quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sincronismo e paralelismo de Inversores e no-break´s.

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Há pouco tempo um amigo que trabalha no ramo elétrico me disse;
 - “Nunca entendi bem como esses equipamentos trabalham em paralelo de maneira tão eficiente e de circulação de corrente entre eles desprezível. Esses novos geradores fazem tudo sozinho sem precisar que se use um sincronoscópio como no passado”.
Figura 1

Tres modernos no-breaks modulares operando em paralelo redundante.
Pensei no tema e hoje falaremos exatamente desta dúvida do meu amigo.

1- Preâmbulo

O paralelismo de máquinas rotativas como as usinas elétricas é largamente conhecido e falarei rapidamente aqui colocando os links com assuntos publicados e disponíveis na rede.

Rapidamente poderíamos dizer que duas grandezas merecem destaque:
A)    O sincronismo de freqüência que é dado pela velocidade imprimida no eixo do alternador, seja ela hidroelétrica, uma térmica a vapor, uma geração a gás ou geração a diesel. O controle de rotação também será responsável pela potencia ativa fornecida.
B)     O controle da tensão que neste caso esta dentro do gerador, através de atuação na excitatriz . Diferenças grandes de potencial entre as fontes poderão gerar reativos (circulação de corrente) significativos entre as fontes paraleladas.

Uma vantagem deste sistema é que uma vez paralelado a própria carga é um elemento que serve como estabilizador necessitando quando for necessário de um pequeno ajuste fino para divisão de carga.
Também em se tratando de Usinas é comum que cada gerador tenha o seu transformador elevador que acaba sendo uma impedância a mais no sistema, limitando as correntes.

Agora, No-break´s e Inversores é outra coisa e são precisos  mais elementos de informação eletrônica para se ter pleno êxito num paralelismo.

2- Dispositivos de Potência Eletrônica que operam em paralelo.

Temos dois grupos:
O grupo de inversores que operam como uma usina geradora de energia fornecendo potencia ao sistema interligado e  noutro grupo os No-breaks e inversores que fornecem energia condicionada para alimentação de uma determinada carga crítica.

No primeiro grupo estão os inversores dos linhões de corrente continua, os sítios eólicos como exemplo.
 No segundo grupo, por exemplo, os grandes CPD´S.

Para ambos os casos independente do projeto e a tecnologia aplicada em cada produto eles tem coisas comum na sincronização e paralelismo.

São elas;
1)     Amostragem da freqüência da rede para sincronização. Também amostragem da freqüência do lado da carga ou UPS.
2)     Medição além da sua corrente, a de UPS e do lado da rede para comparações e controle das correntes ativa e reativa.
3)     Medição das tensões da rede e da carga (UPS) para correção das potencias reativas.
4)     O sistema tem que se auto-controlar informado a corrente total da carga,  o quando cada equipamento no paralelo esta contribuindo para o sistema.
5)     Isso é importante porque quando uma máquina apresenta um defeito ou são desligadas as outras imediatamente aumentam o seu fornecimento de potencia fornecida proporcionalmente.

Os equipamentos com tecnologia choperizada (conversor DC) costumam terem amostragens através de transdutores da tensão e da corrente DC incrementada e circulante no barramento DC. São fatores que vão contribuírem durante uma transferência e no paralelismo com avanço e atraso de fase e da corrente ativa fornecida pelo ( W ou KW) equipamento.

3- Máquinas rotativas:

Artigos já publicados na rede como;

Paralelismo e Sincronismo


Sistema elétrico automatizado objetivando otimização na alimentação de centros de consumo, entre muitos outros.


4- Sistema de geração eólica:

A energia eólica com a finalidade de conversão em energia elétrica pode ser obtida de várias formas. A mais comum é por meio de aero geradores. Um aero gerador é um gerador elétrico integrado ao eixo de um cata-vento e que converte energia eólica em energia elétrica. Pode ser implantado em terra ou mar (offshores), onde a presença do vento é mais regular. É um equipamento que tem se popularizado rapidamente por ser uma fonte de energia renovável e não poluente.
Existem dois tipos básicos de rotores eólicos: os de eixo vertical e os de eixo horizontal. Os rotores diferem em seu custo relativo de produção, eficiência, e na velocidade do vento em que têm sua maior eficiência.
Existem também os aero geradores de baixa tensão, que se diferenciam dos aero geradores de alta tensão principalmente por terem tamanhos e peso reduzidos em relação a estes, que usualmente são instalados nos cumes das montanhas ou em grandes planícies. O peso médio de um aero gerador de baixa tensão é de 100 kg. Este tipo de equipamento pode ser definido como um aero gerador doméstico, pois a quase totalidade dos equipamentos é instalada em habitações ou micro-indústrias. São usados isoladamente para alimentar localidades remotas e distantes da rede de transmissão.
Podemos também encontrar conjuntos de aero geradores constituindo um parque eólico. Eles são necessários para que a produção de energia elétrica torne-se rentável. Só são construídos após estudos exaustivos de viabilidade econômica e de impacto ambiental. Normalmente estas instalações encontram-se em terra, mas é cada vez mais freqüente instalá-las no mar (offshores) onde a presença do vento é mais regular. Estes parques eólicos “offshore” permitem a redução dos inconvenientes provocados pelo ruído e pela poluição da paisagem.
Sistemas de injeção na rede – São todos os sistemas que inserem a energia produzida por eles mesmos na rede elétrica pública. Neste caso, a maioria dos aero geradores são os de alta tensão.
Figuras 2 , 3 e 4 abaixo.


https://evolucaoenergiaeolica.wordpress.com/aerogerador-de-eixo-horizontal/


Esses sistemas seguem regras e normas rígidas para sistemas que paralelam com a rede, necessitando de projetos específicos e autorização para isso.

Poderemos citar conjuntamente sistemas com energia solar foto voltaica e transmissão em HVDC que paralelam inversores a rede de forma controlada.
Videos de  sistema HVDC

5- Sistemas domésticos como energia foto voltaica de baixa potencia.

Existem inversores dedicados a operarem em paralelo com a rede de forma a trabalharem numa redução geral de consumo na edificação. Com os novos componentes de potencia da família dos transistores Mos-Fet e IGBT´s permitem em alta frequência comutações em onda PWM que acabam facilitando o controle do paralelismo de forma segura.
Figura 5.
Vale lembrar, que dispositivos eólicos de baixa potencia também podem utilizarem os mesmos tipos de inversores.
 Por exemplo; o este vídeo disponível no YouTube.

Para potências maiores os inversores se parecem com os dos sítios  de energia eólica como estes da ABB.
Figura 6.


Informações complementares sobre inversores solares:

 6- Como é o controle do paralelismo eletrônico;

Para um paralelismo de um sistema com outro ou entre um sistema e a rede é necessário que o equipamento gere energia a partir de uma freqüência básica, no caso no Brasil 60 Hz.
Esta freqüência é influenciada pelo controle de sincronismo e pelo controle da corrente ativa (fase).
Outro controle é a divisão de carga / contribuição para o sistema. Medições informam a eletrônica, as correntes do próprio equipamento, as do barramento de carga e as da rede quando se tem vários equipamentos em paralelo mais a rede.

Outra informação importante é o potencial elétrico da rede, do barramento de carga em relação ao equipamento que será paralelado ao sistema. Assim como a freqüência que tem uma janela em percentual muito estreita ( 1 a 2 %) mais um tempo pré-programado para liberar o sincronismo. A tensão é um fator importante por causa dos reativos envolvidos. É por isso que existem limites para um paralelismo como, por exemplo;
- Sensores de tensão alta e baixa fornecem informação para o circuito de sincronização caso a tensão entre as fontes estejam fora dos padrões, inibindo qualquer transferência de paralelismo.

Vamos ao exemplo desta figura7.

Vejam que temos amostragem das correntes da rede e do barramento de carga.
Também temos amostragem das tensões da rede e do barramento de carga.
Desta forma a chave estática em questão para fechar o paralelismo vai necessita de um comando da eletrônica que só ocorrerá se for satisfeitos os preceitos de proteção estabelecidos.

6.1- Alguns exemplos para a sincronização;
- Quando é feito o comando o equipamento tem suas referencias de tensão influencias pelo barramento de carga e da rede adaptando sua tensão de saída.

- Neste mesmo tempo as correntes circulantes pelos TC´s serão uma compensação nas correntes reativas e ativas (Va e W) de forma que ele divida a carga ou contribua dentro do valor limite.

- Sistema costuma ter na sua lógica uma informação de quantos equipamentos estão ligados (o mesmo comando que manda fechar a chave estática informa o estatus), otimizando o funcionamento geral.

Exemplos de controle das correntes ativas e reativas, estas informações se juntarão ao controle da corrente que o equipamento esta fornecendo em sua saída de forma a garantir uma estabilização.
Figura 8.

O sinal de comando “CZ” serve para acionar as chaves eletrônicas de forma a liberar o controle individual do equipamento, incrementando as informações de controle dos barramentos de carga e rede.

6.2- Exemplo de controle na sincronização 2.
Tendo uma freqüência base, o oscilador precisa ser influenciado pelas referencias dos barramentos de carga e da rede. Como o exemplo anteriormente citado acima.
 Além disso, a fase também precisa ser influenciada para uma perfeita divisão de potencia ativa. O Sinal “VM” vem do comando para acionar a chave eletrônica de forma que finamente interfira no controle de fase, figura 9.

Um terceiro exemplo de sincronismo vem do controle de tensão do equipamento.
 É preciso que a tensão fornecida esteja o mais próximo possível dos demais sistemas a serem paralelados.
Na próxima figura um exemplo de como isso pode ser feito.
Figura 10.

Obseva-se que o sinal da eletrônica “VN”, libera a soma dos sinais dos barramentos de carga e da rede para que influenciem o controle de tensão interno do equipamento de forma que as diferenças de tensão entre eles sejam as menores possíveis.
 Portanto, seguindo o exemplo, se um equipamento esta desajustado, considerando uma saída no barramento de carga em 220 Vac, e ele esteja em 223 Vac ou 217 Vac ao ser colocado no barramento de paralelo suas tensão básica sofrerá estas influencias chegando aos 220 Vac.

Uma solução menos complexa pode ser feita utilizando uma equalização de tensão com uso de reatores conforme figura 11.
Note-se que os fluxos magnéticos entre as fontes paraleladas são antagônicos, isto é de fluxos contrários. Contactores são adicionados para que, toda vez que uma das unidades sai do paralelo ou é desligada, obrigatoriamente o enrolamento seja curto-circuitado evitando assim, sobre-tensões perigosas.
Neste exemplo, a tensão de saída dos equipamentos 1 e 2 sempre será uma média das diferenças de tensão tendendo, portanto a uma tensão equalizada no barramento de carga.
Um processo muito antigo que não sei se ainda é aplicado na moderna tecnologia atual.


7- Tecnologia Moderna de No-break´s:

Tanto as tecnologias unitárias ou tecnologias modulares, o processo é muito parecido
Temos que levar em consideração que o moderno no-break tem um verdadeiro computador interno que controla e gerencia tudo digitalmente.

Outra coisa importante eles não mais paralelam efetivamente com a rede, possuindo chaves estáticas de rápida transferência tanto do lado da rede como na sua saída de carga. Se estipula que o tempo de transferência esteja entre ¼ de ciclo a ½ ciclo, imperceptível, portanto para as cargas.

Com todo este aparato tecnológico eles são simples e já preparados para operação singela ou em paralelo, basta ligarem-se os cabos de comando do paralelismo nas RS pertinentes e parametrização de forma igual.

Na figura 12 abaixo, um exemplo desta nova tecnologia singela.
Vejam que alguns comandos atuam de forma geral e outros esperam a decisão do outro (S) equipamento (s).
Por exemplo, se alguém inadvertidamente fecha o by-pass manual todos outros vão para o by-pass, abrindo o (s) inversores da barra crítica.

7.1- Sistema Paralelo:

Nesta outra imagem exemplificativa são mostrado dois UPS em paralelo. As chaves de by-pass num bloco único como STS.
Será de vital importância nesta outra função de by-pass, seja ela por desligamento ou por transferência comandada.
Estando dois equipamentos no barramento de carga, aquele que foi desligado não acionará efetivamente a sua Chave estática (STS), permanecendo como prioritário a outra máquina que esta alimentado o sistema.
Vamos à figura 13;

7.2- Sistema de controle do paralelismo:

Como falamos no inicio, sendo um computador, basta se interligar cabos de comunicação entre eles que imediatamente um ficará como Máster e o outro (s) como escravo (s). Sempre o primeiro a ser ligado assumirá como Máster na maioria das tecnologias modernas.
Vamos à próxima imagem das placas de comunicações;
Figura 14.

Vejam que as duas RS identificadas como paralelo são de simples entendimento.
 Por exemplo:
Se tiver 3 no-breaks´s, a porta da esquerda interliga aos NB da esquerda e a da direito no imediatamente à direita e assim sucessivamente.

Portanto, os no-breaks´s modernos paralelam somente entre eles, não existindo qualquer circulação de corrente com a rede como as tecnologias do passado. No entanto, os inversores projetados para tal sim, paralelam com a rede sejam eles sistemas complexos como os HVDC e energia Eólica nas grandes potencias, mas também, os pequenos sistemas solares e eólicos citados.

Assuntos Correlatos - 

As novas Tecnologias de no-breaks






http://blogdonevesja.blogspot.com.br/2015/05/brasil-expande-transmissao-de-energia.html

Imagens e videos disponíveis da internet.

Artigo e arquivos pessoais sobre o tema.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-17592008000400010&script=sci_arttext

J.A.

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