmontar tudo, inclusive cada tiristor de seu dissipador e lavar tudo com água e detergente. Deixei secar e montei tudo de novo deu um trabalho da por...

Outro fato que se sabia era que a máquina 1 e 2 eram de mania. Quando se desligavam sempre reinavam para ligar e era preciso duas pessoas. Uma para apertar o botão de starter e outra segurando o manete da chave geral. Ela costumava incendiar o resistor de partida de forma que a Procergs tinha um bom estoque rs...
Quando a NIFE estava trocando as baterias alcalinas para chumbo ácidas, foi acertado uma revisão geral aproveitando o feriadão e o final de semana daquela época.
Fiz a manutenção da máquina 1 num dia e no outro passei para a 2. Quando terminei o trabalho fui ligar. Em testes esta tudo aberto, tampas e portas de forma que se possa inspecionar tudo. Quando liguei, o equipamento não partiu e o resistor de partida lá na entrada incendiou abrindo um clarão vermelho fenomenal. Estava passando naquele momento um montador da Nife. O cara deu um pulo e saiu numa desabalada carreira gritando. Ainda tive que correr até a entrada para desligar a chave geral.
Pensei agora vou achar este fantasma que amedronta todo mundo. Nos testes com a potencia fora, eu via pulsos na ponte principal sem comando de ligar. Por obviedade só poderia ser no cartão de proteção e bloqueio da eletrônica. Pegamos um sobressalente no almox. da Procergs e nada, o problema continuava. Debrucei-me então sobre a lógica de reles e contactores auxiliares (tudo fabricação Asea). Até que cheguei num deles que na posição desligado, o sinal de zero da fonte eletrônica era conectado ao comando por um contato NF. Quando o equipamento era ligado este contactor ficava atracado fechando o comando de lógica e liberando a eletrônica. O contato em referência estava com vários Kohms de resistência sendo o causador do velho medo. Desmontei-o limpei bem e aproveite que tinha outro contato nf sobrando e coloque em paralelo. Depois fui à Unidade 1 e constatei o mesmo problema e fiz o mesmo reparo, nunca mais eles reinaram para ligar.

Este é mais um causo daqueles

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