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Vamos ao Tópico de hoje;
Um recente
seminário realizado pela Escola Técnica Parobé, mobilizou educadores,instituições de ensino,empresariado e
pensadores ligados a área.
Penso que
no decorrer do tempo, o governo vem perdendo o fio da meada, ou seja, se
distanciando das finalidades que levaram a criação destas instituições federais
se estendendo as demais.
As mudanças
feitas nas diretrizes da educação básica no sentido de qualificar mais o ensino
de base. Diretrizes estas que visavam eliminar distorções pedagógicas e
qualificativas que resultavam uma má preparação para o terceiro grau, acabou de
forma indireta afetando o ensino técnico, sem que de todo se resolvesse o que
se propunha.
Questões
salariais dos docentes, aprimoramento profissional, segurança, distorções
dentro da família brasileira, gerando jovens sem limites e sem respeito a seus
mestres. Políticas de integração social como bolsa escola, bolsa família, vale
isso, vale aquilo. Algumas conhecidas assertivas com reconhecimento
internacional e outras nem tanto. Ações não excludentes, mas, geradoras de
distorção na sociedade.
Posso estar
com foco errado na analise, mas precisamos voltar para as origens de tudo isso,
ou seja, como surgiu o ensino técnico no Brasil. Precisamos voltar no tempo, nas
origens e para quem eram destinadas. Precisamos voltar inclusive, a proclamação
da “Lei Áurea” e a chegada dos primeiros imigrantes neste país.
Uma nação
estritamente agrícola que de repente se vê com milhares de ex- escravos
perambulando pelas ruas a procura de trabalho, moradia e comida. A solução foi
qualificar este contingente de pessoas de forma a integrá-los a sociedade, uma
delas era a profissionalização, prementes naquela época.
O Ensino
Técnico, origens.
A primitiva
Escola de Artes e Oficio com o nome de “Escola Real de
Ciências, Artes e Ofícios”. 1816 muito ligadas às
artes.
Em 1889, ao final do período imperial e um ano após a
abolição legal do trabalho escravo no país, o número total de fábricas
instaladas era de 636 estabelecimentos, com um total de aproximadamente 54 mil
trabalhadores, para uma população total de 14 milhões de habitantes, com uma
economia acentuadamente agrário-exportadora, com predominância de relações de
trabalho rurais pré-capitalistas.
Mas coube a um mestiço, anos depois, criar as bases para
que este ensino atingisse os excluídos da sociedade.
O Presidente do Estado do Rio de Janeiro (como eram
chamados os governadores na época), Nilo Peçanha iniciou no Brasil o ensino
técnico por meio do Decreto n° 787, de 11 de setembro de 1906, criando quatro
escolas profissionais naquela unidade federativa: Campos, Petrópolis, Niterói,
e Paraíba do Sul, sendo as três primeiras, para o ensino de ofícios e a última
à aprendizagem agrícola.
O ano de 1906 foi marcado pela consolidação do ensino
técnico-industrial no Brasil pelas seguintes ações:
Com o falecimento de Afonso Pena, em julho de 1909, Nilo
Peçanha assume a Presidência do Brasil e assina, em 23 de setembro de 1909, o
Decreto nº 7.566, criando, inicialmente em diferentes unidades federativas, sob
a jurisdição do Ministério dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio,
dezenove “Escolas de Aprendizes Artífices”, destinadas ao ensino profissional, primário e gratuito.
A Constituição brasileira de 1937 foi a primeira a tratar especificamente
de ensino técnico, profissional e industrial, estabelecendo no artigo 129: “O
ensino pré-vocacional e profissional destinado às classes menos favorecidas é,
em matéria de educação, o primeiro dever do Estado. Cumpre-lhe dar execução a
esse dever, fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de
iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos indivíduos ou associações
particulares e profissionais. É dever das indústrias e dos sindicatos
econômicos criar, na esfera de sua especialidade, escolas de aprendizes,
destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados. A lei regulará o
cumprimento desse dever e os poderes que caberão ao Estado sobre essas escolas,
bem como os auxílios, facilidades e subsídios a lhes serem concedidos pelo
poder público.”
Assim, em 13 de
janeiro de 1937, foi assinada a Lei 378 que transformava as Escolas de
Aprendizes e Artífices em Liceus Profissionais , destinados ao ensino
profissional, de todos os ramos e graus.
Em 1941 vigoraram
uma série de leis conhecidas como a “Reforma Capanema” que remodelou todo o
ensino no país, e tinha como principais pontos:
ƒ o ensino profissional passou a ser considerado de nível
médio;
ƒ o ingresso nas escolas industriais passou a depender de
exames de admissão;
os cursos
foram divididos em dois níveis, correspondentes aos dois ciclos do novo ensino
médio: o primeiro compreendia os cursos básico industrial, artesanal, de
aprendizagem e de mestria. O segundo ciclo correspondia ao curso técnico industrial,
com três anos de duração e mais um de estágio supervisionado na indústria, e
compreendendo várias especialidades.
O Decreto
nº 4.127, de 25 de fevereiro de 1942 transforma as Escolas de Aprendizes e
Artífices em
Escolas Industriais e Técnicas, passando a oferecer a
formação profissional em nível equivalente ao do secundário. A partir desse
ano, inicia-se, formalmente, o processo de vinculação do ensino industrial à
estrutura do ensino do país como um todo, uma vez que os alunos formados nos cursos
técnicos ficavam autorizados a ingressar no ensino superior em área equivalente
à da sua formação.
O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) traz a marca
do aprofundamento da relação entre Estado e economia. Neste período, a
indústria automobilística surge como o grande ícone da consolidação da
indústria nacional. O Plano de Metas do Governo JK nesses cinco anos prevê
investimentos maciços nas áreas de infra-estrutura (à produção de energia e ao
transporte são conferidos 73% do total dos investimentos). Pela primeira vez
contempla-se o setor de educação com 3,4% do total de investimentos previstos.
O objetivo era a formação de profissionais orientados para as metas de
desenvolvimento do país.
No ano de 1959, as Escolas Industriais e Técnicas são transformadas
em autarquias com o nome de Escolas Técnicas Federais. As instituições ganham
autonomia didática e de gestão. Com isso, intensifica a formação de técnicos,
mão de obra indispensável diante da aceleração do processo de industrialização.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira - LDB,
nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971, torna, de maneira compulsória,
técnico-profissional, todo currículo do segundo grau. Um novo paradigma se
estabelece: formar técnicos sob o regime da urgência. Nesse tempo, as Escolas
Técnicas Federais aumentam expressivamente o número de matrículas e implantam
novos cursos técnicos.
A primeira mudança,
o primeiro paradigma, o primeiro divisor de águas. Passava-se para municípios e
estados funções em que a união também agia, extinguindo o ensino dos antigos
Ginásios Industrial nas Escolas Técnicas Federais.
Uma pena. Hoje o
governo vive dando dinheiro para as famílias carentes, mas as escolas técnicas
eram a maior integração social que o governo realizava, tirando as crianças de
12, 13, 14 anos das ruas, dando ensino, artes, profissão, esportes, banda
marcial, transformando-os em
cidadãos. Hoje , o jovem só quer internet não sabe realizar um
cálculo, não sabe escrever, fica sujeito a influências nefastas incluindo
traficantes. Não tem noção de limites, não sabe respeitar o próximo. Dentro das
escolas técnicas eles tinham futuro com certeza, até alimentação recebiam
assistência médica e odontológica. Aquilo sim era um verdadeiro bolsa família,
não a doação de dinheiro público, sujeita a desvios por políticos e servidores
desonestos, ao ócio de alguns, um ralo na economia do país que poderia ser
melhor aproveitado.
O objetivo do MEC era outro ao passar as responsabilidades
do ensino de base para estados e municípios, queria aumentar a oferta de cursos
de tecnologia e isso veio a ocorrer em 1978.
Em 1978, com a Lei nº 6.545, três Escolas Técnicas Federais
(Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro) são transformadas em Centros Federais
de Educação Tecnológica - CEFETs. Esta mudança confere àquelas instituições
mais uma atribuição, formar engenheiros de operação e tecnólogos, processo esse
que se estende às outras instituições bem mais tarde.
Em 1994 a
Lei nº 8.948, de 8 de dezembro dispõe sobre a instituição do Sistema Nacional
de Educação Tecnológica, transformando, gradativamente, as Escolas Técnicas
Federais e as Escolas Agrotécnicas Federais em Centros Federais
de Educação Tecnológica CEFETs, mediante decreto específico para cada
instituição e em função de critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação,
levando em conta as instalações físicas, os laboratórios e equipamentos
adequados, as condições técnico-pedagógicas e administrativas, e os recursos
humanos e financeiros necessários ao funcionamento de cada centro.
Agora vem o
que considero o desvio que esta acabando com o ensino técnico.
Em 20 de novembro de 1996 foi sancionada a Lei 9.394
considerada como a segunda LDB, que dispõe sobre a Educação Profissional num
capítulo separado da Educação Básica, superando enfoques de assistencialismo e
de preconceito social contido nas primeiras legislações de educação
profissional do país, fazendo uma intervenção social crítica e qualificada para
tornar-se um mecanismo para favorecer a inclusão social e democratização dos
bens sociais de uma sociedade. Além disso, define o sistema de certificação profissional
que permite o reconhecimento das competências adquiridas fora do sistema
escolar.
O Decreto 2.208/1997
regulamenta a educação profissional e cria o Programa de Expansão da Educação
Profissional - PROEP.
Em meio a essas
complexas e polêmicas transformações da educação profissional de nosso país,
retoma-se em 1999 o processo de transformação das Escolas Técnicas Federais em Centros Federais
de Educação Tecnológica, iniciado em 1978.
“Aqui tem um divisor
águas importante. O segundo grau e o curso técnico caminhavam juntos isto é, o
jovem estudava, se qualificava profissionalmente e depois escolheria entre a
profissão e um curso superior. Desconheço que quaisquer profissionais que
tenham saídos das Escolas Técnicas tivessem alguma dificuldade de ensino base
ao ascender no terceiro grau.”
Nos dias de hoje o
jovem é obrigado a fazer o curso de ensino básico e o segundo grau em outras
instituições de ensino e só após poderá se inscrever num curso técnico.
Pergunto;
“Não é mais
fácil fazer uma Tecnologia ou curso Superior do que regredir num curso técnico?
Estes acabaram ficando para quem já tem uma atividade e precisa fazer uma
especialização complementar.”
O Pronatec.
PORTARIA Nº 1.007, DE 9 DE OUTUBRO DE 2013.
Altera a Portaria
MEC nº 168, de 07 de março de 2013, que dispõe sobre a oferta da Bolsa-Formação
no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec).
O Governo cria o
Pronatec tentando corrigir desvios surgidos nos cursos técnicos, incluindo aí,
ajuda pecuniária ou bolsa para cobrir despesas básicas do estudante. Mesmo
assim a evasão continua.
A resposta nos
parece clara ou não? Ao separar o segundo grau do profissionalizante deixou de
ser atrativo para os jovens, pelas razões já citadas acima.
Sem ser saudosista e querer que os tempos de hoje, regrida para acontecimentos passados, apenas foco num ponto. Porque mudar o que estava dando certo para algo inserto.
Fonte Wikipédia e fontes do MEC
Ensino Alemão; A base das escolas técnicas, tinham como espelho muito do ensino alemão, será que evoluímos mais que eles ?
Nas escolas profissionalizantes (Berufschulen)
o jovem é preparado para o exercício de uma profissão oficialmente reconhecida.
A formação teórica se dá na escola através das aulas, um a dois dias por
semana; a formação prática é feita no posto de trabalho (empresa ou oficina),
três dias por semana. Os cursos têm duração de dois a três anos e o estágio é
remunerado, sobretudo para os jovens vindos da Hauptschule e da Realschule. Há
muitos casos de alunos que cursaram o Gymnasiun e possuem o diploma Abitur, que
optam por uma formação deste tipo.
Fonte; http://www.conteudoescola.com.br/colunistas-conteudo-escola/54/170-o-sistema-educacional-na-alemanha
EM 2005 A UNIVERSIDADE DE
PERNAMBUCO, PUBLICOU UMA TESE DE DOUTORADO EM SERVIÇO SOCIAL ,
ESCRITA POR EUDA KALIANI GOMES, CUJO TEMA ERA;
VIVENCIA SUBJETIVA
DE JOVENS DESEMPREGADOS (AS), SOFRIMENTO INVISÍVEL E MEDO DO FUTURO FRENTE À
INSTABILIDADE ECONÔMICA E A AUSÊNCIA DE COBERTURA SOCIAL.
ESTE TRABALHO FOI
REALIZADO NA CIDADE DE CAMARAGIPE – PE, ENTREVISTANDO JOVENS DE 18 A 24 ANOS QUE JÁ HAVIAM
TERMINADO O ENSINO MÉDIO.
EM RESUMO; ELA FALA
DO DESEMPREGO, DA VIOLÊNCIA, DA CRIMINALIDADE, DA FALTA DE OPORTUNIDADES, DA
FALTA DE PLANEJAMENTO DOS GESTORES PÚBLICOS ENTRE OUTROS...
LETÍCIA BECHAR –
MESTRE EM
EDUCAÇÃO E COORDENADORA DO VESTIBULAR DA TREVISAN ESCOLA E
NEGÓCIOS EM ARTIGO
PUBLICADO NA ÁREA DE PETRÓLEO DIZ;
“- O CURSO TÉCNICO É
O ACESSO MAIS RÁPIDO AO MERCADO”.
- OS CURSOS
PROFISSIONALIZANTES TORNAM-SE A PORTA DE ENTRADA PARA O EMPREGO.
DIANTE DESSA
SITUAÇÃO, ATUA A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, COMO CAMINHO DE CURTO PRAZO QUE
TRARÁ BENEFÍCIOS PARA AS EMPRESAS E FUTUROS EMPREGADOS. MAS E PRECISO MANTER O
OLHAR NO FURO E INCENTIVAR O PENSAMENTO QUE AO LONGO DA VIDA, O MAIS IMPORTANTE
É DESENVOLVER O SENSO DE APRENDIZAGEM. APRENDER A SE CONHECER, MELHORAR, A SE
RELACIONAR COM PESSOAS E INTERAGIR EM UMA ESTRUTURA
PROFISSIONAL QUE DEMANDA POSTURA E ÉTICA E NÃO APENAS
CONHECIMENTO ESPECÍFICO.
http://petroleoinfonet.blogspot.com.br/2012/10/curso-tecnico-acesso-mais-rapido-ao.html
Programa Conversas Cruzadas da TV Com - Porto Alegre
http://videos.clicrbs.com.br/rs/tvcom/video/conversas-cruzadas/2014/01/conversas-cruzadas-debate-sobre-cenario-atual-falta-mao-obra-alta-rotatividade-nos-empregos-bloco-15-01-2014/59764/
Governo Temer parece seguir o mesmo raciocínio do blogueiro.
ResponderExcluirhttp://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/educacao/noticia/2016/12/mec-lanca-ensino-tecnico-voltado-a-estudantes-do-ensino-medio-8828866.html
Em 2018 uma luz acende dentro do MEC.
ResponderExcluirhttps://globoplay.globo.com/v/6571205/