sexta-feira, 25 de abril de 2014

FALANDO DE BATERIAS E CLIENTES...

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Um dos problemas que os profissionais que trabalham no campo se deparam é relacionado com os responsáveis pelos equipamentos em questão.
Seja por soberba ou auto-afirmação perante os comandados, muitos deles questionam assuntos técnicos que não compreendem ou não entendem relacionados a situações antigas e similares que trataram.

Há pouco tempo estivemos numa empresa que reclamava em desligamento de um no-break numa falha da rede elétrica da concessionária.

Depois de verificar o equipamento informamos que era um problema nas baterias.
O responsável disse que era impossível. As baterias eram relativamente novas e que em outra unidade num equipamento antigo tinha as mesmas baterias e funcionavam normalmente, deveria ser problema no no-break.

Explicamos que a bateria original que tinha acompanhado o equipamento, era selada VLRA e que na troca que eles fizeram após 3 anos, optando por outro tipo derivativo das automotivas de custo mais barato, mas no entanto, implicava em ter um carregador preparado para fornecer tensão de recarga.

O sujeito discutiu que aquela bateria tinha sido vendida como selada também.

Mais uma vez expliquei didaticamente que não era bem assim. Falei que as baterias seladas VLRA tinham o ácido imobilizado e utilizavam o processo de recombinação de gases. Aquela em questão tinha solução, um flutuador para indicar o nível de carga e não eram seladas e sim blindadas, trabalhando em posição única para não ocorrer vazamentos da solução.

O cara não se convencia e falava grosso perante seus comandados no CPD da empresa. Ameaçou trocar o no-break, e voltava a falar na outra planta deles que possuía um no-break antigo.

Expliquei por fim, que as baterias para uso em no-break´s tem que estarem de conformidade com o projeto dos equipamentos.
Baterias que utilizam solução acida ou soluções alcalinas precisam que o carregador tenha outra função além da tensão de flutuação. Eles dispõem de um sensor de corrente no link de bateria que aciona outro nível de tensão, "a tensão de recarga". Com esta tensão mais alta todo o eletrólito interno da bateria será movimentado, deixando a solução mais homogenia e permitindo o pleno carregamento delas.
Os no-break´s que utilizam baterias seladas, a própria tensão de flutuação é suficiente para recarregar as baterias.
O Gerente geral que estava perto entendeu e me fez um sinal.

Na realidade, este cliente sofreu com série de interrupções de rede na região durante aquele mês. Em dias anteriores tinha sofrido um a falha de rede e as baterias já deram sinal ao segurarem por aproximadamente 5 minutos, quando o normal seria algo próximo há uma 1 hora.

Um fator também a ser levado em consideração é quando se tem duas ou mais  interrupções da rede elétrica. A bateria, qualquer que seja, ao sofrer uma descarga ela demora um período para se carregar novamente. Se neste período ocorrer uma nova falha da rede, elas vão se comportar como uma bateria em final de vida útil. O degrau de sub-tensão será maior podendo atingir o nível de atuação do sensor de bateria baixa, desligando o inversor do no-break. Esse processo é conhecido como efeito saco.
Baterias Seladas VLRA.




Encerrando, baterias seladas trabalham com tensão de flutuação constante, corrente de recarga limitada em 10% da capacidade plena da bateria e temperatura ambiente de 25 °C. Podem trabalhar em posição diferente e dentro de ambiente condicionados.



Baterias com solução precisam de recarga, portanto, a fonte tem que elevar a tensão de flutuação para no mínimo 2,35 Volts por elemento. Suportam bem uma corrente mais alta inicial bem como a temperatura ambiente. Só operam na posição normal, sendo desejável que fiquem em ambiente separado e ventilado.

Alerta:
Relembrando o que já publiquei há um ano atrás.
Com a chegada do inverno no sul do Brasil, quem trabalha com baterias que operam em locais sem condicionamento térmico, deve ficar alerta com relação a temperaturas baixas.
Baterias são acumuladores eletroquímicos e como tal é muito sensível a grande amplitude de variações térmicas. Com relação a temperaturas muito baixas alterará as condições da reação química das baterias e com isso, teremos alteração do desempenho.
O primeiro é a perda de autonomia e sensibilidade a degraus de carga profunda.
O segundo se refere a dificuldade do carregamento, insuficiência da tensão face aquela temperatura.
Estes dois processos poderão levar baterias, principalmente as em final de vida útil, a danos irreparáveis.

A área de Telecomunicações resolveu parcialmente isso com uma norma da Telebrás que recomendava que as fontes tivessem compensação da tensão em função da temperatura. 



J.A.

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