segunda-feira, 12 de maio de 2014

Plástico regenera-se depois de perfurado por projétil

Peço aos amigos que deem uma clicada nos reclames da lateral direita ou inferior da página. Assim estarão ajudando este blogueiro a manter a página  e receber algum do Google".


Da Revista Inovação Tecnológica - 09/05/2014.

Regeneração artificial

laboratórios há mais de uma década, e alguns deles
 começam a caminhar rumo à comercialização.
Os primeiros avanços significativos na área foram 
dados pela equipe do professor Scott White, da
 Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, que
 desenvolveu uma forma de promover
animais.
Agora a equipe foi além de consertar trincas e 
rachaduras e criou uma maneira de fazer com que os
 materiais se regenerem.
Essa montagem reúne fotos do material tiradas em um intervalo de 20 minutos, mostrando o processo de regeneração do plástico. [Imagem: Scott R. White]
Eles conseguiram nada menos do que fechar 
rapidamente o furo provocado por um projétil em 
placas de diversos tipos de plástico.
O furo de 3,5 centímetros de diâmetro fechou-se em
 cerca de 20 minutos, recuperando 62% da 
resistência original do material em três horas.

Duas veias
A capacidade de regeneração usa o mesmo conceito
 desenvolvido anteriormente pela equipe, de redes
 vasculares artificiais criadas no interior do material.
Neste novo experimento, eles usaram apenas duas
 "veias", que contêm dois líquidos que formam um
 gel ao se misturar - o furo foi provocado
 exatamente sobre os dois canais.
Tão logo o projétil perfurou a placa de plástico, os
 dois materiais se misturaram e rapidamente
 curaram, formando um polímero forte que restaura 
grande parte da resistência mecânica do plástico
 original.
Segundo a equipe, é possível ajustar as reações
químicas para controlar a velocidade de formação do
 gel ou a velocidade de endurecimento, de acordo 
com o tipo de dano causado.
Por exemplo, o impacto da bala causou uma série de
 fendas que se irradiaram da perfuração central, de
 modo que o tempo de reação teve que ser
 diminuído para dar tempo aos produtos químicos
 para penetrar nas fendas antes de endurecer.
Neste experimento foram usadas apenas duas "veias", e o furo foi provocado exatamente sobre elas. [Imagem: Scott R. White et al./10.1126/science.1251135]

Passos práticos
Além de sanar perfurações a bala, os pesquisadores
 afirmam que essa técnica poderá ser útil no espaço,
 tornando as naves capazes de se curar de
 perfurações por micrometeoritos.
Outros usos incluem canos que reparam furos
 automaticamente e todo tipo de aparelho capaz de
 consertar suas partes plásticas depois de uma
 queda ou acidente.
Mas isso irá requer trabalhos adicionais, sobretudo a
 criação de sistemas vasculares mais complexos e
 maiores, que possam acudir o problema onde quer
 que ele ocorra, em qualquer parte do material.
"Temos que lutar contra um monte de fatores
 exógenos para conseguir a regeneração, incluindo a
 gravidade," explica o professor White.
"Os líquidos reativos que usamos formam um gel 
muito rapidamente, de modo que ele começa a
 endurecer tão logo é liberado. Se isso não
 acontecer, os líquidos simplesmente escapam da
 área danificada, essencialmente 'sangrando'," 
completou ele.
  • Bibliografia:
Restoration of Large Damage Volumes in Polymers
Scott R. White, Jeffry S. Moore, Nancy R. Sottos, Brett P. Krull, Windy A. Santa Cruz, Ryan C. R. Gergely
Science
Vol.: 344 (6184): 620
DOI: 10.1126/science.1251135
Vejam também assunto correlato:

Ciência aposta em materiais que se autoconsertam

Com informações da BBC - 05/11/2012

Autoconserto concreto
O concreto é o material de construção  mais usado 
no mundo, mas a ação da água e de produtos 
químicos tende, ao longo do tempo, a corroê-lo.
Mas não um novo concreto que está em fase de 
testes na Universidade Técnica de Delft, na Holanda.
O concreto autocurativo contém bactérias que
 produzem calcário e são ativadas pela água da 
chuva. Os esporos da bactéria - adicionados à 
fórmula do concreto - ficam dormentes até serem
 atingidos pela água da chuva corroendo as estruturas do material.
Então, a bactéria, que é inofensiva, produzirá 
calcário e "curará" as rachaduras causadas pela 
água.
"Vimos em laboratório o conserto de rachaduras de 
0,5 mm de largura," o que é mais do que o
 estabelecido por normas técnicas, explica o 
microbiologista Henk Jonkers, autor do projeto.
Se a ideia der certo, Jonkers espera comercializar o
 produto daqui a dois ou três anos, após testes
 externos e em diferentes tipos de concreto.
O principal desafio é garantir que o agente "curador"
 seja forte o suficiente para sobreviver ao processo 
de mistura do concreto. Para isso, é preciso aplicar
 uma cobertura às partículas biológicas, algo que
 encarece o processo.

Mas, ainda que o agente aumente em 50% o custo 
do concreto, isso ainda representará apenas 1% a 
2% do total dos custos de construção. Já a
 manutenção de concreto deteriorado representaria
um custo maior, diz Jonkers.

Conserto com luz
Não é só para o concreto que os cientistas buscam
 desenvolver capacidades de autoconserto.
Uma aplicação possível dessa propriedade seria em 
smartphones e tablets, que tão comumente sofrem 
riscos e quebras na tela.
A equipe do professor Ian Bond, da Universidade de 
Bristol, na Grã-Bretanha, fez um estudo de 
viabilidade a respeito de um problema parecido, que
 afeta vidros à prova de balas. "O vidro suporta a 
bala, mas racha", explica.
Bond, Ian Bond, avaliou a possibilidade de mesclar 
com o vidro alguma substância que preencha as 
rachaduras. "Esse mesmo princípio poderia ser 
aplicado em escala menor", em aparelhos 
eletrônicos, acrescenta o professor.
O conceito de autorreparo inclui ainda roupas autolimpantes, auto-remendantes e à prova de insetos. [Imagem: Andy Fell/UC Davis]
Ele acredita que um sistema com um gatilho - talvez 
a luz do Sol - também possa funcionar. Óculos, por
 exemplos, poderiam ser fervidos para consertar 
riscos ou rachaduras na superfície.
"Você não pode fazer isso com seu celular, mas 
talvez possa colocar o aparelho na janela, sob o Sol 
durante 24 horas, para consertar alguns riscos".
Christoph Weder, do Instituto Adolphe Merkle, na 
Suíça, acredita que dá para ser mais prático, não
 precisando depender do Sol.
Ele e seus colegas estão desenvolvendo materiais 
 luz, mesmo a de uma lâmpada.
No caso dos smartphones, trata-se apenas de um 
projeto. Mas já existe um spray que pode ser 
aplicado em motores para prevenir ou minimizar
 vazamentos, caso eles sejam atingidos por balas de
 baixo calibre.
Há três camadas no spray, e as duas exteriores são
 feitas de um plástico especialmente formulado que
 se espalha ao redor do projétil. NO meio do plástico
 há uma camada especial com um componente 
absorvente. Quando esse componente entra em 
contato com o combustível, forma-se uma 
camada seladora.
Este polímero regenerável promete prolongar a vida do óleo do motor de automóveis e outros equipamentos. [Imagem: Syrett et al.]
Circuitos de metal líquido
Os primeiros estudos sérios sobre esse tipo de
 tecnologia começaram nos anos 1960, por
 pesquisadores soviéticos. E, em 2001, um estudo
 da Universidade de Illinois (EUA) deu o pontapé
 para avanços nessa área.
Os pesquisadores injetaram um polímero semelhante
 ao plástico com cápsulas microscópicas contendo 
um líquido de agentes curativos. Se o material
 rachasse, isso ativava a ruptura das cápsulas e a
 liberação do agente curativo. E uma reação química
 reparava o produto. O polímero é capaz de 
recompor cerca de 75% de suas características 
originais.
Na última década, essa equipe avançou e criou um 
circuito elétrico que se autoconserta quando
 danificado. Microcápsulas no circuito liberam metal
 líquido em caso de danos, restaurando a 
condutividade.
  • O grupo já está comercializando seu trabalho 
  • por 
intermédio da empresa Autonomic Materials, que
 obteve investimentos de cerca de US$ 4 milhões
. Segundo o executivo-chefe Joe Giuliani, as 
primeiras aplicações das microcápsulas devem ser
 em tintas e adesivos para serem usados em 
ambientes afetados pela corrosão.
O setor de petróleo e gás pode ser beneficiado:
 produtos autocurativos podem ser úteis em 
plataformas, em oleodutos e em refinarias.
Scott White, do Instituto Beckman da Universidade
 de Illinois, opina que o conserto em equipamentos
 esportivos e aeronáuticos, por exemplo, é um "alvo 
de médio prazo" para a ciência.
Segundo ele, todo o conceito de autoconserto tem
 despertado grande interesse na última década, com
 cerca de 200 estudos acadêmicos publicados a
 respeito no ano passado. Há projetos em direções 
distintas, como polímeros e compostos que se 
autorreparam.
Aviões com cicatrização
A inspiração, em alguns casos, é o sistema vascular 
humano, que depende de uma rede capilar para
 transportar agentes curativos ao local de feridas no
 corpo. Ao mesmo tempo, exploram a natureza
 reversível de alguns compostos químicos para 
incorporar neles essas habilidades curativas.
Que o conceito de usar veias artificiais para permitir 
que materiais se autoconsertem é viável ficou bem
 demonstrado em um trabalho apresentado em
Janeiro deste ano, pelo próprio grupo da 
Universidade de Illinois.
Bond, por sua vez, está desenvolvendo uma rede
 vascular baseada em fibras ocas, que transmitiriam
 agentes curativos por meio de polímeros. Sua ideia
 final é "uma aeronave autocurativa".
Seu colega Christopher Semprimoschnig quer mais,
 e já fala em construir uma espaçonave capaz de se 
autoconsertar do impacto de meteoritos ou lixo 
espacial.
Tamara Dikic, da Universidade de Tecnologia de
 Eindhoven, na Holanda, propõe o uso dos materiais
 que se autoconsertam em aplicações mais práticas 
A ideia de imitar a cicatrização biológica é minimizar 
danos em elementos estruturais de
 aviões, que podem ser alvo de rachaduras.
Bond continua trabalhando para superar alguns 
obstáculos enfrentados por sistemas vasculares: 
passar de microcápsulas para uma rede bi ou 
tridimensional, por exemplo, é um grande desafio
 industrial. Outro problema é garantir e controlar o 
fluxo do líquido curativo pelo material.
"No caso do sangue, ele só coagula quando está fora
 da veia", diz o professor. "Queremos algo assim, já
 que o perigo de compostos químicos simples é de
 que ele solidifique toda a rede capilar."

Fontes:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/not
icia.php?artigo=materiais-que-se-
autoconsertam&id=010160121105#.U3C7pIFdXSk

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/not
icia.php?artigo=plastico-regenera-depois-perfurado-
projetil&id=010160140509&ebol=sim#.U3C5soFdXSk

J.A.

Nenhum comentário:

Postar um comentário