quarta-feira, 19 de março de 2014

A procura de novas fontes de energia limpas e renováveis – Sexta Parte

Peço aos amigos que deem uma clicada nos reclames da lateral direita ou inferior da página. Assim estarão ajudando este blogueiro a manter a página  e receber algum do Google".

Esta fonte não tem nada de limpa e renovavel mas é de grande viabilidade econômica.

Vamos falar do "Gás Natural do Xisto".

“O xisto betuminoso é uma rocha sedimentar e porosa, rica em material orgânico. Em suas camadas, é possível encontrar gás natural semelhante ao derivado do petróleo, que pode ser destinado para o uso como combustível de carros, geração de eletricidade, aquecimento de casas e para a atividade industrial. O investimento dos EUA nesse tipo de energia promete provocar uma mudança no cenário, com o país caminhando para uma auto-suficiência energética em 2035, reduzindo a dependência de países exportadores.”
Ao contrario das opções anteriormente apresentadas, o gás natural do xisto é uma fonte controversa ecologicamente mais viável economicamente.
Tudo iniciou em 1981, quando a pequena companhia petroleira de Mitchell-USA enfrentava a diminuição das reservas de gás natural. Ele propôs então uma saída radical – perfurar mais profundamente os campos da empresa no Texas, até a camada rochosa contendo gás de xisto, a mais de um quilômetro de profundidade. Como o gás estava densamente compactado, a maioria dos engenheiros acreditava que a extração era custosa demais para ser rentável. Mas depois de quase duas décadas de tentativas, Mitchell provou que eles estavam errados. Resultado: o mundo tem muito mais gás natural disponível do que alguém suspeitaria.
Até recentemente, as escassas reservas de gás natural dos Estados Unidos sugeriam dependência crescente de suprimentos estrangeiros, e caros, de gás liquefeito de petróleo (GLP). Isso acabou. Mais: o gás natural emite cerca de 50% menos dióxido de carbono – o principal gás do efeito estufa – do que o carvão. Substituir carvão pelo gás nas usinas elétricas poderia atenuar as emissões.

O gás natural supre cerca de um quarto das necessidades de energia dos Estados Unidos – para aquecimento das casas, geração de eletricidade e nas fábricas. Esse volume deve aumentar, mas o boom do xisto enfrenta dois problemas. O primeiro é o oba-oba. O gás de xisto tem muitas virtudes, mas os ganhos serão marginais. Considere o impacto nas importações de petróleo. Na teoria, o gás natural – comprimido ou liquefeito – poderia substituir o petróleo em alguns veículos. Mas abastecem hoje apenas cerca de 120 mil dos 250 milhões de carros, vans, caminhões e ônibus dos Estados Unidos. A preços de hoje, o gás natural é competitivo se comparado ao petróleo, mas há um problema como o do ovo e da galinha: motoristas não o usarão sem postos de abastecimento; empresas não construirão postos sem motoristas. Logo, a troca de combustível provavelmente vai se concentrar em caminhões pesados com rotas regulares, que requerem poucos postos. Se 500 mil caminhões pesados mudassem para gás natural, o consumo de petróleo cairia quase meio milhão de barris por dia. Isso é cerca de 5% das importações dos Estados Unidos.
A segunda ameaça ao gás de xisto é o excesso de regulamentação. Os ambientalistas estão divididos. Alguns aceitam o gás de xisto como um “combustível-ponte”, desejável até a disseminação da energia não carbônica. Outros argumentam que a perfuração dos campos de gás colocará em risco os suprimentos de água potável. As acusações parecem exageradas. Como o vazamento da BP reafirmou, toda extração requer regulamentação. Mas a perfuração em terra firme é feita há décadas sem poluir as reservas de água. No caso do gás de xisto, milhares de quilômetros normalmente separam os depósitos dos lençóis aqüíferos. A persistência de George Mitchell fez do gás de xisto um enorme presente geológico. Só um tolo o jogaria fora.
A Revista Exame trouxe uma reportagem em 18/12/2012 com o tema;

Aumento da oferta de gás e xisto betuminoso

"A América do Norte encontrou subitamente oferta para 100 anos de gás facilmente acessível e o mundo dispõe de 250", afirmou Marvin Odum, diretor da Shell

O executivo da Shell Marvin Odum: "No que se refere ao gás natural, a independência já é quase certa", disse o analista independente Andrew Lipow
Nova York - A alta na oferta de gás e xisto betuminoso na América do Norte tem abalado a ordem energética mundial, ao fornecer uma fonte barata de hidrocarbonetos aos países ocidentais, apesar de que o Oriente Médio deverá manter seu papel central de fornecedor de energia, dizem especialistas.
"A revolução do gás natural é real. A América do Norte encontrou subitamente oferta para 100 anos de gás facilmente acessível e o mundo dispõe de 250. Esse 'boom' redesenha o mapa geopolítico do planeta", afirmou Marvin Odum, diretor da Shell, durante uma recente coletiva da empresa especializada Platts.
Desde 2007 a criticada tecnologia do "fracking", ou fratura hidráulica, combinada com a perfuração horizontal, permitiu explorar os imensos recursos de hidrocarbonetos das jazidas de xisto nos Estados Unidos e Canadá.
Desse modo, os Estados Unidos produziram este ano 6,4 milhões de barris diários de petróleo: um aumento de 32% em cinco anos, um recorde para os últimos 15 anos.
Esta fonte, que gera bilhões de dólares de receitas e cria milhares de empregos, provoca sérios temores de possíveis danos ambientais e à saúde das populações vizinhas aos empreendimentos.
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que os Estados Unidos se transformem no maior produtor mundial de petróleo em quatro anos, superando a Arábia Saudita e a Rússia e alcançará a independência energética em 2030.
"No que se refere ao gás natural, a independência já é quase certa", disse o analista independente Andrew Lipow à AFP.
A situação complicou quando os efeitos colaterais da exploração passarão a ocorrer.
Em maio de 2010, o Conselho dos Presidentes de Sociedades Científicas, entidade que congrega cerca de 1,4 milhões de cientistas, alertava em carta ao presidente Obama que a política nacional de incentivo ao gás de xisto seria temerária, na falta de maior embasamento científico, e que a atividade poderia ter um impacto no aquecimento global bem maior do que anteriormente estimado.
De fato, em fins de 2010, a Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana, em seu relatório de atualização sobre as emissões de gases da indústria de óleo e gás local concluía que a extração de gás de xisto emite mais metano que aquela de gás convencional.
No ano seguinte, um estudo publicado na Climatic Change Letters, previsível e vigorosamente contestado pela indústria, aponta que a produção de eletricidade com gás de xisto emite tanto ou mais gases de efeito estufa ao longo de seu ciclo produtivo quanto àquela baseada em gás ou carvão.
Pesam ainda sobre a atividade a suspeita de ter culpa no cartório no aumento significativo na freqüência de tremores de intensidade igual ou superior a 3 na escala Richter na região central do continente norte-americano. O serviço geológico dos Estados Unidos, coletando dados desde 2001, concluiu que a atividade sísmica na região, em 2011, seria seis vezes superior à média do século 20.
Um pesquisador do Centro para Pesquisa e Informação sobre Terremotos dos EUA, da Universidade de Memphis, opina que a injeção de água em falhas geológicas tende a causar sismos devido ao escorregamento das mesmas. Há pelo menos um caso de sismo inequivocamente relacionado à extração de gás de xisto, no noroeste da Inglaterra, em 2011. Ele levou a empresa Cuadrilla Resources a suspender todas as suas operações.
Gás é extraído com bombeamento de água, produtos químicos e areia a alta pressão em grandes profundidades
Mas a questão da contaminação da água continua sendo motivo de uma disputa acalorada. A EPA está fazendo um amplo estudo sobre o assunto, mas suas constatações iniciais não devem ser anunciadas antes do fim do ano, e as conclusões finais somente serão reveladas em 2014.
De fato, em fins de 2010, a Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana, em seu relatório de atualização sobre as emissões de gases da indústria de óleo e gás local concluía que a extração de gás de xisto emite mais metano que aquela de gás convencional.
Em dezembro, a agência emitiu um estudo preliminar sobre queixas de ocorrência de água suja próximo de poços explorados por fracking na cidade de Pavillion, Wyoming, que encontrou águas subterrâneas com produtos químicos provavelmente associados ao fracking. No entanto, após muitas reclamações do setor e de autoridades estaduais, a agência concordou em realizar mais testes.
Enquanto isso, duas longas resenhas acadêmicas publicadas ao longo dos últimos 12 meses – uma do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e outra do Energy Institute da Universidade do Texas em Austin – sugerem que poços construídos de maneira adequada não devem representar um problema. “O impacto ambiental do desenvolvimento do xisto é desafiador, mas pode ser administrado”, diz o estudo do MIT. “Tudo o que vi pode ser corrigido”, diz Raymond Orbach, diretor do Energy Institute.
No entanto, Orbach, que já foi o principal cientista do Departamento de Energia dos EUA durante a administração George W. Bush, também afirma que executivos do setor têm feito algumas ações mal calculadas. “Eles deveriam ter revelado imediatamente os produtos químicos que usam, pois ao mantê-los em segredo viram as costas para as pessoas e isso as deixa nervosas”, diz Orbach
E nenhum dos dois estudos se concentrou em uma questão emergente envolvendo o fracking: os terremotos. Um estudo preliminar das autoridades reguladores da Ohio concluiu em março que o bombeamento de resíduos de água de fracking no subsolo provavelmente desencadeou 12 pequenos tremores de terra no Estado. Um estudo britânico divulgado em abril confirmou que o fracking provocou dois tremores perto de Blackpool, no noroeste da Inglaterra, no ano passado. Não admira que a Câmara Municipal de Christchurch, a cidade da Nova Zelândia que foi devastada por um terremoto no ano passado, tenha proibido o fracking.
Há também uma divergência considerável em relação ao grau de limpeza do gás de xisto, dada a quantidade de emissões de metano que, segundo afirmam alguns estudiosos, vazam dos poços. Em 2008, uma companhia de gás escreveu uma carta para a família de um jovem cineasta de Nova York chamado Josh Fox, oferecendo a ele quase US$ 100.000 pelo aluguel de suas terras para a exploração de gás. Fox decidiu investigar. O resultado foi “Gasland”, um documentário lançado em 2010, em que pessoas comuns reclamam de água fétida, problemas de saúde e, o que ganhou mais destaque, torneiras que soltam fogo. Na verdade, se o fracking possui um rosto, ele pertence a Mike Markham, o homem do Colorado que aparece em “Gasland” colocando fogo na água que sai da torneira da cozinha de sua casa com um isqueiro.
Isso enfureceu as autoridades reguladoras, que disseram que suas investigações iniciais sobre a água da casa de Markham detectaram metano que não é do tipo “termogênico”, ligado ao fracking, e sim do tipo “biogênico”, encontrado há anos nas águas subterrâneas locais. Mas, de lá para cá, um estudo da Duke University que tem com coautor o professor Vengosh mostrou “evidências sistemáticas de contaminação por metano da água potável, associadas à extração de gás de xisto” na Pensilvânia e em Nova York. Os níveis de metano estavam, em média, 17 vezes maiores nos poços localizados dentro de 1 km dos locais ativos de fracking, do que naqueles localizados a mais de 1 km, embora os motivos disso não tenham ficado precisamente claros.
Enquanto isso, “Gasland” ganhou notoriedade no mundo, principalmente na internet. Segundo Fox, ele já foi distribuído comercialmente em mais de 30 países, e o diretor já está trabalhando em uma seqüência. Algumas companhias vêm sentindo esse efeito. A Exxon diz que perfurou vários poços de gás de xisto na Alemanha, começando em 2008. “Mas aí, ‘Gasland’ foi lançado”, diz um diretor. “Foi um ponto crítico.” A oposição pública cresceu e a Exxon concordou em suspender as perfurações e bancar um estudo sobre os impactos do fracking.
O filme também está indo “muito bem” na Polônia, afirma Lech Kowalski, um cineasta baseado em Paris, que está trabalhando em um documentário sobre os impactos da exploração do gás de xisto sobre os agricultores poloneses. De todo modo, o governo da Polônia parece comprometido com o fracking.
Mesmo assim, a primeira coisa que as pessoas ouvem sobre o fracking em muitos países é que o processo pode fazer sair fogo de suas torneiras. Ou, conforme diz Nick Grealy, um lobista do setor no Reino Unido: “Noventa por cento das pessoas nunca ouviram falar do fracking, e 9% dos que já ouviram falar, ouviram algo ruim ou errado, ou as duas coisas”.
Isso pode ajudar a explicar o que aconteceu na Bulgária, um país pobre que depende quase que totalmente da Rússia para o gás que consome. Como tal, era de se esperar que ela desse boas-vindas à Chevron quando a companhia americana disse no ano passado que estava pronta para explorar depósitos substanciais de gás de xisto. Em vez disso, após uma onda de manifestações pelo país, em janeiro a Bulgária tornou-se o segundo país a proibir o fracking, depois da França.
E no Brasil;

Brasil avança na exploração de xisto

No país, a técnica mais comum de extração de combustíveis fósseis é a perfuração de poços tradicionais em terra ou em alto-mar. A grande aposta brasileira para aumentar a oferta da matriz energética é a exploração da camada de pré-sal no litoral, o que promete levar o país a auto-suficiência de petróleo e gás.

No Brasil, a exploração do gás xisto já existe em pequena escala, pela técnica de fraturação. O país detém grandes reservas da camada de rocha e, segundo a agência de Informação Energética dos EUA, temos a 10ª maior reserva de gás xisto do mundo, com 6,9 trilhões de metros cúbicos, atrás da China, que tem as maiores jazidas globais, Argentina, Argélia, Estados Unidos, Canadá, México, Austrália, África do Sul e Rússia. Já a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estima que o país tenha 14,6 trilhões de metros cúbicos de reserva de “shale oil”.
Em novembro de 2013, a ANP leiloou blocos destinados ao mapeamento e extração em 12 Estados (Amazonas, Acre, Tocantins, Alagoas, Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão, Paraná e São Paulo). A arrecadação total foi de R$ 165 milhões, e as atividades de exploração devem começar em 2014. O Governo Federal está avaliando o impacto ambiental da tecnologia de fraturação.  
Uma das reservas brasileiras de maior potencial situa-se no Paraná, próxima ao Aqüífero Guarani, um dos maiores reservatórios subterrâneos de água potável do mundo. Enquanto a exploração de xisto no Brasil ainda está no começo, no curto prazo, especialistas no setor avaliam que a exploração do pré-sal poderia ser afetada pela queda de preços produzida pelo gás. 
Uma coisa é a extração do petróleo outra coisa é o gás do xisto. Este último é o tema do momento.
A verdade é que a discussão sobre os impactos ambientais é uma preocupação de ambientalistas e políticos. No Brasil a comissão do Meio Ambiente no senado já trata destes assuntos.
O que se pergunta vale a pena?
 Todos os créditos já indicados  no texto.
 J.A.

Nenhum comentário:

Postar um comentário