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Um tema que vem sendo discutido sobre a Teoria do Big Bang e debatida intensamente pela comunidade cientifica.
A Revista Eletronica Inovação Tecnológica de 28/09/2014 tras mais um artigo sobre essa discussão.
O Título é;
Inflação cósmica balança, multiverso ganha firmeza
O mapa do céu gerado pelo Planck mostra regiões mais empoeiradas (vermelho) e menos empoeiradas (azul). A região observada pelo BICEP2 (retângulo preto) não está entre as menos empoeiradas, o que deve explicar uma porção substancial dos resultados interpretados como ondas gravitacionais (polarizações de modos B).[Imagem: Planck Team]
Poeira na teoria
Em Março deste ano, uma equipe de astrofísicos
norte-americanos anunciou ter detectado ondas
eventualmente a primeira comprovação experimental
da inflação cósmica.
Em Junho, porém, quando o artigo foi revisado por
outros cientistas e publicado, a equipe já admitia que
os sinais eventualmente detectados poderiam
Agora, os resultados preliminares da equipe do
telescópio espacial Planck confirmam que a área
observada pelo BICEP2 tem poeira suficiente para
invalidar as conclusões iniciais, ao menos em parte.
Sai inflação, entram multiversos
Contudo, a surpresa é que agora outros físicos estão
defendendo que, além de não comprovar a inflação
cósmica, os resultados obtidos na verdade
descartam esse processo essencial para o modelo do
Big Bang e reforçam uma hipótese oposta - a
chamada teoria dos multiversos.
David Parkinson e seus colegas da Universidade de
Queensland, na Austrália, afirmam que, já
descartada a poeira, qualquer sinal de ondas
gravitacionais que possa ter sido detectado pelo
BICEP2 - a chamada polarização de modos B - na
verdade descarta qualquer "forma razoável de teoria
inflacionária".
A referência a "formas razoáveis" de uma teoria
lembra que, nesse campo, há muito mais
conjecturas do que sequer hipóteses - quanto menos
teorias. São essencialmente modelos matemáticos,
que alguns físicos afirmam ser "tão
ultrassimplificados" que não poderiam ser usados
para sugerir qualquer indício detectável
experimentalmente - aí incluídas as ondas
gravitacionais.
De qualquer forma, é o melhor que temos hoje.
Ocorre que a equipe australiana afirma que mesmo
os melhores desses modelos são descartados pelas
observações.
"O que a inflação [cósmica] prevê é justamente o
reverso do que nós descobrimos. Quantos modelos
inflacionários [os dados] descartam? A maioria
deles, para ser honesto," disse Parkinson.
- O artigo de Parkinson e seus colegas foi colocado no
repositório arXiv, mas ainda não foi analisado
profundamente por outros cientistas - e mesmo
esta
análise dependerá dos resultados finais da equipe do
telescópio Planck, que está se mostrando
extremamente cuidadosa em suas análises, e só
deverá publicar os resultados finais no mês que vem.
Mas a proposta já está ecoando na comunidade de
astrofísicos.
Não é tão simples
Katherine Mack, astrofísica da Universidade de
Melbourne, concorda que encaixar os modelos de
inflação cósmica nos dados do BICEP2 exige tantos
"truques matemáticos" que se perde a chamada
relação de consistência da inflação, "algo que é
considerado absolutamente básico para a inflação,"
disse ela - essa relação de consistência correlaciona
a amplitude das ondas gravitacionais primordiais
com a distribuição de matéria no Universo.
"O problema mais profundo é que, uma vez que a
inflação começa, ela não termina da forma como
estes cálculos simplistas sugerem," disse defende
Paul Steinhardt, da Universidade de Princeton, um
dos criadores da teoria inflacionária, em entrevista à
revista New Scientist.
"Em vez disso, devido à física quântica, ela leva a
um multiverso, onde o universo se divide em um
número infinito de fragmentos. Os fragmentos
incluem todas as propriedades concebíveis conforme
você vai de um para o outro. Assim, não faz
nenhum sentido dizer o que a inflação prevê, exceto
dizer que ela prediz tudo. Se for fisicamente
possível, então acontece no multiverso," explica ele.
A teoria dos multiversos foi antecipada por um teólogo da Idade Média. [Imagem: Tom C. B. McLeish et al.]
Steinhardt acha que não vale a pena introduzir "um
multiverso de possibilidades" para explicar a inflação
- mas também que a inflação não é a explicação
simples e convincente que todos estão procurando.
Opiniões à parte - os fóruns de física neste
momento
têm delas para todos os gostos - o fato é que todos
terão que aguardar ansiosamente os resultados do
Planck no mês que vem, e então ver quais truques
matemáticos serão possíveis para cada um manter
viva a teoria de sua preferência - e quais delas terão
que ceder às evidências.
Por enquanto, a "comunidade dos multiversos"
parece estar ganhando força.
Relembrando, o que diz a teoria publica em
04/08/2011 Pela Inovação Tecnológica.
Teoria dos Multiversos: dados não confirmam e nem descartam
A imagem mostra as assinaturas de colisões entre bolhas em vários estágios da análise. Uma colisão (no alto à esquerda) induz uma modulação de temperatura na radiação cósmica de fundo (no alto à direita). A bolha associada com a colisão é identificada por uma forte resposta (embaixo à esquerda) e a presença de uma fronteira é mostrada por uma forte resposta pelo algoritmo de detecção de bordas (embaixo à direita). [Imagem: Peiris et al.]
Colisões entre universos
Se você observar o modelo do Big Bang, que procura
explicar o surgimento do Universo, vai se deparar
com a questão da "fronteira do universo", onde
estariam os resquícios que primeiro se afastaram da
explosão inicial.
Muitos físicos lidam com a questão falando não "do
Universo", mas do "nosso universo". Para eles,
existem inúmeros outros universos, cada um
existindo dentro de sua própria "bolha cósmica".
Cada um desses universos poderá ter físicas
distintas, ou seja, diferentes constantes
fundamentais e diferentes leis da física.
Uma decorrência imediata dessa teoria é que as
bolhas necessariamente tocam umas nas outras. E,
se tocam, deve haver alguma forma de detectar
sinais dessas "colisões universais".
Como procurar por outros universos
Agora, pela primeira vez, uma equipe de cientistas
está tentando testar experimentalmente essa teoria.
Dois artigos publicados nas principais revistas de
física do mundo detalharam propostas de como
procurar assinaturas de outros universos, diferentes
Os pesquisadores estão procurando padrões em
formato de disco, que se formariam pelo contato
entre duas bolhas.
Para eles, esses padrões deveriam aparecer
na radiação cósmica de fundo, uma radiação na faixa
de micro-ondas que permeia todo o universo, e que
os cientistas acreditam ser o eco do Big Bang.
Além da dificuldade de rastrear todo o céu, é
necessário identificar padrões em formato de disco
e demonstrar que eles não são apenas padrões
aleatórios, do tipo "você vê o quer ver se olhar
tempo suficiente" para alguma coisa - lembre-se
das figuras que se formam nas nuvens ou do "rosto"
na superfície de Marte.
Uma equipe britânica acredita ter encontrado uma
solução segura para fazer isso.
Marcas na radiação cósmica de fundo
"Procurar por marcas de colisão, de todos os raios
possíveis, em qualquer lugar do céu, é um problema
estatístico e computacional muito difícil," comenta a
Dra. Hiranya Peiris, da Universidade College
London. "Mas foi isto que capturou minha
curiosidade."
Em vez de confiar nos facilmente enganáveis olhos
humanos, eles desenvolveram um algoritmo com
regras muito estritas, que procura padrões em uma
imagem, eliminando aqueles que se devem ao mero
acaso.
A imagem analisada é a da radiação cósmica de
fundo, feita pela sonda espacial WMAP (Wilkinson
Microwave Anisotropy Probe), que fez o primeiro
Pistas não conclusivas
Os resultados não foram conclusivos: eles
encontraram quatro possíveis sinais de colisão com
outros universos, quatro formações esféricas no céu
que, segundo seus modelos matemáticos, não
podem ser atribuídos ao acaso.
Estatisticamente, os resultados não são
consistentes
o suficiente nem para confirmar a teoria dos
multiversos e nem para descartá-la.
Mas, segundo eles, a sonda WMAP da NASA não é a
última palavra em termos de radiação cósmica de
fundo.
O telescópio espacial Planck, da agência espacial
europeia, já está rastreando o céu, e deverá gerar
um mapa muito mais preciso.
Os cientistas planejam esperar por esse mapa e
então rodar seus programas sobre seus dados. Só
então, afirmam eles, algo "definitivo" poderá ser
dito sobre a teoria dos outros universos.
Se os Doutores no tema não se entendem, só nos
resta acompanhar este debate teórico muito
interessante sobre o nosso universo.
Fontes:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=teoria-multiversos&id=010130110804
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=inflacao-cosmica-balanca-multiverso-ganha-firmeza&id=010130140929#.VClx3WddUl8
J.A.
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