sexta-feira, 8 de maio de 2015

Um Novo Apagão Hídrico Preocupa no Brasil !

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É preocupante novamente o nível dos reservatórios nas principais hidroelétricas do país.
 Nesta mesma época em 2014, lancei o tópico de um possível apagão no Brasil para o final de 2014/Inicio de 2015. Infelizmente acabou ocorrendo por defeito acidental que, no entanto, pegou o sistema interligado nacional quase na sobrecarga desencadeando o tão temido apagão.

O que me tinha levado a fazer o tópico era o baixo nível dos reservatórios nacionais e que em seguida enfrentaríamos o período de pouca chuva nas Regiões Sudeste e Nordeste principalmente. O governo Federal demorou muito a acionar o sistema térmico de geração de forma a compensar a geração hídrica. Obras importantes de linhas de transmissão principalmente dos novos sistemas eólicos estava atrasadas. Novas usinas hidroelétricas também com o cronograma atrasados e também um sério problema ligado a gestão tarifárias para as distribuidoras.

Neste ano o cenário hídrico, a situação atual não é melhor que o ano passado, ao contrario choveu abaixo do esperado e os reservatórios estão piores que em 2014.
Segunda a Folha/ UOL, dos 28 principais reservatórios brasileiros, 17 estão com níveis inferiores ao ano passado, sendo 10 deles na região sudeste com níveis aproximados de 20% do seu volume total.

Ainda segunda a Folha/UOL, Furnas, maior Distribuidora e Geradora da Região Sudeste e Centro Oeste, só tinha 13,96% de ocupação dos seus lagos. Três Irmãos e Ilha Solteira já operavam abaixo do nível mínimo recomendado.

Nível dos reservatórios de usinas hidrelétricas ainda preocupa


Imagens:

Recente o Jornal Bom Dia Brasil da Globo mostrou a situação atual e as perspectivas para o futuro incluindo o sistema de abastecimento de água da maior cidade do país é preocupante.
Estiagem no Sudeste deixa reservatórios em situação complicada

A ANA - Agência Nacional de Água também se mostrou preocupadíssima com o cenário para 2015.

Reportagem do Estadão:

O presidente da Agência Nacional de Água (ANA), Vicente Andreu, traçou um panorama alarmante da situação do abastecimento de água em 2015 nas regiões Sudeste e Nordeste do País. Ao comparar a situação atual dos principais reservatórios do País com o volume de água que estes continham um ano atrás, Andreu disse não haver dúvidas de que 2015 será um "ano extremamente grave" para o abastecimento nas duas regiões.
O Sistema Cantareira é o exemplo claro da situação crítica que São Paulo terá que enfrentar. As chuvas ocorridas entre dezembro e abril, segundo Andreu, sequer conseguiram repor a água do volume morto do Cantareira. Hoje o saldo nas represas é negativo em 10% em relação ao mínimo de seu volume útil. Um ano atrás, nesta mesma época, o Cantareira tinha volume positivo de 30% sobre seu volume útil. Ainda assim, atravessou o ano registrado como o pior da série histórica de medições, feitas há 84 anos.
O que agrava a situação, afirmou, é que o período de seca começa agora, sem haver tempo para recorrer a obras emergenciais. Em audiência pública na Câmara, o presidente da ANA declarou que, se as medidas tomadas neste início do ano na gestão do Cantareira tivessem sido adotadas no início de 2014, como a agência havia sugerido, a situação hoje estaria menos crítica em São Paulo.
"Quando sugerimos reduzir a vazão no início do ano passado, falaram que queríamos o racionamento em São Paulo", disse Andreu, acrescentando que hoje o Cantareira opera com vazão até inferior àquela que a agência recomendava. "Porque se utilizou aqueles argumentos em fevereiro de 2014 para a população?
Mais crítico ainda é o cenário previsto para o Nordeste. Nas previsões da ANA, a região deve se preparar para a pior situação de abastecimento já registrada. Grande parte dos reservatórios da região, como o de Sobradinho, está completamente comprometida.
"A situação do Nordeste é extremamente grave, porque estamos no fim da quadra chuvosa. A recuperação entre fevereiro e maio, no período de acumulação de água, está muito baixa ou até negativa. Não houve acúmulo para abastecimento de água dessas regiões", disse.
Os dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico apontam que, atualmente, Sobradinho, maior reservatório do País e responsável pela maior parte do abastecimento na região, está com apenas 21% da capacidade total de acúmulo de água, quando possuía 57% nesta mesma semana do ano passado.
O presidente da ANA reconheceu a necessidade de aprimoramento na regulação da água, tema que costuma ser alvo de conflito entre agentes da União, Estados e municípios. Além disso, há polêmicas envolvendo o uso múltiplo da água, envolvendo questões sobre abastecimento humano, transporte e geração de energia.
O modelo defendido pela ANA é de que seja criado um fórum de discussão para tomar decisões técnicas em situações críticas de abastecimento. Andreu lembrou que o processo de renovação de outorga do Sistema Canteireira está prestes a ser iniciado.
O governo tem como alternativas as Regiões Sul e Norte que tem seus reservatórios cheios para tentar suprir grande parte da demanda elétrica.
Como possibilidade tem ainda condições de acionar permanentemente a Usina Térmica de Uruguaiana com uso do gás Argentino conforme ilustra esta reportagem há dois meses atrás...

Tratar de concluir as linhas de transmissão dos sítios eólicos já instalados no país. 
As grandes obras que poderiam resolver definitivamente o problema  já estavam atrasadas e, agora, estão contingenciadas e o tempo para conclusão poderá ter aumentado ainda mais.

O Operador Nacional se manifestou a imprensa sobre o assunto, dizendo que não ia desligar as térmicas para baratear as tarifas em face da crise hídrica, conforme reportagem abaixo.

ONS: possibilidade de paralisar térmicas em 2015 praticamente não existe


A falta de chuvas e conseqüente necessidade de preservação do volume de água nos reservatórios devem impedir o desligamento de térmicas no decorrer de 2015, conforme sinalizado pelo diretor geral do Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico, Hermes Chipp. "A possibilidade de paralisar térmicas neste ano é muito pequena, praticamente não existe. Isso porque a hidrologia, mesmo que seja boa no período seco, tem efeito pequeno em termos de energia", disse o diretor geral do ONS.
O cenário mais preocupante do nível dos reservatórios de água no sistema Nordeste levou o governo federal a estudar alternativas para reduzir a vazão da bacia do São Francisco. De acordo com Chipp, a defluência foi reduzida de 1.300 metros por segundo (m³/s) para 1.100 m³/s e depois para 1.000 m³/s em períodos de carga leve.
Agora, o ONS pleiteia que a vazão seja reduzida para 1.000 m³/s em todos os períodos de carga e, futuramente, para 900 m³/s. Os testes para uma vazão de 900 m³/s já foram autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
"Com isso conseguimos armazenar muito mais (água) em Sobradinho e nos preparamos para uma hidrologia mais crítica sem termos problemas", afirmou Chipp, que participou hoje do Fórum GD e Cogeração - Iniciando um novo ciclo de desenvolvimento, organizado pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) e pelo CanalEnergia.
Mais cedo, Chipp destacou que o nível de afluências no período seco precisará ser equivalente a no mínimo 77% da média histórica na região Nordeste para que o volume dos reservatórios chegue a novembro com 10% da capacidade de armazenamento. Essa projeção, complementou o diretor geral do ONS, considera uma vazão de 1.100 m³/s. "Preferimos ser conservadores para não sermos atingidos", salientou.
Na região Sudeste/Centro-Oeste, o nível das chuvas no período seco, de maio a novembro, precisa ser equivalente a no mínimo 66% da média histórica. De acordo com ele, mantido esse patamar, o nível de água nos reservatórios da região, no final de novembro, chegaria a 10%. Este é o nível considerado mínimo para que o sistema possa ser operado.
No cenário traçado, o nível dos reservatórios cairia mais de 20 pontos porcentuais durante os próximos sete meses, a partir do patamar de 33,5% do início de maio. Esse número, explicou Chipp, já considera um cenário de carga menor. O ONS acabou de reduzir a previsão de carga no sistema elétrico brasileiro em 2015 de um resultado de aproximadamente 3% para -0,1%.

Ou seja, temos tarifas elevadas e corremos risco até de apagões mais adiante caso o quadro das distribuições de chuvas não se alterarem. Lembramos que agora entramos nos períodos de seca nas Regiões citadas com previsões otimistas para Novembro 2015 .

Oremos!

Fontes:






J.A.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Contribuem também para deixar mais instável o sistema interligado.
    - A burocracia dos órgãos ambientais.
    Licença ambiental demora em média 909 dias no Rio Grande do Sul
    Prazo médio de obtenção do aval do Estado para começar a tocar obras, empreendimentos e parques industriais aumentou 40% em cinco anos.
    Ex: Em 2010, quando um processo ingressava na Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam), o prazo médio de tramitação era de 649 dias. Cinco anos depois, esse tempo nas entranhas burocráticas da instituição responsável pelo licenciamento ambiental no Rio Grande do Sul saltou para 909 dias.

    São cerca de dois anos e cinco meses, em média, para se obter o aval do Estado que permite tirar do papel obras, empreendimentos e parques industriais morosidade que, segundo fontes consultadas por ZH, provoca perdas à economia gaúcha.....
    http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/05/licenca-ambiental-demora-em-media-909-dias-no-rio-grande-do-sul-4758113.html
    - Planejamento e gestão de empresas ligadas ao sistema ELETROBRAS como mostra o vídeo abaixo, embora seja de 2013, serve no exemplo ;
    https://youtu.be/peobbuxU0pY

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  3. Reportagem especial do Fantástico no último domingo, mostra por que conta de luz anda tão alta no Brasil..

    http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/reportagem-especial-mostra-por-que-conta-de-luz-anda-tao-alta-no-brasil/4300688/

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