segunda-feira, 8 de junho de 2015

O que é um " Memristor ".

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Um memristor (do inglês "memory resistor" ou, em português, resistor com memória) é um componente eletrônico passivo de dois terminais que mantém uma função não-linear entre corrente e tensão.

 Essa função, conhecida comomemresistance (em português, memresistência), é similar a uma função de resistência variável. Alguns memristores específicos provêm resistência controlável, mas não estão disponíveis comercialmente. Alguns componentes eletrôncios, tais como baterias ou varistores também apresentam características de memristores, mas são sutis e não são dominantes em seu comportamento.
O memristor é considerado o quarto componente eletrônico passivo. Da mesma forma que para o resistor, o capacitor e o indutor, a definição do memristor pode ser dada por variáveis fundamentais da Eletrônica, tais como corrente, tensão,carga elétrica e fluxo magnético. No entanto, ao contrário dos outros três elementos que são lineares e invariantes ao tempo, o memristor é não-linear e pode ter forma de grande variedade de funções de carga variáveis ao tempo. Não existe, assim, um memristor genérico: cada memristor pode ser desenvolvido para desempenhar uma determinada função não-linear entre a integral da tensão e a integral da corrente. Um memristor linear e invariante ao tempo é simplesmente um resistor convencional.

A teoria do memristor foi formulada Leon Chua num artigo de 1971. Chua extrapolou a simetria conceitual que existe entre resistor, indutor e capacitor, e inferiu a existência do memristor como um componente fundamental na teoria dos circuitos. Outros cientistas já tinham previsto características não-lineares similares aos do memristor, mas a teoria de Chua foi a primeira a criar generalização do conceito. No dia 30 de abril de 2008, uma equipe dos laboratórios da HP anunciaram a construção de um memristor. Usando técnicas de nanotecnologia, construíram uma matriz de memristores num finíssimo filme de dióxido de titânio.
Esses componentes já estão sendo desenvolvidos para aplicações em memórias nanoeletrônicas e arquiteturas de computadores neuromórficos.

Leon Ong Chua

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Leon Ong Chua é um Professor Phd de Engenharia elétrica e Ciência da computação filipino. Foi o primeiro a estudar as redes neurais celulares (RNCs), e deu importantes contribuições à teoria de circuitos não lineares, além de ter sido o primeiro a prever a existência do memristor, um componente eletrônico. Por suas contribuições ele recebeu diversos prêmios do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE). Atualmente é ensina na Universidade de Berkeley.
Interesses Acadêmicos: Redes neurais celulares, Circuitos e sistemas não-linear, Dinâmica não-linear, Bifurcação e Caos.
Mas suas pesquisas sofreram um novo impulso com esta nova noticia;
A vitoriosa escalada do memristor
Construído pela primeira vez em 2008, o dispositivo previsto em 1971 vem se mostrando promissor, com aplicações em máquinas inspiradas no funcionamento do cérebro. Em sua coluna de junho, Carlos Alberto dos Santos aponta possíveis caminhos para o estudo dos memristores.
Por: Carlos Alberto dos Santos
Publicado em 04/06/2015 | Atualizado em 04/06/2015 pela revista eletrônica "Ciência Hoje".
Previsto em 1971 e construído pela primeira vez em 2008, o memristor foi depois usado na elaboração de um chip para ser aplicado em pesquisas de neurociência. (foto: Andy Thomas/ Bielefeld University)

Em janeiro de 2009, apresentei aqui na coluna o memristor, um dispositivo previsto em 1971 pelo engenheiro norte-americano Leon Chua e fabricado pela primeira vez em 2008, nos laboratórios da HP. Em 2014, escrevi sobre uma aplicação pioneira do mecanismo – um chip neuromórfico fabricado na Universidade Bielefeld, Alemanha, entre 2012 e 2013.
Agora, um artigo publicado recentemente na Nature me chamou a atenção. Era sobre um biomemristor fabricado com um filme de albumina de ovo. Uma rápida navegação na Web of Science (WoS)  motivou a elaboração desta coluna. Até 1971, só havia um artigo sobre memristores registrado nessa base de dados, justamente aquele assinado por Leon Chua. Entre 1972 e 2007, surgiu um artigo com cálculos de circuitos elétricos contendo memristores. Depois da fabricação do dispositivo em 2008, o número de artigos publicados explodiu: só em 2008 e 2009, a WoS registra 96 artigos, e o crescimento anual foi quase exponencial, atingindo a fantástica marca de 1.383 artigos publicados entre 2008 e 2015.
Os fundamentos do memristor foram praticamente esgotados no primeiro artigo de Leon Chua e descritos na minha primeira coluna sobre o dispositivo. Esses quase 1.400 artigos que vieram depois tratam essencialmente de diversos modos de preparação – como o uso da albumina de ovo de galinha –, de propostas de aplicações tecnológicas e de aprofundamentos conceituais a partir dos fundamentos estabelecidos por Chua, sobre os quais falarei agora.
A resistência (R) tem a ver com a relação entre V e i. A capacitância (C) depende da relação entre Q e V. A indutância (L) tem a ver com a relação entre Φ e i. Até 1971, ninguém sabia o que resultaria da relação entre Φ e Q. Assim, nascia o memristor. (ilustração cedida pelo autor)

É interessante retomar a história no ponto em que Leon Chua começou a desenvolver suas ideias. Antes da descoberta do memristor, os elementos passivos de um circuito elétrico eram três: resistor, capacitor e indutor, cada um associado a uma propriedade que o caracteriza, respectivamente resistência (R), capacitância (C) e indutância (L). Além disso, cada circuito elétrico é regulado por quatro variáveis: corrente elétrica, carga elétrica, voltagem e fluxo magnético.
Até 1971, das seis relações possíveis entre as quatro variáveis, apenas uma era desconhecida. Ninguém sabia o que resultaria da relação entre fluxo magnético e carga elétrica. Leon Chua postulou, então, a existência do memristor e definiu a memresistência a partir da relação entre essas duas variáveis. Na linguagem científica, a memresistência é a derivada do fluxo em relação à carga.

Memória de metal

Um aspecto pouco explorado nos artigos de divulgação sobre o memristor, que tem importância essencial na sua utilização tecnológica, refere-se ao seu princípio de funcionamento, descrito no trabalho sobre a sua fabricação na HP. Como mencionei na primeira coluna, o dispositivo preparado pela equipe da HP era uma espécie de sanduíche para explorar os recursos da eletrônica molecular – não tinha nada a ver com o memristor; aliás, a equipe envolvida nem sabia da existência do artigo de Leon Chua.
As partes externas do sanduíche eram camadas de platina (Pt) com espessura inferior a três nanômetros (o nanômetro é a bilionésima parte do metro). A primeira camada de platina foi oxidada, para formar o óxido PtO2, e, sobre ela, foi depositada uma finíssima camada molecular de um composto orgânico para facilitar a fixação da próxima camada, constituída de titânio (Ti), com espessura inferior a três nanômetros. Finalmente, vinha a segunda camada de platina.
O dispositivo funcionou como uma memória permanente, com resultados espetaculares, mas seus desenvolvedores não sabiam explicar o mecanismo responsável pelo comportamento. Seis anos se passaram até que alguém da equipe descobriu o artigo de Chua e eles perceberam que estavam diante de um memristor. Portanto, foi por acaso que este dispositivo foi fabricado pela primeira vez.
Após reações químicas, o memristor da HP reduziu-se a um sanduíche com duas camadas no recheio. Uma delas apresenta alta resistência, e a outra, alta condutividade. (ilustração: Michael Lenz)
Depois das reações químicas no interior do sanduíche, o dispositivo fabricado na HP ficou como esse esquematizado na figura. Reduziu-se a um sanduíche com duas camadas no recheio – a  camada TiO2 apresenta alta resistência elétrica e a outra, um óxido deficiente em oxigênio, apresenta baixa resistência, ou alta condutividade, o que dá no mesmo. Na linguagem da física de semicondutores, diz-se que esse memristor é uma junção TiO2, onde um lado é dopado (deficiente em oxigênio) e o outro é puro.
Quando se aplica uma voltagem positiva no terminal dopado, as lacunas, que se comportam como cargas positivas, migram para o outro lado, aumentando a espessura da camada condutora e, assim, diminuindo a resistência do sanduíche. Diz-se que, nesse estado, o dispositivo está “ligado”, correspondendo ao bit “0” ou ao bit “1”, como preferir. Quando se aplica uma voltagem negativa, esta atrai as lacunas, diminuindo a espessura da camada condutora, o que significa dizer que a resistência aumenta e o dispositivo fica no estado “desligado”.

Olhar para o futuro

O pessoal da HP logo percebeu o detalhe que mencionei acima, geralmente esquecido nos artigos de divulgação científica sobre o memristor. Manipulando o valor da voltagem aplicada, pode-se ter diferentes espessuras das camadas com alta e baixa resistência, ou seja, em vez de um sistema binário convencional, com dois estados “0” e “1”, o memristor pode ter incontáveis estados, cada um correspondendo a uma relação entre as espessuras das camadas.
Assim, o memristor é um sistema analógico, e isso faz dele um sério candidato a simulador do comportamento biológico, digamos, como elemento central em circuitos neuromórficos. Por exemplo, a condutividade nos canais de potássio e sódio, que deu oNobel de Fisiologia ou Medicina de 1963 a John Carew Eccles, Alan Lloyd Hodgkin e Andrew Fielding Huxley , pode ser associada a um memristor.
A principal propriedade do memristor é que, uma vez desligada a fonte de alimentação, as camadas puras e dopadas permanecem no estado em que se encontram e, quando a fonte é ligada, o memristor inicia do ponto em que estava. Ou seja, trata-se de um dispositivo versátil, que pode ser usado em circuitos analógicos ou digitais, e também como memória não volátil. É por essas propriedades que as principais aplicações devem surgir.
“Cérebros são feitos de memristores”, diz o texto na foto, livremente traduzido para o português. Uma das aplicações mais promissoras do dispositivo é a construção de sistemas eletrônicos inspirados no funcionamento do cérebro. (imagem: BinnX1 / Flickr / CC BY-NC-ND 2.0)
Nesse contexto, o uso do memristor para simular sinapses em circuitos neuromórficos é uma das possibilidades relatadas na literatura. Outro uso possível seria a incorporação de memristores em circuitos computacionais usuais, para aumentar a capacidade de armazenamento e processamento de computadores – para este tipo de equipamento, no entanto, ainda não há protótipos registrados.

Carlos Alberto dos SantosProfessor aposentado do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Fonte:

J.A.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Empresa desenvolve diesel feito apenas de ar e água...

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A Revista Eletrônica Jornal da Ciência publicou este

 interessante artigo em 29/04/2015.


A Audi tem criado um chamado combustível diesel 

"sustentável", feita a partir de uma combinação de água e

 dióxido de carbono.

A fabricante de automóveis descreve sua descoberta como o

 "combustível do futuro" e afirma que poderia fornecer um 

método de propulsão de veículos isento de emissão de 

carbono.
Especialistas de energia renovável estão convertendo 

dióxido de carbono e água em uma forma de petróleo bruto,

 conhecido como “azul bruto”, posteriormente transformado 

em diesel. Testes têm mostrado que ele pode ser misturado 

com o diesel a partir de combustíveis fósseis, ou usado 

como combustível isoladamente.
A Audi já começou a usar o novo “e-diesel” para alimentar o 

carro oficial da ministra alemã da Educação e Pesquisa, 

Johanna Wanka, na Alemanha.
Reiner Mangold, chefe de desenvolvimento de produto 

sustentável da empresa, disse: 

"Ao desenvolver o Audi e-diesel, estamos promovendo outro combustível à base de dióxido de carbono que irá permitir a mobilidade de longa distância com praticamente nenhum impacto sobre o clima. Usar o dióxido de carbono como matéria-prima, e não como resultado poluente, representa uma oportunidade, não apenas para a indústria automotiva na Alemanha, mas também para transferir o princípio a outros setores e países”.
O novo combustível foi desenvolvido pela Audi junto com a 

Sunfire, uma empresa de tecnologia de energia, situada em 

Dresden, também na Alemanha.
No desenvolvimento do combustível, a água é primeiramente aquecida para formar vapor. Em seguida, ela é dividida em seu constituinte de hidrogênio e oxigênio, utilizando a eletrólise em alta temperatura. Ao realizar este processo a temperaturas acima de 800 °C, a água rompe com maior eficiência do que em temperatura ambiente. O hidrogênio é então bombeado para um reator com dióxido de carbono a alta pressão e a temperaturas elevadas. Isto gera uma reação para produzir hidrocarbonetos líquidos de cadeia longa. Os hidrocarbonetos representam o bloco de construção básico de todos os combustíveis fósseis, mas o composto produzido no reator é conhecido como “azul bruto”.
A Audi garante que todo o processo é alimentado com energia renovável e pode ser obtido com um rendimento de cerca de 70%. O azul bruto pode, então, ser refinado de uma forma semelhante ao petróleo bruto padrão, para produzir o e-diesel.
De acordo com a montadora, o combustível sintético não contém enxofre ou anéis de hidrocarbonetos - conhecidos como hidrocarbonetos aromáticos - que são encontrados no petróleo bruto e podem criar poluição adicional.
Christian von Olshausen, diretor de tecnologia da Sunfire, disse que o combustível era eficiente e produziu menos poluição do que o diesel tradicional. "O motor fica mais silencioso e menos poluentes estão sendo criados”, garantiu.
A fábrica de processamento especial pretende produzir 
3.000 litros de e-diesel nos próximos meses.

A Audi disse que também extrai o dióxido de carbono do ar 
ambiente usando captura direta. A queima de combustíveis
 fósseis é a principal fonte de emissões de dióxido de 
carbono feita por seres humanos na atmosfera e está 
causando o aquecimento global. Ao capturar as emissões 
das usinas de energia e removê-las do ar, a Audi diz que
 seu novo combustível pode ser usado sem aumentar a
 carga de gás na atmosfera.
Fonte :

J.A.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Tecnologia de trens Mag-Lev no Japão até em brinquedos.

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Para se ter uma idéia desta Tecnologia , o trem mais rápido dos EUA, o Amtrak Acela, viaja de Washington DC a Boston numa velocidade média de 177 km/h, podendo chegar a 240 km/h em algumas partes do trajeto. É bem mais rápido que os trens brasileiros, como a CPTM ou a Supervia, mas é uma lesma quando comparado ao trem Mag-Lev de 500km/h que está sendo desenvolvido pela japonesa JR Tokai.


Chamado de Series Lo, esse protótipo pode levar até mil passageiros nos seus 16 vagões. Assim como outros trens-bala, o Lo se locomove por levitação magnética — isto é, ele é suspenso usando nada além de campos magnéticos.
Os sistemas Mag-Lev são mais desafiadores, do ponto de vista técnico, e caros para se construir do que os trens convencionais, mas a vantagem vem numa viagem muito mais quieta e suave para os passageiros, além de um custo de manutenção bem menor. Como não há atrito entre o trem e os trilhos, os trens Mag-Lev podem atingir velocidades muito superiores a de uma locomotiva com rodas...
Recentemente  ( Em 09/2014)  tivemos o  primeiro teste público realizado pela Central Japan Railway Company. A empresa convidou algumas pessoas do público e da imprensa para demonstrar, em uma via de testes de 42,8 km, a tecnologia L-Zero.
Segundo o Japan Today, o trem primeiro chega a uma velocidade inicial de 160 km/h para então ativar o sistema maglev; dessa forma, ele acelera lentamente até a velocidade máxima de 500 km/h.
Para efeito de comparação: o metrô paulistano tem velocidade média de 32,4 km/h; enquanto os trens da SuperVia, no Rio, circulam a uma velocidade média de 38 km/h.
A tecnologia maglev usa uma série de ímãs nos trilhos para levitar e acelerar os vagões do trem. Ela promete reduzir, de 90 para apenas 40 minutos, o tempo de viagem entre Tóquio e Nagoya. O vídeo acima mostra um dos testes da tecnologia, realizado em 2013.
A primeira linha está prevista para ser inaugurada apenas em 2027, custando o equivalente a US$ 61,4 bilhões, ou seis vezes o que gastamos na Copa do Mundo no Brasil. Ela será então expandida para Osaka até 2045.
Enquanto isso, temos também um projeto nacional de trem com levitação magnética: o Maglev-Cobra, desenvolvimento pela Coppe/UFRJ, começa sua fase de testes operacionais em 1º de outubro, nos 200 m entre dois centros tecnológicos da Cidade Universitária, no Rio. O projeto deve estar pronto para a industrialização em 2015, ainda sem previsão de ser implementado. [Japan Today]...
No entanto, o que chama atenção é o fato de estar sendo utilizado tal tecnologia na Industria de brinquedos, enquanto em outros países ainda estão na pesquisa.
A Revista Eletrônica gizmodo de 01/06/ 2015 traz este artigo;

No Japão, até os trens de brinquedo têm alta velocidade e flutuam sobre ímãs

Se você precisava de mais um alerta de como o nosso transporte público é precário, principalmente quando comparado ao do Japão, saiba que até os trens de brinquedo dos nipônicos são de alta velocidade e flutuam sobre ímãs. Com pouca fricção, o novo modelo Linear Liner, da Takara Tomy, pode atingir até 7 km/h – levando em conta a escala, é como se ele atingisse 500 km/h.
O Linear Liner flutua por cerca de 2 mm sobre uma série de ímãs incorporados a trilhos de plástico, e à medida que cada ímã é ligado e desligado, os vagões são puxados da mesma forma que os trens-bala do Japão. É o mesmo princípio de engenharia.
O pequeno trem pode atingir velocidades reais entre 6 e 7 km/h, mas se você leva em conta o tamanho dele – algo comum quando se trata de miniaturas – ele viaja no equivalente a mais de 480 km/h. E por ser tão pequeno, observá-lo correndo em altas velocidades pela pequena pista é bem impressionante.

O Linear Liner estará disponível em setembro por US$ 300 e não virá com as 10 pilhas AA de que precisa para funcionar. E você achando que estes trens-bala do Japão tinham ficado mais baratos. [Takara Tomy via Akihabara News]
Fontes :
J.A.