quarta-feira, 4 de março de 2015

Terras Raras – Os metais da tecnologia do futuro.

"Peço aos amigos que deem uma clicada nos reclames da lateral direita ou inferior da página. Assim estarão ajudando este blogueiro a manter a página  e receber algum do Google".

A não muito tempo atrás, ouvimos uma reclamação do presidente dos EUA contra a China por causa das restrições em fornecer este material. Aliás, a União Européia e o Japão também reclamaram do fato.
Vídeo explicativo abaixo:
Qual a importância destes metais:

A tecnologia eletrônica de ponta ( componentes), a Industria Aeroespacial e Militar entre outros já utilizam materiais desta linha, a qual foi chamada de terras raras.

A China além de ter as maiores jazidas, tem a exploração sendo o principal produtor. Em segundo lugar vem a Índia que tem estimado a segunda maior jazida e o Brasil que se tem estimado como a terceira maior jazida, mas de exploração ínfima.

Luiz Nassif comenta em seu Blogger em que pincei estes dados abaixo:

“Fábrica de Imãs de Terras-Raras
Os chamados “terras-raras” (TR) são um grupo formado por 17 elementos. Alguns como escândio, ítrio e os lantanídeos são relativamente abundantes na crosta terrestre (60 ppm) e outros como túlio e lutércio são menos abundantes (0,5 ppm). As propriedades particulares dos TR são utilizadas em uma grande variedade de aplicações, como apresentado na Figura 01.
A demanda por imãs de terras-raras é crescente, impulsionada pelo desenvolvimento de tecnologias ambientalmente sustentáveis - “verdes”, como a geração eólica e os veículos elétricos e híbridos, mas está sendo atualmente ameaçada pelo monopólio que a China exerce sobre a produção e comercialização destas matérias-primas. A China detém praticamente toda a produção mundial de terras-raras e consequêntemente dos imãs além de possuir pleno controle sobre os preços e políticas de venda destes materiais e produtos.
Aliado a isso, a restrição à exportação de terras-raras imposta pela China, com cotas cada vez mais reduzidas e valores cada vez mais altos, causam na indústria mundial consumidora de terras-raras uma grande preocupação acerca da confiabilidade e continuidade de fornecimento destes materiais, fazendo com que a busca por novas fontes de terras-raras em outros lugares do mundo seja vista como uma ação prioritária e estratégica.
O futuro da indústria de ímãs permanentes está atrelado aos desenvolvimentos tecnológicos, porém vai de encontro às preocupações relacionadas à exploração, mineração e produção dos elementos terras-raras necessários à fabricação de ímãs permanentes, em NdFeB e SmCo.
Neste contexto, o Brasil, a Alemanha e um grande número de nações, através de seus governos e setores empresariais, passaram a dispor de políticas, estratégias e ações mobilizadoras prioritárias, para a promoção da inovação, consensada como fator primordial da competitividade e do desenvolvimento econômico, ambiental e social. Por iniciativa do MCT e BMBF, foi estabelecido, em abril de 2010, o “Ano Brasil-Alemanha da Ciência, Tecnologia e Inovação”, com o objetivo maior de dinamizar os trabalhos conjuntos, em relação ao que já acontece exitosamente há várias décadas, particularmente, nas atividades de desenvolvimento científico e tecnológico.
No contexto de uma ação internacional de promoção da Integração Industrial, conduzida pela ABDI, com o suporte técnico da Fundação CERTI, estabeleceu-se patrocinar, pelo lado brasileiro, duas ações piloto estratégicas visando concretizar o início do Programa de Cooperação Bilateral Brasil-Alemanha em Inovação, na forma de Estudos de Viabilidade/Planejamento das Ações de Inovação e Integração Industrial, tendo como objetivos:
1.    Implementação de uma cadeia produtiva de ímãs de terras-raras no Brasil;
2.    Fortalecimento do cluster brasileiro produtor de próteses, implantes e instrumental cirúrgico.
A macrometa deste projeto é implementar no Brasil, agilmente, uma Cadeia Produtiva completa para a fabricação de imãs de terras-raras, tendo como características:
·                    Ser competitiva em custo e qualidade;
·                    Ser inovadora em processos e produtos, atendendo a multiplicidade de demandas dos produtos inovadores com imãs;
·                    Ser sustentável pelo uso das mais modernas tecnologias de mitigação de danos ambientais;
·                    Ter acoplado uma intensa atividade de pesquisa e desenvolvimento de um Laboratório-Fábrica de Imãs, para assegurar a competitividade do segmento econômico implementado.
Neste sentido, a Fundação CERTI vem desenvolvendo um pré-projeto para implantação de um Laboratório-Fábrica de ímãs de terras-raras, que também contempla estudos sobre as demais etapas de toda a cadeia produtiva, desde a mineração até as aplicações de ímãs permanentes (figura 02). O objetivo de criação do laboratório-fábrica é atender a demanda interna por imãs de terras-raras, que a cada dia é maior, em função do aumento do uso de imãs em aplicações/soluções ambientais. Além disso, é importante realizar pesquisas em nível de protótipo e para pequenas soluções seriadas, o que fortalecerá a fabricação de produtos para o mercado nacional e, futuramente, mundial.”
Que grupo de metais seria estes:
Origem da designação e história

Os elementos que constituem o grupo das terras raras foram inicialmente isolados sob a forma de óxidos, recebendo então a designação de "terras", à época a denominação genérica dada aos óxidos da maioria dos elementos metálicos. Por apresentarem propriedades muito similares, serem apenas conhecidos em minerais oriundos da Escandinávia e por serem de difícil separação, foram considerados "raros", daí resultando a denominação "terras raras", ainda hoje utilizada, apesar de alguns deles serem comparativamente abundantes na composição crostal da Terra.
Com exceção do lantânio, que por ser instável é muito raro, a abundância crustal dos elementos incluídos no grupo das terras raras varia entre as 68 partes por milhão para o cério, o 25.º elemento mais abundante dos 78 elementos mais comuns na crusta da Terra, e apenas 0,5 partes por milhão para o túlio e o lutécio, as terras raras menos abundantes. Ainda assim, o elemento mais raro da série, o túlio, é mais abundante que metais como a prata e o mercúrio.
As terras raras foram pela primeira vez assinaladas aquando da descrição do mineral negro ytterbite (também conhecido como gadolinite a partir de 1800), feita pelo militar e mineralogista Carl Axel Arrhenius no ano de 1787, a partir de uma amostra recolhida numa pedreira das proximidades da localidade de Ytterby, na Suécia .

Etimologia dos elementos;



Muitos dos elementos incluídos nas terras raras foram denominados em honra dos cientistas que os isolaram pela primeira vez ou que descreveram as suas propriedades físico-químicas elementares, pela sua origem geográfica, por referência à mitologia clássica greco-latina ou por neologismos latinizados ou helenizados.
Os elementos incluídos na categoria, e a respectiva etimologia, são os seguintes:
O grupo das terras raras inclui os seguintes elementos químicos:
·                    Lantânio
·                    Cério
·                    Praseodímio
·                    Neodímio
·                    Promécio
·                    Samário
·                    Európio
·                    Gadolínio
·                    Térbio
·                    Disprósio
·                    Hólmio
·                    Érbio
·                    Túlio
·                    Itérbio
·                    Lutécio
·                    Escândio
·                    Ítrio

A Revista Eletrônica Inovação Tecnológica de 24/05/2011 fez um belo artigo a respeito.

Brasil tem uma das maiores reservas de terras raras do planeta

Janaína Simões - Inova Unicamp - 24/05/2011
O Brasil pode ser dono de uma das maiores reservas de terras raras do planeta, mas, hoje, praticamente não explora esses recursos minerais.
As terras raras são usadas em superimãs, telas de tablets, computadores e celulares, no processo de produção da gasolina, e em painéis solares.
Estimativas da agência Serviços Geológico Norte-Americano (USGS), apontam que as reservas brasileiras podem chegar a 3,5 bilhões de toneladas de terras raras.
As terras raras são 17 elementos químicos muito parecidos, mas que diferem no número de elétrons em uma das camadas da eletrosfera do átomo. São agrupadas em uma família na tabela periódica porque ocorrem juntos na natureza e são quimicamente muito parecidos. [Imagem: Peggy Greb/USDA]
De olho no potencial brasileiro, a Fundação Certi, de Santa Catarina, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, e Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Rio de Janeiro, estão se articulando para dar apoio à iniciativa privada, caso o Brasil decida explorar esses recursos minerais e entrar no mercado.
Reservas de terras raras
Um mercado hoje inteiramente dominado pela China, responsável por 95% da produção e dona de 36% das reservas conhecidas. O valor do mercado mundial dos óxidos de terras raras é da ordem de US$ 5 bilhões anuais.
"Estamos nos estruturando para, caso alguém se interesse por entrar na mineração, a gente poder apoiar as iniciativas. Temos alguns projetos de pesquisa, mas começamos devagar porque se não amadurecer a mineração de terras raras no Brasil, não tem sentido a gente investir em pesquisa e desenvolvimento para exploração e produção", afirma Fernando Landgraf, diretor de inovação do IPT.
Como parte da ação das entidades acadêmicas de colocar o assunto em discussão e contribuir para o debate, Landgraf publicou um artigo no jornal Valor Econômico no dia 13 de abril, chamando a atenção para o potencial brasileiro.
Nos 3,5 bilhões de toneladas de terras raras, após os processos industriais que concentram e separam os elementos químicos que ocorrem de forma agregada nos minérios, há 52,6 milhões de toneladas de metal.
Essa estimativa do USGS consta no documento Os principais depósitos de elementos terras rara nos EUA - Um resumo dos depósitos domésticos e uma perspectiva global.
Com base em dados do geólogo da CPRM, Miguel Martins de Souza, publicados em revista científica especializada, a USGS calculou também que a reserva de 2,9 bilhões de toneladas de terras raras na mina de Seis Lagos, na Amazônia, resultaria em 43,5 milhões de toneladas de metal contido.
Em Araxá, Minas Gerais, em uma mina explorada pela Vale, haveria o segundo maior depósito brasileiro: a estimativa dada pelo documento é de 450 milhões de toneladas de terras raras e 8,1 milhões de metal contido para essa mina.
Terras raras
As terras raras são 17 elementos químicos muito parecidos, mas que diferem no número de elétrons em uma das camadas da eletrosfera do átomo. São agrupadas em uma família na tabela periódica porque ocorrem juntos na natureza e são quimicamente muito parecidos.
Também têm como característica comum os nomes complicados: lantânio, neodímio, cério, praseodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, escândio e lutécio.
Apesar do nome sugerir, esses metais não são tão raros como o ouro, por exemplo.
Se, até poucos anos atrás, não compensava para o Brasil entrar no setor, por não haver condições de competição com a China, o potencial das reservas brasileiras e o aumento dos preços das terras raras no mercado internacional podem tornar o negócio economicamente viável, defende o diretor do IPT.
Preços em disparada
Em média, os preços das terras raras no mercado internacional praticamente triplicaram nos últimos anos, segundo Landgraf.
O óxido de neodímio, que em janeiro de 2009 custava US$ 15 o quilograma, em janeiro de 2011 atingiu o valor de US$ 150 o quilograma.
"Na hora em que o preço sobe tanto, o que não era economicamente viável há três anos pode se tornar viável no presente. E o Brasil está na posição de ter a maior reserva de terras raras no planeta", aponta.
Algumas reservas do Brasil são bem conhecidas, particularmente as de fosfato em Poços de Caldas, Araxá e Catalão. As terras raras estão contidas nos rejeitos da mineração de fosfato. "São minas que não estão mais na fase de pesquisa mineral, mas de pesquisa de viabilidade econômica: sabemos quanto tem, mas é viável economicamente concentrar?", explica Landgraf.
A China e as terras raras
O aumento de preços das terras raras está diretamente relacionado ao que ocorreu no mercado chinês, explica Landgraf. A preocupação com o meio ambiente aumentou muito na China nos anos mais recentes e o governo tem pressionado as empresas a melhorarem suas práticas.
Os produtores de terras raras estão sendo 
duramente atingidos, pois é uma atividade que 
causa elevado impacto ambiental na China. 
"Quando o governo chinês pressionou para 
organizar o aspecto ambiental da produção, muitas 
minas e pequenas empresas de processamento 
fecharam, diminuindo a oferta", acrescenta.
Os chamados superimãs, usados nos geradores de energia eólica e nos motores miniaturizados, são feitos de neodíminio, um dos componentes da família das terras raras. [Imagem: CREMC]
Além dessa contração no fornecimento, o mercado chinês não pára de crescer e o consumo de terras raras da China aumentou muito mais do que o consumo do resto do mundo.
"A China era exportadora porque não consumia muito, mas o aumento da demanda interna faz sobrar menos terras raras para serem exportadas", aponta. Há suspeita também de que os chineses estão adotando cotas de exportação, o que motiva outros países a comprarem mais desses minérios para estocar.
No ano passado, a China deu uma amostra de seu controle sobre o fornecimento de terras raras: embargou as exportações de terras raras para o Japão, em represália pela prisão de um comandante de um barco de pesca chinês em uma área marítima disputada por ambos os países. Os japoneses tiveram problemas, já que sua indústria é sustentada em produtos de alta tecnologia que usam as terras raras.
Diante desse panorama, os Estados Unidos, por exemplo, já elegeram as terras raras como recursos críticos para sua economia, igualmente baseada na produção e venda de produtos de alto conteúdo tecnológico. A empresa Molycorp Minerals, com operações na Califórnia, está investindo US$ 200 milhões para recolocar sua fábrica em operação.
Terras raras no Brasil
No Brasil também se observa alguma movimentação. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, conversa com a Vale sobre a possibilidade de a mineradora entrar no negócio, algo que precisará do apoio do governo, de condições de financiamento favoráveis, melhoria no transporte e logística e de investimentos em P&D para que o empreendimento possa competir com a produção chinesa, como apontou reportagem do jornal Valor Econômico de 11 de maio.
"Cerca de 10 empresas no Brasil estão discutindo o tema [entrar na produção de terras raras]. A Vale é citada por ser a maior, mas há outras interessadas, que não se manifestam publicamente", conta o diretor do IPT.
Outra iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) está na negociação de um acordo de cooperação técnica em inovação com a Alemanha, pelo qual a projetos-pilotos de produção de superimãs, que usam terras raras, receberia apoio do Instituto Fraunhofer, conforme a citada reportagem do jornal paulista.
Outra iniciativa do governo, e que ganhou pouco destaque até agora, é a da empresa CPRM Serviços Geológicos do Brasil, vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME). Ela começou a executar em 2011 o projeto Avaliação do Potencial dos Minerais Estratégicos do Brasil, que vai identificar novas áreas em todo o território brasileiro onde pode haver ocorrência de terras raras. O projeto deve durar três anos e receber R$ 18,5 milhões em recursos, vindos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Somente em 2011 o governo planeja investir quase R$ 2,4 milhões no projeto, segundo a CPRM.
Tecnologia para exploração das terras raras
Landgraf afirma que as tecnologias para mineração e processamento de terras são dominadas.
"A gente já soube fazer, no passado, e temos competência para produzir terras raras. Não há um desafio tecnológico intransponível", prossegue.
Ele recorda que o Brasil fez superimãs na década de 90. "Havia cinco grupos de pesquisa, pelo menos, fazendo superimãs, isso foi meu tema no doutorado. Chegamos a ter uma empresa produzindo superimãs; ela quebrou em 1994", comenta.
Para o diretor do IPT, o problema é econômico. "A questão é saber se alguém tem cacife para montar uma empresa no Brasil, ou se podemos fazer um conjunto de empresas entrar no ramo, e enfrentar um possível dumping chinês", analisa.
Do ponto de vista da pesquisa e do desenvolvimento, Landgraf explica que seria preciso estudar a produção em escala industrial. "A gente fez coisas em escala laboratorial, não em escala comercial. Então, se houver decisão empresarial e do governo e o País entrar nesse setor, o próximo desafio é fazer a escala piloto dos processos para chegar à escala industrial", diz.
Ele acrescenta que hoje o Brasil tem instrumento para financiar as plantas industriais previstas em projetos de P&D que operem em escala piloto, como é o caso do Funtec, programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Tecnologia para o uso
Landgraf defende que o Brasil não seja um mero exportador de minerais, mas que desenvolva toda a cadeia de produção. Começa com a mineração e concentração das terras raras, etapas de menor valor na cadeia. A seguir passa pela indústria química, responsável por fazer a etapa de separação.
"Não existe imã de terras raras, existe imã de neodímio. As terras raras são quimicamente parecidas, então precisa separar uma da outra", explica. "A tecnologia necessária é relativamente sofisticada, mas sabemos fazer em universidades, institutos de pesquisa", prossegue.
Ele comenta que, no passado, havia grupos de pesquisa na USP, no Cetem, e em outros centros que faziam, em laboratório, a separação, mas tudo se desarticulou nos anos 1990, quando a China começou a praticar preços baixos no mercado internacional. "São Paulo tem tradição nisso, tínhamos a empresa Orquima, que depois foi adquirida pela Nuclebras e passou a se chamar Nuclemon, posteriormente incorporada pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB)", recorda.
O mercado para venda de terras raras é crescente. Hoje, o mundo consome 150 mil toneladas por ano de terras raras, de acordo com o diretor do IPT. O neodímio, elemento químico mais usado dentro desse grupo, está presente nos superimãs. Estes, por sua vez, são cada vez mais usados em motores que precisam ter dimensões pequenas, como os que regulam bancos e espelhos em automóveis mais luxuosos.
"São imãs que permitem miniaturizar os motores. Esse mercado vai crescer muito", aponta Landgraf. O gerador de energia eólica pode ser feito com os superimãs, outro nicho de aplicação que se expande com a necessidade de fontes renováveis de energia.
O lantânio é usado para fabricar gasolina. Numa das etapas de produção do combustível na refinaria, os gases passam por cima de um catalisador de óxido de lantânio, que promove a junção das moléculas que formam a gasolina. "O Brasil consome 1.000 toneladas por ano de lantânio. Não é um grande mercado, mas se não tivermos lantânio, não fabricamos gasolina. Somos dependentes da China", destaca.
Os outros 12 elementos que formam o grupo terras raras são usados em menor quantidade em várias aplicações. O óxido de cério, por exemplo, é usado para polir lentes de óculos.
Nos LEDs brancos, que estão substituindo lâmpadas
 fluorescentes porque consomem menos energia,
 também se usa óxidos de terras raras. "O laser é 
verde, azul ou vermelho. Para obter a luz branca, o
 laser bate numa camada fluorescente branca e 
quem gera essa luz branca é uma mistura de óxidos 
de terras raras aplicada aos LEDs", explica. "Se o 
mercado de LEDs for crescer como indicam as 
projeções, será preciso muita terra rara", afirma.
A mesma revista em matéria anterior.

Surge nova geração de telas digitais baseada em elementos de terras raras

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/07/2004
Telas raras
Um dos temas mais discutidos quando se trata de inovações tecnológicas é o enorme hiato temporal que existe entre a descoberta no laboratório e a efetiva comercialização do produto resultante.
Mas este não foi o caso do trabalho do professor 
Andrew Steckl, da Universidade de Cincinnati, 
Estados Unidos.
Há apenas três anos, ele e seu então aluno Jason 
Heikenfeld descobriram que elementos encontrados
 nas terras raras, como érbio e európio, podem ser 
adicionados ao nitreto de gálio para criar telas 
coloridas com brilho incomparável.
Esquema do dispositivo de geração de imagens baseado em elementos de terras raras. [Imagem: Steckl et al.]
Terras raras
Terras raras, ou lantanídeos, são os elementos químicos que apresentam propriedades semelhantes ao lantânio, compreendendo todos os elementos da tabela periódica com pesos atômicos entre 57 e 71, além do escândio (21) e do ítrio (39).
Com o prosseguimento da pesquisa, os cientistas conseguiram criar telas com um espectro de cores maior do que hoje é possível de se ver nas telas de televisores.
"Nossos aparelhos podem gerar todas as cores primárias e compostas, são mais brilhantes e têm um campo de visão mais amplo do que é possível de se alcançar com a tecnologia LCD de matriz ativa atual," explica Steckl. "Telas feitas desse material são resistentes, insensíveis à temperatura e pode ser vistas em locais externos, sujeitos a condições ambientais de iluminação."
Telas de terras raras
Como a tecnologia tem um enorme potencial de usos, de telas planas para televisores digitais de alta definição (HDTV) até telas mais brilhantes para computadores de mão, a pesquisa do Dr. Steckl chamou rapidamente a atenção dos investidores. O resultado foi um salto rápido da descoberta para a aplicação comercial.
Para comercializar seus produtos, o pesquisador criou a empresa Extreme Photonix, atualmente localizada em uma incubadora no próprio campus da Universidade.
Comenta-se, que os motores elétricos do Telescópio Espacial James Webb,
a ser lançado em 2018, serão construídos com estes metais para suportarem as baixas temperaturas do espaço sideral e também do calor solar quando incidentes.
O Brasil timidamente acordou em 2013 e parece que segue a passo de tartaruga pois não se vê uma noticia a respeito. Para os leitores locais, lembram do caso Nióbio, em que se comentava que saía para fora do Brasil por preços irrisórios? Pois é é um dos metal das chamadas terras raras.

Brasil entra na corrida pelas terras-raras

As terras-raras são a matéria-prima básica de telefones celulares, carros híbridos, mísseis teleguiados e outras maravilhas da tecnologia. O Brasil se empenha para começar a extraí-las do subsolo e reduzir a dependência da China, que há anos domina o mercado internacional
Ricardo Westin
Os subsolos do Brasil guardam um dos recursos naturais mais cobiçados do século 21: os elementos químicos conhecidos como terras-raras. Embora o nome não soe familiar, são o ingrediente essencial das maravilhas da alta tecnologia.
As terras-raras fazem funcionar tablets, telefones celulares, lasers, turbinas de energia eólica, catalisadores para refino de petróleo, aparelhos de ressonância magnética, mísseis teleguiados, carros híbridos (movidos a gasolina e eletricidade) e outras invenções sem as quais não se imagina a vida moderna.
Apesar de terem elevado valor estratégico, o Brasil não tira proveito desses elementos. Praticamente não existem empresas dedicadas à extração de terras-raras. O país também não tem noção de seu potencial.
Apenas algumas jazidas estão mapeadas.
O Brasil corre para mudar esse quadro. Dois

 ministérios, o de Minas e Energia e o da Ciência e

 Tecnologia, tentam convencer as mineradoras a

 explorar as jazidas já localizadas e incentivar os

 institutos de pesquisa a prospectar minas ainda 

desconhecidas.
Funcionários de mineradora trabalham numa jazida em Araxá: governo quer que país volte a ser produtor de terras-raras, elementos que são encontrados ligados a minérios

O Senado também se envolveu. Acaba de criar, dentro da Comissão de Ciência e Tecnologia, uma subcomissão dedicada às terras-raras. A missão dos senadores é propor e aprovar uma lei que garanta a chamada segurança jurídica aos investidores que decidirem apostar na pesquisa, na extração e na industrialização das terras-raras, estabelecendo quais são seus direitos e deveres.
O presidente da subcomissão é Anibal Diniz (PT-AC). O vice-presidente é Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). A relatoria cabe a Luiz Henrique (PMDB-SC).
O Brasil não está sozinho no atraso. O mundo inteiro depende da China, que reina absoluta no mercado das terras-raras. De todo o volume comercializado internacionalmente, algo em torno de 90% sai das minas chinesas.
Nem sempre foi assim. Países como os Estados Unidos, a Austrália, a África do Sul e o próprio Brasil extraíam quantidades significativas de terras-raras até algumas décadas atrás.
Submarino nuclear
No Brasil, a história remonta ao final do século 19, quando foram descobertos depósitos de areias ricas em terras-raras entre o norte do Rio de Janeiro e o sul da Bahia. Primeiro, saíam do país como lastro de navio (material pesado acomodado no porão das embarcações para dar-lhes estabilidade). Depois, passaram a ser vendidas para a Europa como matéria-prima das mantas incandescentes dos lampiões a gás. Eram as terras-raras que conferiam às mantas a valiosa capacidade de não se queimarem em contato com o fogo.
Nos anos 50, as terras-raras extraídas daquelas mesmas jazidas foram exportadas para os EUA e empregadas no USS Nautilus, o primeiro submarino de propulsão nuclear da história. Em barras, as terras-raras do Brasil controlavam a absorção de nêutrons do reator atômico do Nautilus.
O nome terra-rara é enganoso. Esses elementos não têm terra na composição nem são raros. Quando foram identificados, no século 18, os cientistas chamavam os óxidos de terras. E os consideravam raros porque eram (e ainda são) encontrados em baixas concentrações, agregados a minérios e minerais. Hoje se sabe que, ainda que “diluídos”, estão em vários pontos da crosta terrestre. Alguns são mais abundantes do que o cobre e o ouro.
O que são terras-raras
No total, 17 elementos químicos fazem parte da família das terras-raras, como o európio, o túlio, o lantânio e o ítrio. Eles são vizinhos na tabela periódica. Assemelham-se em razão de suas propriedades químicas, magnéticas e de fluorescência, que os tornam insumos insubstituíveis na tecnologia de ponta. São as terras-raras que possibilitam a existência dos ímãs mais potentes que há e permitem a criação de aparelhos eletrônicos cada vez menores. Num celular, elas se contam em gramas. Numa turbina eólica, em centenas de quilos.
A China conseguiu antever que os usos das terras-raras se multiplicariam e entrou com força total nesse filão. Em meados dos anos 80, adotou uma estratégia agressiva de negócio, incluindo polpudos subsídios estatais à pesquisa tecnológica e à extração.

Como a China conseguem vender terras-raras a preços 

irrisórios, é muito mais conveniente e barato para 

qualquer país importar as terras-raras da Ásia do que

 extraí-las em seu próprio território. É um clássico

 exemplo de dumping. Fora da China, como

 consequência, praticamente mina nenhuma

 sobreviveu... “


Vídeo:
Quem sabe agora, seja a oportunidade de avaliar a exploração e beneficiamento por aqui.
Se diz, que hoje a melhor Tecnologia, a mais avançada é a Japonesa e parece que não abrem para ninguém a técnica e a tecnologia, quem sabe um acordo futuro...

 Fontes:










J.A.

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