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Fusão Nuclear!
A
energia a ser dominada, a energia das estrelas.
É o processo no qual dois ou mais núcleos atômicos se juntam e
formam um outro núcleo de maior número atômico. A
fusão nuclear requer muita energia para
acontecer, e geralmente liberta muito mais energia que
consome. Quando ocorre com elementos mais
leves que o ferro e o níquel (que
possuem as maiores forças de coesão nuclear de todos os átomos, sendo portanto
mais estáveis) ela geralmente liberta energia, e com elementos mais pesados ela
consome. Até hoje, início do século XXI, ainda não foi encontrada uma forma
de controlar a fusão nuclear como acontece com a fissão.
O principal tipo de fusão que ocorre no interior das estrelas é
o de Hidrogênio em Hélio, onde dois prótons se
fundem em uma partícula alfa (um núcleo de hélio), liberando dois pósitrons, dois neutrinos e
energia. Mas dentro desse processo ocorrem várias reações individuais, que
variam de acordo com a massa da estrela. Para estrelas do tamanho
do nosso Sol ou menores, acadeia próton-próton é a reação dominante. Em estrelas mais
pesadas, predomina o ciclo CNO.
Requisitos
para a Fusão
Uma substancial barreira de energia deve ser vencida antes que a
fusão possa ocorrer. A grandes distâncias, dois núcleos expostos se repelem
mutuamente devido à força eletrostática que atua entre seus protões positivamente carregados. Se os núcleos
puderem ser aproximados suficientemente, porém, a barreira eletrostática pode ser sobrepujada pela força nuclear forte a qual é mais poderosa a curta
distância do que a repulsão
eletromagnética.
Quando uma partícula tal como o próton ou nêutron é
adicionado a um núcleo, ele é atraído pelos outros núcleons, mas principalmente
por seus vizinhos imediatos devido à força de curto alcance. Os núcleons no
interior do núcleo têm mais vizinhos do que aqueles na sua superfície. Desde
que núcleos menores têm uma grande razão de superfície para volume, a energia
de ligação por núcleon devido à força nuclear forte geralmente aumenta como o
aumento do tamanho do núcleo, mas atinge um valor limite que corresponde à
vizinhança do núcleon totalmente preenchida....
Uma notável exceção a esta regra geral é o núcleo do hélio-4, cuja energia de ligação é maior que a
do lítio, o próximo elemento mais pesado. O princípio de
exclusão de Pauli provê
um explicação para este comportamento excepcional – isto se dá porque os
prótons e nêutrons são férmions, eles não podem coexistir exatamente
no mesmo estado. Cada estado energético de um próton ou nêutron em um núcleo
pode acomodar uma partícula de spin para abaixo e outra de spin para
acima. O Hélio-4 tem uma banda de energia de ligação anormalmente grande porque
seu núcleo consiste de dois prótons e dois nêutrons; então todos os núcleons
dele podem estar em um estado fundamental. Qualquer núcleon adicional deverá ir
para um estado energético alto.
A situação é similar se dois núcleos são colocados juntos. Ao se
aproximarem, todos os prótons em um núcleo repelem todos os prótons do outro,
até o ponto em que os dois núcleos entrem em contato para que a força nuclear
forte domine. Consequentemente, mesmo quando o estado de energia final é mais
baixo, há uma grande barreira energética que deve ser ultrapassada primeiro. Na
química, este fato é conhecido como energia de ativação.
Em física nuclear ele é chamado de barreira de Coulomb.
Reator de fusão
nuclear ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) começará a ser
montado na França.
O ITER é um reator de fusão nuclear do tipo Tokamak, e está sendo desenvolvido pela União Europeia (45%), Índia (9%), Japão (9%), Coréia do Sul (9%), China (9%), Rússia (9%) e Estados Unidos (9%) e Agencia Internacional de Energia Atômica.
O ITER tem 1 milhão de componentes e é uma das maquinas mais complexas já desenvolvidas, envolvendo a participação de dezenas de milhares de físicos, engenheiros e 350 empresas.
O plasma aquecido a 150 milhões de ºC que circula no vácuo será mantido a uma distancia segura das paredes de metal do reator por um intenso campo magnético criado por 80 mil quilômetros de cabos supercondutores resfriados a 269 graus abaixo de zero.
O projeto está orçado em dezenas de bilhões de dólares.
O ITER é um reator de fusão nuclear do tipo Tokamak, e está sendo desenvolvido pela União Europeia (45%), Índia (9%), Japão (9%), Coréia do Sul (9%), China (9%), Rússia (9%) e Estados Unidos (9%) e Agencia Internacional de Energia Atômica.
O ITER tem 1 milhão de componentes e é uma das maquinas mais complexas já desenvolvidas, envolvendo a participação de dezenas de milhares de físicos, engenheiros e 350 empresas.
O plasma aquecido a 150 milhões de ºC que circula no vácuo será mantido a uma distancia segura das paredes de metal do reator por um intenso campo magnético criado por 80 mil quilômetros de cabos supercondutores resfriados a 269 graus abaixo de zero.
O projeto está orçado em dezenas de bilhões de dólares.
A barreira de Coulomb é menor para os isótopos do hidrogênio –
eles contêm uma única carga positiva em seus núcleos. Um bipróton não é
estável, então os nêutrons devem ser envolvidos, de forma a produzir um núcleo
de hélio.
Usando combustível deutério-trítio, a barreira de energia resultante é de
cerca de 0,1 MeV. Em comparação, a energia necessária para
remover um elétron do
hidrogênio é 13,6 eV, cerca 7.500 vezes menos energia. O resultado
(intermediário) da fusão é um núcleo instável de 5He, o qual imediatamente
ejeta um nêutron com 14,1 MeV. A energia recuperada do núcleo de 4He remanescente é 3,5 MeV,
então a energia total liberada é 17,6 MeV. Isto é muitas vezes mais que a
barreira de energia a ser transposta.
Se a energia para iniciar a reação vem da aceleração de um núcleo, o processo é chamado de
fusão por projétil-alvo;
se ambos os núcleos são acelerados, isto é fusão projétil|projétil. Se o núcleo
faz parte de um plasma próximo
ao equilíbrio térmico, denominamos fusão termonuclear. A temperatura é uma
medida da energia cinética média das partículas, então por
aquecimento o núcleo deverá ganhar energia e eventualmente transpor a barreira
de 0,1 MeV. A conversão das unidade entres elétron-volts e kelvins mostra
que esta barreira será transposta quando a temperatura ultrapassar 1 GK, obviamente uma temperatura muito alta.
Há dois fatos que podem diminuir a temperatura necessária. Um é o
fato que a temperatura é
uma média da energia cinética,
implicando que alguns núcleos a esta temperatura poderão já ter uma energia
maior que 0,1 MeV, enquanto outros um pouco menos. Estes núcleos na faixa de
alta-energia da distribuição
de velocidade participam
da maioria das reações de fusão. O outro efeito é otunelamento quântico. O núcleo não precisa
sempre ter bastante energia, podendo atravessar, por efeito túnel, a barreira restante. Por esta
razão, combustíveis a temperaturas menores podem experimentar eventos de fusão,
a uma taxa mais baixa.
A seção transversal da reação σ é uma medida da
probabilidade de reação de fusão com uma função da velocidade relativa dos dois
núcleos reativos. Se os núcleos têm uma distribuição de velocidade, isto é, uma
distribuição térmica com a fusão termonuclear, então eles são úteis para obter
uma média sobre a distribuição dos produtos da seção transversal e da
velocidade. A taxa de reação (fusão por volume por tempo) é <σv> vezes o
produto da densidade dos participantes:
Se um tipo de núcleo está reagindo com si próprio, tal como a
reação PP, então o produto pode ser substituído por aumenta de praticamente zero a
temperatura ambiente para um significativo valor a temperatura de 10 - 100 keV. A estas temperaturas, bem abaixo
da energia de ionizaçãotípica (13,6 eV no caso do
hidrogênio), os reativos da fusão existem um estado de plasma.
O significado de <σv> como uma função da temperatura em um
experimento com uma energia de tempo
confinamento é
determinado pela utilização do critério
de Lawson..
Processo de Fusão;
O mecanismo de fusão é quase o inverso do mecanismo de fissão nuclear: núcleos leves e rápidos podem
colidir, e fundir para formar núcleos mais pesados, sendo que há também uma
quantidade considerável de energia liberada nesse processo. Essa energia está associada
à dissipação de calor, depende diretamente das massas dos parceiros envolvidos
na reação e
· 1) a energia cinética dos núcleos da reação deve ser grande
para possibilitar o aumento da probabilidade de penetração na barreira coulombiana;
esse processo ocorre em núcleos muito leves, a uma temperatura da ordem de 107K
, estando, então, os átomos completamente ionizados, prefigurando um estado de
plasma.1
· 2) a
densidade de matéria presente nas temperaturas envolvidas na reação de fusão
deve ser extremamente alta.
O interior das estrelas, em especial o sol,
dispõe de todo cenário propício a esse tipo de reação, a densidade do interior
do sol é de cerca de 1000 g/cm3 a
uma temperatura de 1,5 x 107K. A Figura representa a reação de fusão
de hidrogênio em hélio, que ocorre no interior das estrelas e
que esteve presente no início da formação do universo, na nucleossíntese
primordial.
Conforme a temperatura, núcleos mais pesados podem ser formados. A
maior aplicação da fusão nuclear estaria relacionada à geração de energia elétrica em substituição das usinas de fissão
nuclear, só que de uma forma mais limpa e segura.
As principais vantagens em relação aos atuais reatores de fissão
são:
· 1) o combustível de fácil obtenção e em grande quantidade, o deutério pode
ser obtido
da água do mar e trítio obtido no próprio reator de fusão a partir
do lítio, o urânio utilizado
na fissão é muito raro e de difícil extração;
· 2) a
fusão é um processo mais seguro que a fissão, uma vez que a quantidade de
combustível empregado é menor, sem liberação descontrolada de energia e as
taxas de radiação emitidas são
inferiores à taxa de radiação natural que incide na superfície
terrestre;
· 3)
menor produção de lixo nuclear comparado
à fissão, além do que o lixo proveniente da
fusão não é matéria prima pra fabricação de armas nucleares, como
no caso da fissão. Atualmente, a NASA tem investido em pesquisas na
construção de reatores nucleares de fusão para gerar energia para foguetes
espaciais. Propulsores a fusão seriam mais eficientes e tornariam os foguetes
mais velozes, além de propiciar viagens mais longas, uma vez que o combustível
(hidrogênio) seria gerado de forma ilimitada no
processo.
Fusão em Plasma;
Em primeiro lugar,
recordemos que a colisão de dois núcleos de deutério rio
gera um núcleo de Hélio mais
um nêutron e
libera uma energia de 5,12 x 10-13 Joules (3,2 Mev). Se esta energia fosse
transferida para um grama de água, na forma de calor,
a temperatura da água aumentaria de apenas 1,26 x 10-13°C . Portanto, para se ter um aumento
significativo de temperatura da água, gerar vapor e movimentar as turbinas de
uma Usina de Energia, necessitamos de um número muito grande de reações de
Fusão.
Resta então a questão: Como obter este grande número de reações? A
resposta óbvia é: coloque o maior número possível de núcleos de deutério em
condições de reação. Muito fácil de responder, mas anos e anos de pesquisa em física de plasma demonstram
que é muito difícil fazê-lo.
Para entender as dificuldades vamos tomar, apenas por hipótese,
uma certa quantidade de átomos de deutério em estado sólido. Obviamente, um
grama de deutério tem um número muito grande de átomos que, se reagissem,
forneceriam muita energia. No entanto, os átomos de deutério em estado sólido
estão praticamente parados e não têm energia cinética suficiente para vencer a repulsão
coulombiana. Portanto, não estão em condições de realizar uma reação de fusão.
Para vencer a repulsão coulombiana deve-se aumentar a energia cinética dos átomos
de deutério, o que pode ser feito aquecendo-se o
sólido. Ao aumentarmos a temperatura, osólido sofre
uma transição de fase transformando-se primeiramente num líquido e depois num
gás. Num gás,
uma percentagem grande das partículas tem uma energia cinética próxima da energia cinética média que
é proporcional à temperatura:
(onde k é a constante de
Boltzmann e T é a
temperatura medida em kelvin). Assim, para vencer a repulsão coulombiana, o
nosso gás de deutério deve estar a uma temperatura de aproximadamente
116.000.000 graus Celsius. (Isto corresponde a uma energia
cinética média de 10 keV.)
Esta temperatura assombrosa traz consigo algumas perguntas. Como
aquecer um gás a esta temperatura? Como confinar um gás tão quente? Será que a
matéria não se modifica a temperaturas tão altas? As duas primeiras perguntas
parecem ter uma natureza tecnológica, no entanto, a sua solução só poderá ser
obtida se soubermos mais sobre a terceira indagação cuja natureza científica é
evidente. Um primeiro aspecto a ser considerado é que, após uma certa
temperatura, um gás usualmente constituído de átomos e moléculas sofre
transformações, pois os elétrons são arrancados dos átomos e as moléculas se
quebram devido à violência dos choques. Em temperaturas da ordem de 20.000 a 30.000°C não haverá mais
átomos e moléculas, mas apenas íons e elétrons viajando e se chocando em
velocidades fantásticas.
Estes íons e elétrons não mais se comportarão como um gás, visto
que, além das colisões, sentirão os efeitos do campo elétrico e magnético devido às suas cargas e correntes.
Isto caracteriza um novo estado da matéria denominado plasma pelos físicos
americanos Langmuir e Tonx em 1923. Portanto, em busca das condições adequadas
de confinamento e temperatura para ocorrência de fusões nucleares, nos
deparamos naturalmente com este novo estado da matéria que é o plasma. Um
estudo das características do plasma vai nos permitir inclusive entender como é
possível manter uma certa quantidade de substância confinada a temperaturas tão
altas.
Características fundamentais do plasma e suas implicações;
Um plasma se caracteriza por ser um gás altamente
ionizado, quase neutro e não se encontrar em equilíbrio térmico. A primeira
característica (alta ionização) já foi discutida. A quase neutralidade se
refere ao fato de que, embora a carga total num plasma (cargas positivas dos
íons mais cargas negativas dos elétrons) seja praticamente nula, existem
regiões onde se pode ter acúmulos significativos de cargas formando zonas não
neutras. As regiões onde isso ocorre têm dimensões pequenas em comparação com
as dimensões totais do plasma. O acúmulo de cargas (positivas ou negativas) vai afetar as
colisões entre os íons e elétrons, pois cria pontos de atração e/ou
[[repulsão e estabelece campos de força. Deste modo, o movimento de uma
partícula se modificará apenas por choques com contato direto, mas poderão
ainda sentir os efeitos da presença de partículas distantes através dos campos de força. A quase-neutralidade pode ainda gerar
movimentos coerentes de um grande número de partículas. Estes movimentos,
denominados movimentos coletivos, ocorrem, por exemplo, quando um número grande
de íons (cargas positivas) se separa de um número
grande deelétrons. Nesta situação, surgem forças atrativas que tendem a restaurar a
neutralidade, isto é, aproximam as cargas opostas. Isto causa um movimento
oscilatório no qual as cargas opostas se aproximam e se afastam. A aplicação de
campos externos pode também gerar movimentos coletivos tais como correntes ou
mesmo ondas. Portanto, um plasma difere muito de um gás, pois neste último as partículas só
sentem a presença das outras quando entram em choque direto. Num plasma as interações de longo
alcance geradas pelos campos fazem com que os movimentos de partículas
distantes sejam correlacionados. Existem dentro de um plasma dois processos
competitivos: de um lado os movimentos coletivos e do outro as colisões. As
colisões tendem a destruir a coerência, isto é, a natureza ordenada dos
movimentos coletivos, pois espalham as partículas erraticamente. Num projeto de
Fusão Nuclear emPlasma se pretende obter uma solução de
compromisso entre os dois processos. Isto é, pretende-se utilizar a coerência
dos movimentos coletivos para propiciar um número grande de colisões que gerem
fusão. Como os dois processos são antagônicos esta solução de compromisso não é
fácil.
Projetos em andamento;
Existem diversos projetos em andamento ao redor do mundo, com a
finalidade de obter o domínio da tecnologia de fusão nuclear para fins de
geração controlada de energia elétrica.
Um dos projetos em andamento é o ITER (International Thermonuclear
Experimental Reactor), baseado na tecnologia do Tokamak. O financiamento internacional deste
projeto ultrapassa a barreira dos 10 bilhões de dólares.
Mais duas imagens do Laboratório do ITER abaixo;
Outras abordagens
alternativas para tentar chegar ao domínio da fusão nuclear são estudadas por
diversos cientistas. Alguns exemplos são a tecnologia
de fusiofocus n, desenvolvida pelo físico
Eric Lerner;; a fusão por pressão pneumática desenvolvida por Randy Curry4e a fusão por bolhas (sonofusion);
e o confinamento eletrostático-inercial (IEC), proposto por Robert
Bussard.
Focus Fusion é uma abordagem alternativa para chegar ao domínio da tecnologia da fusão nuclear para fins pacíficos de geração de electricidade. Tem vindo a ser desenvolvida por alguns cientistas como o americano Eric Lerner e o chileno Leopoldo Soto.
A abordagem Focus Fusion pretende usar um dispositivo chamado Dense Plasma Focus (algo como foco de plasma denso), que já é utilizado há quase 40 anos em diferentes tipos de pesquisas, para atingir a fusão de um átomo de boro (isótopo 11) com um ião positivo de hidrogénio (na prática, um simples protão sem electrão). O “combustível” dessa reacção (apelidada de p¹¹B) seria um gás de baixa pressão de hidrogénio e boro.
Para que essa fusão de hidrogénio e boro aconteça, é necessário atingir temperaturas altíssimas, da ordem de 1 bilião de graus. Temperaturas como essa já chegaram a ser atingidas com a utilização do Dense Plasma Focus (DPF), numa experiência na Texas A&M University, no ano de 2001.
Em 12 de Fevereiro de 2014, a revista científica Nature publicou
os resultados de experiências de confinamento inercial com laser de alta potência, realizadas no NIF (National
Ignition Facility), conduzidas pelo Laboratório
Nacional de Lawrence Livermore (EUA).5Nestas experiências, um balanço
energético positivo foi alcançado, uma vez que as reações produziram mais
energia do que consumiram, criando boas perspectivas para o uso prático da
fusão nuclear.
O
problema é que até hoje as tentativas de geração de energia por fusão nuclear
não se mostraram viáveis. “Uma das técnicas aplicadas para obter a fusão, o
confinamento magnético, tem mostrado bons resultados, mas ainda enfrenta alguns
obstáculos, como conseguir materiais resistentes para fabricar o reator
necessário para geração de energia”, explicou o físico Ricardo Galvão, da
Universidade de São Paulo (USP). Outra técnica promissora, o confinamento
inercial, não enfrenta essa dificuldade, mas gasta muito mais energia para
criar a reação do que se obtém ao final.
Essa
foi a técnica usada no experimento dos pesquisadores do Lawrence Livermore e o
resultado não foi diferente. Se levado em conta todo o aparato envolvido na
reação, não houve ganho energético. Mas, desta vez, os cientistas pelo menos
conseguiram que a energia gerada fosse 1,8 vezes maior que a contida no
combustível – uma mistura de deutério e trítio (variações do átomo de
hidrogênio).
“É
um passo muito modesto, mas é mais do que qualquer um conseguiu antes”, disse à CH
On-line Omar
Hurricane, físico líder da pesquisa, publicada hoje na Nature.
Experimento ‘grandioso’
Para
obter a fusão, os cientistas miraram 192 lasers superpotentes
em um cilindro metálico dourado chamado de hohlraum (palavra alemã para ‘espaço vazio’).
No interior desse objeto, mantido congelado, havia vácuo e também uma cápsula
plástica que abrigava o combustível. O aquecimento do metal do hohlraum pelos feixes de laser deu origem a raios X, que pressionaram
a cápsula com o combustível.
“A
cápsula sofreu uma pressão tão grande que foi comprimida em até 36 vezes”,
explicou a física Debbie Callahan, que também participou do experimento,
conduzido naNational Ignition Facility (NIF), nos Estados Unidos. “É como
comprimir uma bola de futebol até ficar do tamanho de uma ervilha.”
Depois
de ser comprimida até ficar com uma densidade três vezes maior que a do centro
do Sol, a cápsula de combustível implodiu e os átomos de deutério e trítrio se
fundiram, liberando energia.
Apesar de parecer algo grandioso, o hohlraum dentro do qual ocorreu o processo de
fusão é menor que um grão de feijão, a cápsula que abrigou o combustível tem
apenas 2 mm
de diâmetro e o combustível ocupou um espaço de 17 microns (para se ter uma
ideia o cabelo humano tem 100 microns de espessura). Além disso, toda a reação
aconteceu mais rapidamente que um piscar de olhos, em 150 picossegundos.
Galvão
acredita que a razão para o investimento na pesquisa de fusão inercial por
parte dos Estados Unidos seja mais político que científico. Segundo o físico, a
fusão inercial reproduz em pequena escala a ação de uma bomba nuclear e
conduzir essas pesquisas seria uma forma de driblar a proibição de pesquisas de
armas nucleares.
Em
paralelo às pesquisas da NIF, a União Europeia e o Japão apostam na fusão
nuclear por confinamento magnético e planejam a construção de um grande reator,
o Iter (sigla para International
Thermonuclear Experimental Reactor), que deve ficar pronto em 2015
na França.
De
todo modo, Galvão reitera a importância de investir nas pesquisas de fusão
independentemente da técnica usada. “Os resultados da NIF animam muito, pois
mostram uma compreensão mais detalhada da fusão nuclear”, diz. E continua: “Os
países mais ricos ganhariam muito com a fusão nuclear e o Brasil também. Em
teoria, não precisamos dessa energia porque dispomos de hidrelétricas, mas em
eventos como a seca que estamos vendo agora, a fusão nuclear poderia ser usada
como backup sem ter
o impacto no meio ambiente que têm as termoelétricas que usamos hoje.”
Ainda estamos longe do domínio definitivo e seguro desta tecnologia que ao contrario da fissão que é a quebra dos átomos. Esta última, gera energia mas também radiação.
A fusão é totalmente limpa.
A fusão é totalmente limpa.
Nas pesquisas tem se gastado mais energia para gerar o processo do que realmente ter um ganho energético. Aguardamos portanto,que o sonho do homem em ter uma energia muito segura e duradora,possa permitir outros sonhos, quem sabe, o espaço...
Fontes:
Imagens tópico do Mestre San Andreas sobre reatores atômicos - http://adrenaline.uol.com.br/forum/papo-cabeca/487615-reator-de-fusao-nuclear-um-dos-mais-complexos-projetos-de-engenharia-da-historia.html
J.A.
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