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A não muito tempo atrás, ouvimos
uma reclamação do presidente dos EUA contra a China por causa das restrições em
fornecer este material. Aliás, a União Européia e o Japão também reclamaram do
fato.
Vídeo explicativo abaixo:
Qual a importância destes
metais:
A tecnologia eletrônica de
ponta ( componentes), a Industria Aeroespacial e Militar entre outros já
utilizam materiais desta linha, a qual foi chamada de terras raras.
A China além de ter as
maiores jazidas, tem a exploração sendo o principal produtor. Em segundo lugar
vem a Índia que tem estimado a segunda maior jazida e o Brasil que se tem
estimado como a terceira maior jazida, mas de exploração ínfima.
Luiz Nassif comenta em seu Blogger em que
pincei estes dados abaixo:
“Fábrica de Imãs de Terras-Raras
Os
chamados “terras-raras” (TR) são um grupo formado por 17 elementos. Alguns como
escândio, ítrio e os lantanídeos são relativamente abundantes na crosta
terrestre (60 ppm) e outros como túlio e lutércio são menos abundantes (0,5
ppm). As propriedades particulares dos TR são utilizadas em uma grande
variedade de aplicações, como apresentado na Figura 01.
A
demanda por imãs de terras-raras é crescente, impulsionada pelo desenvolvimento
de tecnologias ambientalmente sustentáveis - “verdes”, como a geração eólica e
os veículos elétricos e híbridos, mas está sendo atualmente ameaçada pelo
monopólio que a China exerce sobre a produção e comercialização destas
matérias-primas. A China detém praticamente toda a produção mundial de
terras-raras e consequêntemente dos imãs além de possuir pleno controle sobre
os preços e políticas de venda destes materiais e produtos.
Aliado a
isso, a restrição à exportação de terras-raras imposta pela China, com cotas
cada vez mais reduzidas e valores cada vez mais altos, causam na indústria
mundial consumidora de terras-raras uma grande preocupação acerca da
confiabilidade e continuidade de fornecimento destes materiais, fazendo com que
a busca por novas fontes de terras-raras em outros lugares do mundo seja vista
como uma ação prioritária e estratégica.
O futuro
da indústria de ímãs permanentes está atrelado aos desenvolvimentos
tecnológicos, porém vai de encontro às preocupações relacionadas à exploração,
mineração e produção dos elementos terras-raras necessários à fabricação de
ímãs permanentes, em NdFeB e SmCo.
Neste
contexto, o Brasil, a Alemanha e um grande número de nações, através de seus
governos e setores empresariais, passaram a dispor de políticas, estratégias e
ações mobilizadoras prioritárias, para a promoção da inovação, consensada como
fator primordial da competitividade e do desenvolvimento econômico, ambiental e
social. Por iniciativa do MCT e BMBF, foi estabelecido, em abril de 2010, o
“Ano Brasil-Alemanha da Ciência, Tecnologia e Inovação”, com o objetivo maior
de dinamizar os trabalhos conjuntos, em relação ao que já acontece exitosamente
há várias décadas, particularmente, nas atividades de desenvolvimento
científico e tecnológico.
No
contexto de uma ação internacional de promoção da Integração Industrial,
conduzida pela ABDI, com o suporte técnico da Fundação CERTI, estabeleceu-se
patrocinar, pelo lado brasileiro, duas ações piloto estratégicas visando
concretizar o início do Programa de Cooperação Bilateral Brasil-Alemanha em
Inovação, na forma de Estudos de Viabilidade/Planejamento das Ações de Inovação
e Integração Industrial, tendo como objetivos:
1.
Implementação de uma cadeia produtiva de ímãs de terras-raras no Brasil;
2.
Fortalecimento do cluster brasileiro produtor de próteses, implantes e
instrumental cirúrgico.
A
macrometa deste projeto é implementar no Brasil, agilmente, uma Cadeia
Produtiva completa para a fabricação de imãs de terras-raras, tendo como
características:
·
Ser
competitiva em custo e qualidade;
·
Ser
inovadora em processos e produtos, atendendo a multiplicidade de demandas dos
produtos inovadores com imãs;
·
Ser
sustentável pelo uso das mais modernas tecnologias de mitigação de danos
ambientais;
·
Ter
acoplado uma intensa atividade de pesquisa e desenvolvimento de um
Laboratório-Fábrica de Imãs, para assegurar a competitividade do segmento
econômico implementado.
Neste
sentido, a Fundação CERTI vem desenvolvendo um pré-projeto para implantação de
um Laboratório-Fábrica de ímãs de terras-raras, que também contempla estudos
sobre as demais etapas de toda a cadeia produtiva, desde a mineração até as
aplicações de ímãs permanentes (figura 02). O objetivo de criação do
laboratório-fábrica é atender a demanda interna por imãs de terras-raras, que a
cada dia é maior, em função do aumento do uso de imãs em aplicações/soluções
ambientais. Além disso, é importante realizar pesquisas em nível de protótipo e
para pequenas soluções seriadas, o que fortalecerá a fabricação de produtos
para o mercado nacional e, futuramente, mundial.”
Que grupo de metais seria estes:
Origem
da designação e história
Os elementos que constituem o grupo das terras raras foram inicialmente isolados sob a
forma de óxidos, recebendo então a designação de "terras", à época a
denominação genérica dada aos óxidos da maioria dos elementos metálicos. Por
apresentarem propriedades muito similares, serem apenas conhecidos em minerais
oriundos da Escandinávia e
por serem de difícil separação, foram considerados "raros", daí
resultando a denominação "terras
raras", ainda hoje utilizada, apesar de alguns deles serem
comparativamente abundantes na composição crostal da Terra.
Com exceção do lantânio, que por ser instável é muito raro, a
abundância crustal dos elementos incluídos no grupo das terras raras varia entre as 68 partes por milhão para o cério, o 25.º elemento mais abundante dos 78
elementos mais comuns na crusta da Terra, e apenas 0,5 partes por milhão para o túlio e
o lutécio, as terras
raras menos abundantes. Ainda
assim, o elemento mais raro da série, o túlio, é mais abundante que metais como
a prata e o mercúrio.
As terras
raras foram pela primeira vez
assinaladas aquando da descrição do mineral negro ytterbite (também
conhecido como gadolinite a
partir de 1800),
feita pelo militar e mineralogista Carl Axel Arrhenius no ano de 1787,
a partir de uma amostra recolhida numa pedreira das proximidades da localidade
de Ytterby, na Suécia .
Etimologia dos elementos;
Muitos dos elementos incluídos nas terras
raras foram denominados em honra dos cientistas que os isolaram pela primeira
vez ou que descreveram as suas propriedades físico-químicas elementares, pela
sua origem geográfica, por referência à mitologia clássica greco-latina ou por
neologismos latinizados ou helenizados.
Os elementos incluídos na categoria, e a
respectiva etimologia, são os seguintes:
O grupo das terras
raras inclui os seguintes
elementos químicos:
·
Lantânio
·
Cério
·
Neodímio
·
Promécio
·
Samário
·
Európio
·
Térbio
·
Hólmio
·
Érbio
·
Túlio
·
Itérbio
·
Lutécio
·
Escândio
·
Ítrio
A Revista Eletrônica Inovação Tecnológica de 24/05/2011 fez um
belo artigo a respeito.
Brasil tem uma das
maiores reservas de terras raras do planeta
Janaína Simões -
Inova Unicamp - 24/05/2011
O Brasil pode ser dono de
uma das maiores reservas de terras raras do planeta, mas, hoje, praticamente
não explora esses recursos minerais.
As terras raras são
usadas em superimãs, telas de tablets,
computadores e celulares, no processo de produção da gasolina, e em painéis
solares.
Estimativas da agência
Serviços Geológico Norte-Americano (USGS), apontam que as reservas brasileiras
podem chegar a 3,5 bilhões de toneladas de terras raras.
As terras raras são 17 elementos químicos muito
parecidos, mas que diferem no número de elétrons em uma das camadas da
eletrosfera do átomo. São agrupadas em uma família na tabela periódica porque
ocorrem juntos na natureza e são quimicamente muito parecidos.
[Imagem: Peggy Greb/USDA]
De olho no potencial
brasileiro, a Fundação Certi, de Santa Catarina, o Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT), de São Paulo, e Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do
Rio de Janeiro, estão se articulando para dar apoio à iniciativa privada, caso
o Brasil decida explorar esses recursos minerais e entrar no mercado.
Reservas de terras raras
Um mercado hoje
inteiramente dominado pela China, responsável por 95% da produção e dona de 36%
das reservas conhecidas. O valor do mercado mundial dos óxidos de terras raras
é da ordem de US$ 5 bilhões anuais.
"Estamos nos
estruturando para, caso alguém se interesse por entrar na mineração, a gente
poder apoiar as iniciativas. Temos alguns projetos de pesquisa, mas começamos
devagar porque se não amadurecer a mineração de terras raras no Brasil, não tem
sentido a gente investir em pesquisa e desenvolvimento para exploração e
produção", afirma Fernando Landgraf, diretor de inovação do IPT.
Como parte da ação das
entidades acadêmicas de colocar o assunto em discussão e contribuir para o
debate, Landgraf publicou um artigo no jornal Valor Econômico no dia 13 de
abril, chamando a atenção para o potencial brasileiro.
Nos 3,5 bilhões de
toneladas de terras raras, após os processos industriais que concentram e
separam os elementos químicos que ocorrem de forma agregada nos minérios, há
52,6 milhões de toneladas de metal.
Essa estimativa do USGS
consta no documento Os
principais depósitos de elementos terras rara nos EUA - Um resumo dos depósitos
domésticos e uma perspectiva global.
Com base em dados do
geólogo da CPRM, Miguel Martins de Souza, publicados em revista científica
especializada, a USGS calculou também que a reserva de 2,9 bilhões de toneladas
de terras raras na mina de Seis Lagos, na Amazônia, resultaria em 43,5 milhões
de toneladas de metal contido.
Em Araxá, Minas Gerais,
em uma mina explorada pela Vale, haveria o segundo maior depósito brasileiro: a
estimativa dada pelo documento é de 450 milhões de toneladas de terras raras e
8,1 milhões de metal contido para essa mina.
Terras raras
As terras raras são 17
elementos químicos muito parecidos, mas que diferem no número de elétrons em
uma das camadas da eletrosfera do átomo. São agrupadas em uma família na tabela
periódica porque ocorrem juntos na natureza e são quimicamente muito parecidos.
Também têm como
característica comum os nomes complicados: lantânio, neodímio, cério,
praseodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio,
érbio, túlio, itérbio, escândio e lutécio.
Apesar do nome sugerir,
esses metais não são tão raros como o ouro, por exemplo.
Se, até poucos anos
atrás, não compensava para o Brasil entrar no setor, por não haver condições de
competição com a China, o potencial das reservas brasileiras e o aumento dos
preços das terras raras no mercado internacional podem tornar o negócio
economicamente viável, defende o diretor do IPT.
Preços em disparada
Em média, os preços das
terras raras no mercado internacional praticamente triplicaram nos últimos
anos, segundo Landgraf.
O óxido de neodímio, que
em janeiro de 2009 custava US$ 15 o quilograma, em janeiro de 2011 atingiu o
valor de US$ 150 o quilograma.
"Na hora em que o
preço sobe tanto, o que não era economicamente viável há três anos pode se
tornar viável no presente. E o Brasil está na posição de ter a maior reserva de
terras raras no planeta", aponta.
Algumas reservas do
Brasil são bem conhecidas, particularmente as de fosfato em Poços de Caldas,
Araxá e Catalão. As terras raras estão contidas nos rejeitos da mineração de
fosfato. "São minas que não estão mais na fase de pesquisa mineral, mas de
pesquisa de viabilidade econômica: sabemos quanto tem, mas é viável
economicamente concentrar?", explica Landgraf.
A China e as terras raras
O aumento de preços das
terras raras está diretamente relacionado ao que ocorreu no mercado chinês,
explica Landgraf. A preocupação com o meio ambiente aumentou muito na China nos
anos mais recentes e o governo tem pressionado as empresas a melhorarem suas práticas.
Os produtores de terras
raras estão sendo
duramente atingidos, pois é uma atividade que
causa elevado
impacto ambiental na China.
"Quando o governo chinês pressionou para
organizar o aspecto ambiental da produção, muitas
minas e pequenas empresas de
processamento
fecharam, diminuindo a oferta", acrescenta.
Os chamados superimãs, usados nos geradores de
energia eólica e nos motores miniaturizados, são feitos de neodíminio, um dos
componentes da família das terras raras. [Imagem: CREMC]
Além dessa contração no
fornecimento, o mercado chinês não pára de crescer e o consumo de terras raras
da China aumentou muito mais do que o consumo do resto do mundo.
"A China era
exportadora porque não consumia muito, mas o aumento da demanda interna faz
sobrar menos terras raras para serem exportadas", aponta. Há suspeita também
de que os chineses estão adotando cotas de exportação, o que motiva outros
países a comprarem mais desses minérios para estocar.
No ano passado, a China
deu uma amostra de seu controle sobre o fornecimento de terras raras: embargou
as exportações de terras raras para o Japão, em represália pela prisão de um
comandante de um barco de pesca chinês em uma área marítima disputada por ambos
os países. Os japoneses tiveram problemas, já que sua indústria é sustentada em
produtos de alta tecnologia que usam as terras raras.
Diante desse panorama, os
Estados Unidos, por exemplo, já elegeram as terras raras como recursos críticos
para sua economia, igualmente baseada na produção e venda de produtos de alto
conteúdo tecnológico. A empresa Molycorp Minerals, com operações na Califórnia,
está investindo US$ 200 milhões para recolocar sua fábrica em operação.
Terras raras no Brasil
No Brasil também se
observa alguma movimentação. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio
Mercadante, conversa com a Vale sobre a possibilidade de a mineradora entrar no
negócio, algo que precisará do apoio do governo, de condições de financiamento
favoráveis, melhoria no transporte e logística e de investimentos em P&D
para que o empreendimento possa competir com a produção chinesa, como apontou
reportagem do jornal Valor Econômico de 11 de maio.
"Cerca de 10
empresas no Brasil estão discutindo o tema [entrar na produção de terras
raras]. A Vale é citada por ser a maior, mas há outras interessadas, que não se
manifestam publicamente", conta o diretor do IPT.
Outra iniciativa do
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) está na negociação de um acordo de
cooperação técnica em inovação com a Alemanha, pelo qual a projetos-pilotos de
produção de superimãs, que usam terras raras, receberia apoio do Instituto
Fraunhofer, conforme a citada reportagem do jornal paulista.
Outra iniciativa do
governo, e que ganhou pouco destaque até agora, é a da empresa CPRM Serviços
Geológicos do Brasil, vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME). Ela
começou a executar em 2011 o projeto Avaliação
do Potencial dos Minerais Estratégicos do Brasil, que vai identificar novas
áreas em todo o território brasileiro onde pode haver ocorrência de terras
raras. O projeto deve durar três anos e receber R$ 18,5 milhões em recursos,
vindos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Somente em 2011 o
governo planeja investir quase R$ 2,4 milhões no projeto, segundo a CPRM.
Tecnologia para
exploração das terras raras
Landgraf afirma que as
tecnologias para mineração e processamento de terras são dominadas.
"A gente já soube
fazer, no passado, e temos competência para produzir terras raras. Não há um
desafio tecnológico intransponível", prossegue.
Ele recorda que o Brasil
fez superimãs na década de 90. "Havia cinco grupos de pesquisa, pelo
menos, fazendo superimãs, isso foi meu tema no doutorado. Chegamos a ter uma
empresa produzindo superimãs; ela quebrou em 1994", comenta.
Para o diretor do IPT, o
problema é econômico. "A questão é saber se alguém tem cacife para montar
uma empresa no Brasil, ou se podemos fazer um conjunto de empresas entrar no
ramo, e enfrentar um possível dumping chinês", analisa.
Do ponto de vista da
pesquisa e do desenvolvimento, Landgraf explica que seria preciso estudar a
produção em escala industrial. "A gente fez coisas em escala laboratorial,
não em escala comercial. Então, se houver decisão empresarial e do governo e o
País entrar nesse setor, o próximo desafio é fazer a escala piloto dos
processos para chegar à escala industrial", diz.
Ele acrescenta que hoje o
Brasil tem instrumento para financiar as plantas industriais previstas em
projetos de P&D que operem em escala piloto, como é o caso do Funtec,
programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Tecnologia para o uso
Landgraf defende que o
Brasil não seja um mero exportador de minerais, mas que desenvolva toda a
cadeia de produção. Começa com a mineração e concentração das terras raras,
etapas de menor valor na cadeia. A seguir passa pela indústria química, responsável
por fazer a etapa de separação.
"Não existe imã de
terras raras, existe imã de neodímio. As terras raras são quimicamente
parecidas, então precisa separar uma da outra", explica. "A
tecnologia necessária é relativamente sofisticada, mas sabemos fazer em
universidades, institutos de pesquisa", prossegue.
Ele comenta que, no
passado, havia grupos de pesquisa na USP, no Cetem, e em outros centros que
faziam, em laboratório, a separação, mas tudo se desarticulou nos anos 1990,
quando a China começou a praticar preços baixos no mercado internacional.
"São Paulo tem tradição nisso, tínhamos a empresa Orquima, que depois foi
adquirida pela Nuclebras e passou a se chamar Nuclemon, posteriormente
incorporada pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB)", recorda.
O mercado para venda de
terras raras é crescente. Hoje, o mundo consome 150 mil toneladas por ano de
terras raras, de acordo com o diretor do IPT. O neodímio, elemento químico mais
usado dentro desse grupo, está presente nos superimãs. Estes, por sua vez, são
cada vez mais usados em motores que precisam ter dimensões pequenas, como os
que regulam bancos e espelhos em automóveis mais luxuosos.
"São imãs que
permitem miniaturizar os motores. Esse mercado vai crescer muito", aponta
Landgraf. O gerador de energia eólica pode ser feito com os superimãs, outro
nicho de aplicação que se expande com a necessidade de fontes renováveis de
energia.
O lantânio é usado para
fabricar gasolina. Numa das etapas de produção do combustível na refinaria, os
gases passam por cima de um catalisador de óxido de lantânio, que promove a
junção das moléculas que formam a gasolina. "O Brasil consome 1.000
toneladas por ano de lantânio. Não é um grande mercado, mas se não tivermos
lantânio, não fabricamos gasolina. Somos dependentes da China", destaca.
Os outros 12 elementos
que formam o grupo terras raras são usados em menor quantidade em várias
aplicações. O óxido de cério, por exemplo, é usado para polir lentes de óculos.
Nos LEDs brancos, que
estão substituindo lâmpadas
fluorescentes porque consomem menos energia,
também
se usa óxidos de terras raras. "O laser é
verde, azul ou vermelho. Para
obter a luz branca, o
laser bate numa camada fluorescente branca e
quem gera
essa luz branca é uma mistura de óxidos
de terras raras aplicada aos
LEDs", explica. "Se o
mercado de LEDs for crescer como indicam as
projeções, será preciso muita terra rara", afirma.
A mesma revista em matéria anterior.
Surge nova geração
de telas digitais baseada em elementos de terras raras
Redação do Site
Inovação Tecnológica - 28/07/2004
Telas raras
Um dos temas mais
discutidos quando se trata de inovações tecnológicas é o enorme hiato temporal
que existe entre a descoberta no laboratório e a efetiva comercialização do
produto resultante.
Mas este não foi o caso
do trabalho do professor
Andrew Steckl, da Universidade de Cincinnati,
Estados
Unidos.
Há apenas três anos, ele
e seu então aluno Jason
Heikenfeld descobriram que elementos encontrados
nas
terras raras, como érbio e európio, podem ser
adicionados ao nitreto de gálio
para criar telas
coloridas com brilho incomparável.
Esquema do dispositivo de geração de imagens
baseado em elementos de terras raras. [Imagem: Steckl et al.]
Terras raras
Terras raras, ou
lantanídeos, são os elementos químicos que apresentam propriedades semelhantes
ao lantânio, compreendendo todos os elementos da tabela periódica com pesos
atômicos entre 57 e 71, além do escândio (21) e do ítrio (39).
Com o prosseguimento da
pesquisa, os cientistas conseguiram criar telas com um espectro de cores maior
do que hoje é possível de se ver nas telas de televisores.
"Nossos aparelhos
podem gerar todas as cores primárias e compostas, são mais brilhantes e têm um
campo de visão mais amplo do que é possível de se alcançar com a tecnologia LCD
de matriz ativa atual," explica Steckl. "Telas feitas desse material
são resistentes, insensíveis à temperatura e pode ser vistas em locais externos,
sujeitos a condições ambientais de iluminação."
Telas de terras raras
Como a tecnologia tem um
enorme potencial de usos, de telas planas para televisores digitais de alta
definição (HDTV) até telas mais brilhantes para computadores de mão, a pesquisa
do Dr. Steckl chamou rapidamente a atenção dos investidores. O resultado foi um
salto rápido da descoberta para a aplicação comercial.
Para comercializar seus
produtos, o pesquisador criou a empresa Extreme Photonix, atualmente localizada
em uma incubadora no próprio campus da Universidade.
Comenta-se, que os motores elétricos do Telescópio
Espacial James Webb,
a ser lançado em 2018, serão
construídos com estes metais para suportarem as baixas temperaturas do espaço
sideral e também do calor solar quando incidentes.
O Brasil timidamente acordou em
2013 e parece que segue a passo de tartaruga pois não se vê uma noticia a
respeito. Para os leitores locais, lembram do caso Nióbio, em que se comentava
que saía para fora do Brasil por preços irrisórios? Pois é é um dos metal das
chamadas terras raras.
“Brasil entra na corrida pelas terras-raras
As terras-raras são a matéria-prima básica de
telefones celulares, carros híbridos, mísseis teleguiados e outras maravilhas
da tecnologia. O Brasil se empenha para começar a extraí-las do subsolo e
reduzir a dependência da China, que há anos domina o mercado internacional
Ricardo
Westin
Os
subsolos do Brasil guardam um dos recursos naturais mais cobiçados do século
21: os elementos químicos conhecidos como terras-raras. Embora o nome não soe
familiar, são o ingrediente essencial das maravilhas da alta tecnologia.
As
terras-raras fazem funcionar tablets, telefones celulares, lasers, turbinas de
energia eólica, catalisadores para refino de petróleo, aparelhos de ressonância
magnética, mísseis teleguiados, carros híbridos (movidos a gasolina e
eletricidade) e outras invenções sem as quais não se imagina a vida moderna.
Apesar de terem elevado valor estratégico, o
Brasil não tira proveito desses elementos. Praticamente não existem empresas
dedicadas à extração de terras-raras. O país também não tem noção de seu
potencial.
Apenas
algumas jazidas estão mapeadas.
O
Brasil corre para mudar esse quadro. Dois
ministérios, o de Minas e Energia e o
da Ciência e
Tecnologia, tentam convencer as mineradoras a
explorar as jazidas
já localizadas e incentivar os
institutos de pesquisa a prospectar minas ainda
desconhecidas.
Funcionários de mineradora trabalham numa jazida em Araxá:
governo quer que país volte a ser produtor de terras-raras, elementos que são
encontrados ligados a minérios
O Senado também se envolveu. Acaba de criar,
dentro da Comissão de Ciência e Tecnologia, uma subcomissão dedicada às
terras-raras. A missão dos senadores é propor e aprovar uma lei que garanta a
chamada segurança jurídica aos investidores que decidirem apostar na pesquisa,
na extração e na industrialização das terras-raras, estabelecendo quais são
seus direitos e deveres.
O
presidente da subcomissão é Anibal Diniz (PT-AC). O vice-presidente é Aloysio
Nunes Ferreira (PSDB-SP). A relatoria cabe a Luiz Henrique (PMDB-SC).
O
Brasil não está sozinho no atraso. O mundo inteiro depende da China, que reina
absoluta no mercado das terras-raras. De todo o volume comercializado
internacionalmente, algo em torno de 90% sai das minas chinesas.
Nem
sempre foi assim. Países como os Estados Unidos, a Austrália, a África do Sul e
o próprio Brasil extraíam quantidades significativas de terras-raras até
algumas décadas atrás.
Submarino
nuclear
No
Brasil, a história remonta ao final do século 19, quando foram descobertos
depósitos de areias ricas em terras-raras entre o norte do Rio de Janeiro e o
sul da Bahia. Primeiro, saíam do país como lastro de navio (material pesado
acomodado no porão das embarcações para dar-lhes estabilidade). Depois,
passaram a ser vendidas para a Europa como matéria-prima das mantas
incandescentes dos lampiões a gás. Eram as terras-raras que conferiam às mantas
a valiosa capacidade de não se queimarem em contato com o fogo.
Nos
anos 50, as terras-raras extraídas daquelas mesmas jazidas foram exportadas
para os EUA e empregadas no USS Nautilus, o primeiro submarino de propulsão
nuclear da história. Em barras, as terras-raras do Brasil controlavam a
absorção de nêutrons do reator atômico do Nautilus.
O nome
terra-rara é enganoso. Esses elementos não têm terra na composição nem são
raros. Quando foram identificados, no século 18, os cientistas chamavam os
óxidos de terras. E os consideravam raros porque eram (e ainda são) encontrados
em baixas concentrações, agregados a minérios e minerais. Hoje se sabe que,
ainda que “diluídos”, estão em vários pontos da crosta terrestre. Alguns são
mais abundantes do que o cobre e o ouro.
O que
são terras-raras
No
total, 17 elementos químicos fazem parte da família das terras-raras, como o
európio, o túlio, o lantânio e o ítrio. Eles são vizinhos na tabela periódica.
Assemelham-se em razão de suas propriedades químicas, magnéticas e de
fluorescência, que os tornam insumos insubstituíveis na tecnologia de ponta.
São as terras-raras que possibilitam a existência dos ímãs mais potentes que há
e permitem a criação de aparelhos eletrônicos cada vez menores. Num celular,
elas se contam em gramas.
Numa turbina eólica, em centenas de quilos.
A
China conseguiu antever que os usos das terras-raras se multiplicariam e entrou
com força total nesse filão. Em meados dos anos 80, adotou uma estratégia
agressiva de negócio, incluindo polpudos subsídios estatais à pesquisa
tecnológica e à extração.
Como a
China conseguem vender terras-raras a preços
irrisórios, é muito mais
conveniente e barato para
qualquer país importar as terras-raras da Ásia do que
extraí-las em seu próprio território. É um clássico
exemplo de dumping. Fora da
China, como
consequência, praticamente mina nenhuma
sobreviveu... “
Vídeo:
Quem
sabe agora, seja a oportunidade de avaliar a exploração e beneficiamento por
aqui.
Se
diz, que hoje a melhor Tecnologia, a mais avançada é a Japonesa e parece que
não abrem para ninguém a técnica e a tecnologia, quem sabe um acordo futuro...
J.A.
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