terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Canal da Nicarágua, sai do papel e dá partida para sua construção

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Um projeto antigo desde o século passado parece sair do papel, segundo noticias da Revista Exame.

Com o título, " 

O maior projeto de engenharia do mundo vai sair do papel?"

Foto - Proposta para canal da Nicarágua em 1870

São Paulo - O antigo sonho de um canal na Nicarágua que rivalize com o do Panamá está ficando um pouco mais próximo da realidade. 
Ele começa a tomar forma hoje com a abertura de estradas em direção à comunidade de Rio Grande, onde será cavado um canal de 278 quilômetros de comprimento entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Com custo estimado em US$ 50 bilhões, é o maior projeto de engenharia do mundo e deve demorar entre 6 a 10 anos para ser concluído. A Maersk, maior empresa de transporte do mundo, já deu o seu apoio.
O novo canal terá capacidade para navios maiores do que os que passam hoje pelo Canal do Panamá - mesmo quando o projeto de expansão deste, também já em obras, estiver concluído.
Praça central da cidade de Granada, na Nicarágua
O projeto é discutido desde o início do século XIX mas nunca saiu do papel. Desta vez, passou a toque de caixa e com pouca transparência depois que virou uma questão de honra para o presidente e ex-guerrilheiro Daniel Ortega.
Ele governou o país entre 1984 e 1990, voltou em 2001 e ganhou em 2006 o seu segundo mandato consecutivo de 5 anos. No início deste ano, conseguiu passar reformas que permitem sua reeleição por tempo ilimitado ao mesmo tempo em que colocam a concessão do canal na Constituição.
O ex-guerrilheiro Daniel Ortega, presidente da Nicarágua
Ele diz que o projeto é a chave econômica para a "independência total e definitiva" da nação, a segunda mais pobre das Américas. Com a perspectiva de crescimento do comércio global e a proximidade dos portos americanos, o canal pode trazer ao país um fluxo inédito de recursos.
Mar de dúvidas
Nem todos os nicaraguenses estão convencidos. A construção ficou a cargo de uma empresa chinesa, a Hong Kong Nicaragua Canal Development Investment Company, liderada por um empresário, Wang Jing, com um magro histórico público ou de grandes projetos.
Há muita especulação sobre supostos ganhos pessoais de Ortega no processo e das ligações de Wang com o governo da China, que já é líder mundial em fluxo de comércio e certamente está interessada em controlar o que pode vir a ser uma das principais rotas mundiais.
Wang Jing, presidente da HNDK, empresa por trás do projeto do Canal da Nicarágua
A Nicarágua ganhará apenas 1 ponto percentual de controle do canal a cada ano que passa - ou seja, só se tornará majoritária após 50 anos. Enquando isso, Wang e a HKND terão que pagar apenas US$ 10 milhões por ano e podem vender seus direitos para qualquer outra empresa ou país.
Eles também já tem carta-branca para criar zonas de livre comércio e construir portos e aeroportos em áreas ao redor do canal onde hoje moram agricultores e comunidades indígenas - que já estão protestando.
Poucos detalhes sobre financiamento e impacto ambiental foram liberados, apesar do projeto cortar ao meio o Lago Nicarágua, a principal fonte de água doce da América Central. Não é por acaso que muitos duvidam que o canal deixará de ser o que foi nos últimos 200 anos - apenas um sonho (ou pesadelo) distante.
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Um pouco da história deste Canal;
Canal da Nicarágua é um canal hipotético que ligaria o Mar do Caribe, e, portanto, o Oceano Atlântico, com o Oceano Pacífico, através da Nicarágua, naAmérica Central. Tal canal iria seguir rios até o Lago Nicarágua e, em seguida, atravessaria o istmo de Rivas para alcançar o Pacífico.
A construção de um canal ao longo do percurso utilizando o Rio San Juan foi proposto na época colonial. Luís Napoleão escreveu um artigo sobre a sua viabilidade no início do século XIX. Os planos dos Estados Unidos para construir um canal foram abandonados no início do século XX, após a aquisição dos interesses franceses no Canal do Panamá, a um custo razoável. A especulação sobre um novo canal continua, no entanto, o aumento constante no mundo marítimo, juntamente com a possibilidade de criar rotas mais curtas de navegação, pode tornar este projeto viável. Alternativamente, uma estrada de ferro, ou uma estrada de ferro combinada e um oleoduto, poderiam ser construídos para ligar os portos do Atlântico e a costa do Pacífico.
Cartum de 1895 defendendo a ação dos EUA para a construção do Canal da Nicarágua.
Não restam dúvidas como alternativa ao Canal do Panamá, encurtando a distancia entre os Oceanos Atlântico e  Pacífico para os grande navios cargueiros.
Fontes:
J.A.

Um comentário:

  1. Segundo blog , Hum Historiador.
    A Rússia também teria uma pequena participação nisso tudo, justificando o jogo politico do Brasil na construção do porto de Marel em Cuba e também agora da aproximação entre EUA e Cuba.
    Pinçado do blog;
    ..." Na opinião do diretor-geral do Instituto Nacional de Energia, Serguêi Pravosudov, a Rússia será beneficiada não só economicamente, mas também no aspecto geopolítico. “A América do Norte controla os pontos básicos através dos quais seguem as rotas marítimas: os Canais do Panamá e de Suez, bem como as principais rotas comerciais que passam por Singapura, Gibraltar etc. Por isso, o surgimento de uma via navegável alternativa é um desafio direto aos EUA”, alega Pravosudov...."
    http://umhistoriador.wordpress.com/2014/07/03/russia-se-junta-a-china-em-projeto-que-preve-construcao-de-canal-na-nicaragua/

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