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Esta fonte não tem nada de limpa e renovavel mas é de grande viabilidade econômica.
Vamos falar do "Gás Natural do Xisto".
“O xisto betuminoso é uma rocha
sedimentar e porosa, rica em material orgânico. Em suas camadas, é possível
encontrar gás natural semelhante ao derivado do petróleo, que pode ser
destinado para o uso como combustível de carros, geração de eletricidade,
aquecimento de casas e para a atividade industrial. O investimento dos EUA
nesse tipo de energia promete provocar uma mudança no cenário, com o país
caminhando para uma auto-suficiência energética em 2035, reduzindo a dependência
de países exportadores.”
Ao contrario das opções
anteriormente apresentadas, o gás natural do xisto é uma fonte controversa
ecologicamente mais viável economicamente.
Tudo iniciou em 1981, quando a pequena companhia petroleira de Mitchell-USA
enfrentava a diminuição das reservas de gás natural. Ele propôs então uma saída
radical – perfurar mais profundamente os campos da empresa no Texas, até a
camada rochosa contendo gás de xisto, a mais de um quilômetro de profundidade.
Como o gás estava densamente compactado, a maioria dos engenheiros acreditava
que a extração era custosa demais para ser rentável. Mas depois de quase duas
décadas de tentativas, Mitchell provou que eles estavam errados. Resultado: o
mundo tem muito mais gás natural disponível do que alguém suspeitaria.
Até recentemente, as escassas reservas de gás natural dos
Estados Unidos sugeriam dependência crescente de suprimentos estrangeiros, e
caros, de gás liquefeito de petróleo (GLP). Isso acabou. Mais: o gás natural
emite cerca de 50% menos dióxido de carbono – o principal gás do efeito estufa
– do que o carvão. Substituir carvão pelo gás nas usinas elétricas poderia
atenuar as emissões.
O gás natural supre cerca de um quarto das necessidades de
energia dos Estados Unidos – para aquecimento das casas, geração de
eletricidade e nas fábricas. Esse volume deve aumentar, mas o boom do xisto
enfrenta dois problemas. O primeiro é o oba-oba. O gás de xisto tem muitas
virtudes, mas os ganhos serão marginais. Considere o impacto nas importações de
petróleo. Na teoria, o gás natural – comprimido ou liquefeito – poderia
substituir o petróleo em alguns veículos. Mas abastecem hoje apenas cerca de
120 mil dos 250 milhões de carros, vans, caminhões e ônibus dos Estados Unidos.
A preços de hoje, o gás natural é competitivo se comparado ao petróleo, mas há
um problema como o do ovo e da galinha: motoristas não o usarão sem postos de
abastecimento; empresas não construirão postos sem motoristas. Logo, a troca de
combustível provavelmente vai se concentrar em caminhões pesados com rotas
regulares, que requerem poucos postos. Se 500 mil caminhões pesados mudassem
para gás natural, o consumo de petróleo cairia quase meio milhão de barris por
dia. Isso é cerca de 5% das importações dos Estados Unidos.
A segunda ameaça ao gás de xisto é o excesso de regulamentação.
Os ambientalistas estão divididos. Alguns aceitam o gás de xisto como um
“combustível-ponte”, desejável até a disseminação da energia não carbônica.
Outros argumentam que a perfuração dos campos de gás colocará em risco os
suprimentos de água potável. As acusações parecem exageradas. Como o vazamento
da BP reafirmou, toda extração requer regulamentação. Mas a perfuração em terra
firme é feita há décadas sem poluir as reservas de água. No caso do gás de
xisto, milhares de quilômetros normalmente separam os depósitos dos lençóis aqüíferos.
A persistência de George Mitchell fez do gás de xisto um enorme presente
geológico. Só um tolo o jogaria fora.
A Revista Exame trouxe uma reportagem em 18/12/2012 com o tema;
Aumento da
oferta de gás e xisto betuminoso
"A América do Norte encontrou subitamente oferta para 100 anos de
gás facilmente acessível e o mundo dispõe de 250", afirmou Marvin Odum,
diretor da Shell
O executivo da Shell Marvin
Odum: "No que se refere ao gás natural, a independência já é quase
certa", disse o analista independente Andrew Lipow
Nova York - A alta na oferta de gás e xisto
betuminoso na América do Norte tem abalado a ordem energética mundial, ao
fornecer uma fonte barata de hidrocarbonetos aos países ocidentais, apesar de
que o Oriente Médio deverá manter seu papel central de fornecedor de energia,
dizem especialistas.
"A revolução do gás natural é real. A América do Norte
encontrou subitamente oferta para 100 anos de gás
facilmente acessível e o mundo dispõe de 250. Esse 'boom' redesenha o mapa
geopolítico do planeta", afirmou Marvin Odum, diretor da Shell, durante
uma recente coletiva da empresa especializada Platts.
Desde 2007 a
criticada tecnologia do "fracking", ou fratura hidráulica, combinada
com a perfuração horizontal, permitiu explorar os imensos recursos de
hidrocarbonetos das jazidas de xisto nos Estados Unidos e Canadá.
Desse modo, os Estados Unidos produziram este ano 6,4 milhões de
barris diários de petróleo: um aumento de 32% em cinco anos, um recorde para os
últimos 15 anos.
Esta fonte, que gera bilhões de dólares de receitas e cria
milhares de empregos, provoca sérios temores de possíveis danos ambientais e à
saúde das populações vizinhas aos empreendimentos.
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que os Estados
Unidos se transformem no maior produtor mundial de petróleo em quatro anos,
superando a Arábia Saudita e a Rússia e alcançará a independência energética em
2030.
"No que se refere ao gás natural, a independência já é quase
certa", disse o analista independente Andrew Lipow à AFP.
A situação complicou quando os efeitos colaterais da exploração
passarão a ocorrer.
Em maio de 2010, o Conselho dos Presidentes de Sociedades
Científicas, entidade que congrega cerca de 1,4 milhões de cientistas, alertava
em carta ao presidente Obama que a política nacional de incentivo ao gás de
xisto seria temerária, na falta de maior embasamento científico, e que a
atividade poderia ter um impacto no aquecimento global bem maior do que anteriormente
estimado.
De fato, em fins de 2010, a Agência de Proteção Ambiental
Norte-Americana, em seu relatório de atualização sobre as emissões de gases da indústria de óleo e gás local
concluía que a extração de gás de xisto emite mais metano que
aquela de gás convencional.
No ano seguinte, um estudo publicado na Climatic Change Letters,
previsível e vigorosamente contestado pela indústria, aponta que a produção de
eletricidade com gás de xisto emite tanto ou mais gases de efeito estufa ao
longo de seu ciclo produtivo quanto àquela baseada em gás ou carvão.
Pesam ainda sobre a atividade a suspeita de ter culpa no cartório
no aumento significativo na freqüência de tremores de intensidade igual ou
superior a 3 na escala Richter na região central do continente norte-americano.
O serviço geológico dos Estados Unidos, coletando dados desde 2001,
concluiu que a atividade sísmica na região, em 2011, seria seis vezes superior
à média do século 20.
Um pesquisador do Centro para Pesquisa e Informação sobre
Terremotos dos EUA, da Universidade
de Memphis, opina que a injeção de água em falhas geológicas tende a
causar sismos devido ao escorregamento das mesmas. Há pelo menos um caso de
sismo inequivocamente relacionado à extração de gás de xisto, no noroeste da
Inglaterra, em 2011. Ele levou a empresa Cuadrilla Resources a suspender todas
as suas operações.
Gás é extraído com
bombeamento de água, produtos químicos e areia a alta pressão em grandes
profundidades
Mas a questão da contaminação da água continua sendo motivo de
uma disputa acalorada. A EPA está fazendo um amplo estudo sobre o assunto, mas
suas constatações iniciais não devem ser anunciadas antes do fim do ano, e as
conclusões finais somente serão reveladas em 2014.
De fato, em fins de 2010, a Agência de Proteção Ambiental
Norte-Americana, em seu relatório de atualização sobre as emissões de gases da indústria de óleo e gás local
concluía que a extração de gás de xisto emite mais metano que
aquela de gás convencional.
Em dezembro, a agência emitiu um estudo preliminar sobre queixas
de ocorrência de água suja próximo de poços explorados por fracking na cidade
de Pavillion, Wyoming, que encontrou águas subterrâneas com produtos químicos
provavelmente associados ao fracking. No entanto, após muitas reclamações do
setor e de autoridades estaduais, a agência concordou em realizar mais testes.
Enquanto isso, duas longas resenhas acadêmicas publicadas ao
longo dos últimos 12 meses – uma do Massachusetts Institute of Technology (MIT)
e outra do Energy Institute da Universidade do Texas em Austin – sugerem que
poços construídos de maneira adequada não devem representar um problema. “O
impacto ambiental do desenvolvimento do xisto é desafiador, mas pode ser administrado”,
diz o estudo do MIT. “Tudo o que vi pode ser corrigido”, diz Raymond Orbach,
diretor do Energy Institute.
No entanto, Orbach, que já foi o principal cientista do
Departamento de Energia dos EUA durante a administração George W. Bush, também afirma
que executivos do setor têm feito algumas ações mal calculadas. “Eles deveriam
ter revelado imediatamente os produtos químicos que usam, pois ao mantê-los em
segredo viram as costas para as pessoas e isso as deixa nervosas”, diz Orbach
E nenhum dos dois estudos se concentrou em uma questão emergente
envolvendo o fracking: os terremotos. Um estudo preliminar das autoridades
reguladores da Ohio concluiu em março que o bombeamento de resíduos de água de
fracking no subsolo provavelmente desencadeou 12 pequenos tremores de terra no
Estado. Um estudo britânico divulgado em abril confirmou que o fracking
provocou dois tremores perto de Blackpool, no noroeste da Inglaterra, no ano
passado. Não admira que a Câmara Municipal de Christchurch, a cidade da Nova Zelândia
que foi devastada por um terremoto no ano passado, tenha proibido o fracking.
Há também uma divergência considerável em relação ao grau de
limpeza do gás de xisto, dada a quantidade de emissões de metano que, segundo
afirmam alguns estudiosos, vazam dos poços. Em 2008, uma companhia de gás
escreveu uma carta para a família de um jovem cineasta de Nova York chamado
Josh Fox, oferecendo a ele quase US$ 100.000 pelo aluguel de suas terras para a
exploração de gás. Fox decidiu investigar. O resultado foi “Gasland”, um
documentário lançado em 2010, em que pessoas comuns reclamam de água fétida,
problemas de saúde e, o que ganhou mais destaque, torneiras que soltam fogo. Na
verdade, se o fracking possui um rosto, ele pertence a Mike Markham, o homem do
Colorado que aparece em “Gasland” colocando fogo na água que sai da torneira da
cozinha de sua casa com um isqueiro.
Isso enfureceu as autoridades reguladoras, que disseram que suas
investigações iniciais sobre a água da casa de Markham detectaram metano que
não é do tipo “termogênico”, ligado ao fracking, e sim do tipo “biogênico”,
encontrado há anos nas águas subterrâneas locais. Mas, de lá para cá, um estudo
da Duke University que tem com coautor o professor Vengosh mostrou “evidências
sistemáticas de contaminação por metano da água potável, associadas à extração
de gás de xisto” na Pensilvânia e em Nova York. Os níveis de metano estavam, em média,
17 vezes maiores nos poços localizados dentro de 1 km dos locais ativos de
fracking, do que naqueles localizados a mais de 1 km , embora os motivos disso
não tenham ficado precisamente claros.
Enquanto isso, “Gasland” ganhou notoriedade no mundo,
principalmente na internet. Segundo Fox, ele já foi distribuído comercialmente
em mais de 30 países, e o diretor já está trabalhando em uma seqüência. Algumas
companhias vêm sentindo esse efeito. A Exxon diz que perfurou vários poços de
gás de xisto na Alemanha, começando em 2008. “Mas aí, ‘Gasland’ foi lançado”,
diz um diretor. “Foi um ponto crítico.” A oposição pública cresceu e a Exxon
concordou em suspender as perfurações e bancar um estudo sobre os impactos do
fracking.
O filme também está indo “muito bem” na Polônia, afirma Lech
Kowalski, um cineasta baseado em Paris, que está trabalhando em um documentário
sobre os impactos da exploração do gás de xisto sobre os agricultores
poloneses. De todo modo, o governo da Polônia parece comprometido com o
fracking.
Mesmo assim, a primeira coisa que as pessoas ouvem sobre o
fracking em muitos países é que o processo pode fazer sair fogo de suas
torneiras. Ou, conforme diz Nick Grealy, um lobista do setor no Reino Unido:
“Noventa por cento das pessoas nunca ouviram falar do fracking, e 9% dos que já
ouviram falar, ouviram algo ruim ou errado, ou as duas coisas”.
Isso pode ajudar a explicar o que aconteceu na Bulgária, um país
pobre que depende quase que totalmente da Rússia para o gás que consome. Como
tal, era de se esperar que ela desse boas-vindas à Chevron quando a companhia
americana disse no ano passado que estava pronta para explorar depósitos
substanciais de gás de xisto. Em vez disso, após uma onda de manifestações pelo
país, em janeiro a Bulgária tornou-se o segundo país a proibir o fracking,
depois da França.
E no Brasil;
Brasil avança na exploração de xisto
No país,
a técnica mais comum de extração de combustíveis fósseis é a perfuração de
poços tradicionais em terra ou em alto-mar. A grande aposta brasileira para
aumentar a oferta da matriz energética é a exploração da camada de pré-sal no
litoral, o que promete levar o país a auto-suficiência de petróleo e gás.
No Brasil, a exploração do gás xisto já
existe em pequena escala, pela técnica de fraturação. O país detém grandes
reservas da camada de rocha e, segundo a agência de Informação Energética dos
EUA, temos a 10ª maior reserva de gás xisto do mundo, com 6,9 trilhões de
metros cúbicos, atrás da China, que tem as maiores jazidas globais, Argentina,
Argélia, Estados Unidos, Canadá, México, Austrália, África do Sul e Rússia. Já
a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estima que
o país tenha 14,6 trilhões de metros cúbicos de reserva de “shale oil”.
Em novembro de 2013, a ANP leiloou blocos
destinados ao mapeamento e extração em 12 Estados (Amazonas, Acre, Tocantins,
Alagoas, Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão, Paraná e São
Paulo). A arrecadação total foi de R$ 165 milhões, e as atividades de
exploração devem começar em 2014. O Governo Federal está avaliando o impacto
ambiental da tecnologia de fraturação.
Uma das reservas brasileiras de maior
potencial situa-se no Paraná, próxima ao Aqüífero Guarani, um dos maiores
reservatórios subterrâneos de água potável do mundo. Enquanto a exploração de
xisto no Brasil ainda está no começo, no curto prazo, especialistas no setor
avaliam que a exploração do pré-sal poderia ser afetada pela queda de preços
produzida pelo gás.
Uma coisa é a extração do petróleo
outra coisa é o gás do xisto. Este último é o tema do momento.
A verdade é que a discussão sobre os impactos
ambientais é uma preocupação de ambientalistas e políticos. No Brasil a
comissão do Meio Ambiente no senado já trata destes assuntos.
O que se pergunta vale a pena?
Todos os créditos já indicados no texto.
J.A.
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