quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Natureza inspira a Engenharia e Arquitetura.

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É a ciência imitando a natureza em prol de maior segurança, custos e inovações.

 Escolhemos três assuntos  neste tema.

O Primeiro:



Pontes e viadutos que imitam natureza podem ser indestrutíveis

Geração de forma
A professora Wanda Lewis, da Universidade de 
Warwick, no Reino Unido, levou ao próximo nível 
um processo de design inspirado no mundo natural.

Um nível que promete nada menos que uma nova 
geração de pontes, viadutos e outras estruturas 
virtualmente indestrutíveis.
O processo de design é conhecido como "busca pela
 forma", ou "geração de forma" (form-finding). Ele 
permite a concepção de estruturas rígidas que 
seguem uma forma natural, ou seja, estruturas que 
são sustentadas por uma força pura de compressão 
ou tensão, sem tensões de flexão, que são os 
principais pontos de fraqueza nas estruturas feitas 
pelo homem.
Essa técnica poderá, pela primeira vez, viabilizar o 
projeto de pontes e edifícios que arquem com 
qualquer combinação de carga permanente sem 
gerar tensões complexas, o que lhes daria maior 
segurança e maior durabilidade.
Estruturas projetadas pela natureza
A estrutura de uma árvore ou mesmo de uma 
folha, a curvatura de uma concha, a forma como 
um filme de sabão se sustenta em grandes vãos, 
são todos exemplos de projetos naturais de grande 
eficiência e resistência.
A professora Lewis desenvolveu agora modelos 
matemáticos que analisam esses princípios da 
natureza e geram padrões de estresse simples para 
cada estrutura. Os princípios que sustentam os 
modelos matemáticos são ilustrados usando 
experimentos de "geração de forma" que envolvem 
peças de tecido ou correntes.

Um pedaço de tecido, por exemplo, é suspenso e 
então relaxa na sua forma natural de energia 
mínima, puxado apenas pela gravidade. Em 
seguida, sua forma final é congelada em um objeto 
rígido, e então invertido. Isto produz uma forma 
natural - gerada unicamente pela ação da 
gravidade - que pode suportar cargas com grande 
eficiência.
Estética arquitetônica
Talvez não saia ao gosto dos olhos dos arquitetos, 
mas as formas resultantes têm uma resistência que
 não encontra equivalentes nos conceitos de 
engenharia convencionais.

"A estética é um aspecto importante de qualquer 
projeto, e nós fomos programados para ver algumas
 formas, como arcos circulares ou cúpulas esféricas,
 como estéticas. Nós frequentemente as 
construímos independentemente do fato de que 
elas geram tensões complexas, e são, portanto, 
estruturalmente ineficientes," defende Lewis.


Coco ajuda a projetar edifícios antiterremoto

Duro na queda
Engenheiros e cientistas dos materiais da 
Universidade de Freiburg, na Alemanha, juntaram-
se para tentar explorar a estrutura natural do coco 
em benefício da arquitetura e da construção civil.
Coqueiros podem ter 30 metros de altura, o que 
significa que, quando os cocos maduros caem no 
chão, suas paredes têm de suportar o impacto para 
que eles não rachem.
Para proteger a semente lá dentro, o coco tem uma 
estrutura complexa formada por três camadas 
principais: a casca externa que lembra a estrutura 
do couro, um mesocarpo fibroso e um resistente 
endocarpo interno em torno da polpa que contém a 
plântula em desenvolvimento.

"Analisando o comportamento de fratura das 
amostras e combinando isso com o conhecimento 
sobre a anatomia da casca obtida por microscopia e 
tomografia computadorizada, estamos identificando 
as estruturas mecanicamente relevantes para 
absorção de energia," explicou Stefanie Schmier, 
membro da equipe.
Desvio das fraturas
Os dados revelaram que, dentro do endocarpo - 
que consiste principalmente de células altamente 
lignificadas - os vasos que compõem o sistema 
vascular do fruto têm um design diferente, 
parecido com uma escada, responsável por 
suportar as forças de flexão.
Cada célula é rodeada por diversos anéis 
lignificados, unidos por pontes paralelas - a lignina 
é uma molécula associada à celulose na parede 
celular para dar rigidez aos tecidos vegetais.

A equipe acredita que é o ângulo desses vasculares 
que ajuda a "desviar" a trajetória das fissuras - 
quanto mais tempo uma rachadura tem que viajar 
para dentro do endocarpo, mais provável é que ela 
vai parar antes de chegar ao outro lado.
Prédios antiterremoto
A equipe acredita que essa angulação especial dos 
feixes vasculares no endocarpo do coco pode ser 
aplicada ao arranjo de fibras têxteis no interior do 
concreto para permitir a deflexão de fendas e 
rachaduras, evitando o colapso da estrutura.
"Esta combinação de uma estrutura leve com uma 
elevada capacidade de dissipação de energia é de 
interesse crescente para proteger edifícios contra 
terremotos, quedas de rochas e outros perigos 
naturais ou provocados pelo homem", disse 
Stefanie.

Bambu para toda obra

Olhos para o bambu
Para muitos agricultores brasileiros, deparar-se com
 uma moita de bambu no seu terreno costuma ser 
má notícia. A planta da subfamíliaBambusoideae é 
conhecida pela capacidade de se espalhar 
rapidamente, assim como por sua resistência ao 
roçado.
Mas é possível que, nos próximos anos, a má-fama 
dê lugar a uma imagem favorável. É que estudos 
sobre o uso comercial do bambu estão se 
multiplicando no mundo todo. É o caso das 
pesquisas desenvolvidas pela professora Juliana 
Cortez Barbosa, da Unesp (Universidade Estadual 
Paulista).
Juliana acaba de receber a patente para um 
método que aproveita o bambu para reforçar 
placas feitas de outras madeiras, o que permite seu 
uso para fazer pisos e móveis.
Painéis EGP com bambu
A pesquisa permitiu a produção de um compósito - 
um material feito a partir da combinação de 
diferentes elementos - que alia o bambu à madeira
 reflorestada de pinus.
O pinus é abundante e comumente usado na 
confecção de painéis do tipo EGP (Edge Glued 
Panel). Também conhecido como painel de colagem 
lateral ou painel de sarrafo, o EGP é feito de 
lâminas coladas lateralmente, e bastante utilizado 
em projetos arquitetônicos e na fabricação de 
móveis.
O pinus tem pouquíssima resistência mecânica, 
mas os testes mostraram o poder da sua 
combinação com o bambu.
"Os resultados mostraram que a resistência 
mecânica do EGP cresceu entre 100% e 200%," 
conta Juliana. Também houve uma grande melhoria 
na propriedade conhecida como rigidez superficial: 
dos cerca de 50 g/cm2 que são comumente 
encontrados no pinus, chegou-se a cerca de 90 
g/cm2.

Esta casa totalmente feita de bambu foi construída por pesquisadores norte-americanos para demonstrar o potencial do material. [Imagem: USC]

Só para comparar, a densidade obtida pela dupla 
pinus-bambu é semelhante àquela encontrada em 
madeiras de lei como a tatajuba e a garapa, 
utilizadas em marcenarias, na construção naval e na
fabricação de itens de construção civil como vigas, 
caibros e assoalhos.
O segredo para tamanha solidez é a proporção 
entre pinus e bambu. "Na verdade o compósito 
patenteado é quase todo de bambu", diz Juliana. 
"Só que uma parte dele está em lâminas, e outra é 
feita de material particulado."


Pisos de bambu
Hoje, já existem pisos de bambu disponíveis no mercado 
brasileiro. São tão valorizados por sua beleza e resistência 
que custam até R$ 250 por m2, e são importados.
O que não deixa de ser paradoxal, uma vez que no 
sudoeste da Amazônia existem 160 mil km2 de florestas 
conhecidas como tabocais, onde a ocorrência da planta é 
grande. Só no Acre, os tabocais recobrem 38% de todo o 
território.
Em países como a China e a Colômbia, erguem-se casas 
até edifícios de vários andares usando o bambu na 
estrutura. Mas Brasil ainda carece até mesmo de 
maquinário especializado para lidar com o bambu.
"Não há oferta comercial de máquinas. As duas que 
usamos na universidade foram produzidas especialmente 
para nossos projetos," conta Juliana, acrescentando que o 
ideal seria também contar com plantios específicos, que 
forneçam bambu apenas para atividade econômica.
Fonte:

J.A.

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