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Pois o físico Frank
Wilczek causou perplexidade em seus pares em afirmar esta possibilidade.
Dr. Frank não é qualquer um é o ganhador do Prêmio
Nobel de física em 2004, junto
com David Gross e David
Politzer pela descoberta da liberdade assintótica na teoria
da interação forte.
Dr. Frank Wilczek nasceu em 15 maio de 1951 em Mineola - New York, Estados
Unidos, sendo, portanto, um físico americano de origem polonesa e italiana.
Suas pesquisas
atuais são;
·
Física de Partículas
·
Comportamento da matéria: Ultra altas temperaturas, densidade e
estrutura fase
·
Aplicações da física de partículas até a cosmologia
·
Aplicações técnicas de teoria quântica de campos de física da matéria condensada
·
A teoria quântica de buracos negros .
Em fevereiro de 2012, este
proeminente cientista decidiu ir a público com uma idéia um tanto estranha e
embaraçosa, que deixaria qualquer cientista preocupado exceto ele mesmo.
Impossível diriam os outros
cientistas, mas Wilczek desenvolveu uma prova evidente de que
os "cristais de tempo" - que são estruturas físicas que se movem em um padrão de repetição, comparadas como
os ponteiros de um minúsculo relógio, que se
movem sem depender de energia, ou seja, nunca terminam seu ciclo.
Ao contrário de relógios ou quaisquer outros objetos conhecidos, os cristais de tempo tem seu movimento derivado não de energia armazenada, mas sim a partir de uma ruptura na simetria do tempo, permitindo uma forma especial de movimento perpétuo.
“A maioria das pesquisas em física é a continuação de outras que vieram antes", disse Wilczek, professor no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Isso, disse ele, era "uma espécie de pesquisa fora da caixa." A idéia de Wilczek reuniu-se com uma resposta silenciosa dos outros físicos.
Até o momento em que ele ganhou o Prêmio Nobel, era tido como um brilhante professor conhecido por desenvolver teorias exóticas que mais tarde entraram na corrente principal das pesquisas físicas, incluindo a existência de partículas chamadas de axions e anyons, e descobriu uma propriedade das forças nucleares conhecidas como a liberdade assintótica (para o qual ele dividiu o Prêmio Nobel de Física em 2004).
Mas o movimento perpétuo, considerado impossível pelas leis fundamentais da física, foi difícil de engolir. Será que o trabalho constitui um grande avanço ou falta de lógica? Jakub Zakrzewski, um professor de física e diretor de óptica atômica na Universidade de Jagiellonian, na Polônia, que escreveu uma perspectiva sobre a pesquisa que acompanhou sobre a publicação de Wilczek, diz: “Eu simplesmente não sei." Agora, um avanço tecnológico tornou possível para os físicos testar a idéia.
Eles planejam construir um cristal do tempo, e não estão na esperança de que este perpetuum mobile (máquina de movimento perpétuo) irá gerar uma fonte infinita de energia (como inventores se esforçaram em vão tentando construí-la por mais de mil anos), mas que ele vai produzir uma teoria melhor do próprio tempo.
Ao contrário de relógios ou quaisquer outros objetos conhecidos, os cristais de tempo tem seu movimento derivado não de energia armazenada, mas sim a partir de uma ruptura na simetria do tempo, permitindo uma forma especial de movimento perpétuo.
“A maioria das pesquisas em física é a continuação de outras que vieram antes", disse Wilczek, professor no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Isso, disse ele, era "uma espécie de pesquisa fora da caixa." A idéia de Wilczek reuniu-se com uma resposta silenciosa dos outros físicos.
Até o momento em que ele ganhou o Prêmio Nobel, era tido como um brilhante professor conhecido por desenvolver teorias exóticas que mais tarde entraram na corrente principal das pesquisas físicas, incluindo a existência de partículas chamadas de axions e anyons, e descobriu uma propriedade das forças nucleares conhecidas como a liberdade assintótica (para o qual ele dividiu o Prêmio Nobel de Física em 2004).
Mas o movimento perpétuo, considerado impossível pelas leis fundamentais da física, foi difícil de engolir. Será que o trabalho constitui um grande avanço ou falta de lógica? Jakub Zakrzewski, um professor de física e diretor de óptica atômica na Universidade de Jagiellonian, na Polônia, que escreveu uma perspectiva sobre a pesquisa que acompanhou sobre a publicação de Wilczek, diz: “Eu simplesmente não sei." Agora, um avanço tecnológico tornou possível para os físicos testar a idéia.
Eles planejam construir um cristal do tempo, e não estão na esperança de que este perpetuum mobile (máquina de movimento perpétuo) irá gerar uma fonte infinita de energia (como inventores se esforçaram em vão tentando construí-la por mais de mil anos), mas que ele vai produzir uma teoria melhor do próprio tempo.
Como assunto correlato 1:
O homem sempre esteve atrás
disso e muitas geringonças foram criadas para tentar provar isso como veremos a
seguir. Beirando ao folclore e a galhofa como mostraremos a seguir;
Moto contínuo made in Piauí
Um
sonho fantástico persegue mentes obcecadas há séculos: a construção de uma
máquina de movimento perpétuo, ou seja, produz energia sem combustível, uma vez
dada a sua partida! Quantas pessoas simples ou cultas, mecânicos, cientistas,
químicos, filósofos e outras, terminaram seus dias enlouquecidos ou na miséria
ante projeto tão grandioso e mirabolante...
Consta
que o primeiro cientista a inventar um moto-
contínuo seria o indiano Bhaskara Akaria
(1114-1185), no
século XI DC. Era uma roda com recipientes de mercúrios
ao
longo da borda. Uma vez acionada a roda, ela giraria
perpetuamente pelo peso
dos recipientes com mercúrio.
A
RODA DE BHASKARA. REPRODUÇÃO.
O que
seria das companhias petrolíferas, das companhias
de eletricidade, dos postos
de combustível, das centrais
nucleares... As pessoas teriam em sua casa, sítio
ou no
condomínio máquinas que trabalhariam continuamente sem
necessidade de
eletricidade ou óleo combustível; sem
pilhas ou sem bateria; sem vento ou
energia solar... A sua
geladeira se desmancharia em ferrugem ou suas peças se
carcomeriam... Mas você não teria que renovar consumo de
energia... Seria o
paraíso para as indústrias... E talvez para
os consumidores. Seria o fim do
racionamento e dos
apagões...
OUTRO
MOTO-CONTÍNUO DA ANTIGUIDADE. FONTE: roberto-furnari.blogspot.com275
Mas,
infelizmente, nenhum dos loucos ou visionários ao
longo dos últimos
séculos conseguiu ainda a máquina
fantástica, o Moto-Contínuo.
Mas nem o fracasso maciço
de antecessores parece desestimular os predecessores
,
pois os superidealistas continuam neste fantástico e
inalcançável labor. E
note-se que a maioria absoluta não
tem conhecimento de outros idealizadores,
pretéritos ou
atuais. Parece ser um sonho, que atinge a muitos de
maneira
independente. Alguns chegam mesmo a ser
analfabetos... Trabalhariam por
inspiração divina?
Assim,
ao longo de séculos algumas centenas de cientistas
ou curiosos vêm tentando
criar uma máquina de energia
perpétua, ou seja, que funciona sem energia, uma
vez dada
a partida. Isso, segundo os cientistas, viola as leis da física.
Muitas pessoas chegaram à ruína psíquica e financeira
tentando construir o
Moto-Contínuo, das mais diversas
formas. Vale salientar que a maioria dos
sonhadores da
máquina de movimento perpétuo são definidos
discretamente pelos
cientistas como ligeiramente loucos.
MOINHO
DE CICLO FECHADO, DE ROBERT FLUDD, 1618. REPRODUÇÃO
.
O
tema é nos dias de hoje tratado de maneira tão
ridicularizada, que matéria do
gênero está num site de
humor de ciência, ao lado de outras invenções curiosas
e
ridículas como uma máquina chutador de bunda,
patenteada
nos Estados Unidos em 2006. Um Moto-
contínuo de primeira espécie é uma máquina de
movimento
perpétuo que viola a Primeira Lei da Termodinâmica
, fornecendo ao
exterior mais energia (sob a forma de
trabalho ou calor) do que aquela que
consome.
No
filme brasileiro Kenoma (1998), de Eliane Kaffé (n. 1961), o
ator José Dumont (n. 1950) interpreta um sonhador, Lineu, que também quer
construir seu Moto-Perpétuo.
O
MOTO CONTÍNUO DO FILME BRASILEIRO KENOMA. FONTE:
http://www.filmologia.com.br/?page_id=1495
Uma
tentativa relativamente recente foi feita no vizinho estado do Maranhão,
precisamente na deltaica Ilha Canárias, nos anos 2000. Ali o maranhense Pedro
Oliveira Costa, mecânico autodidata tentou realizar um sonho antigo, de
construir um motor de funcionamento ininterrupto, sem fonte de energia. Dizem
que na época o inventor conseguiu até convencer a Prefeitura Municipal de
Araioses, a qual a Ilha Canárias está subordinada, com a ajuda de custo de R$
30 mil para o seu ambicioso projeto.
Isolada
do mundo, a Ilha Canárias possuía apenas na época um gerador que fornece apenas
algumas horas de energia durante a noite.
O
sistema do inventor Costa funciona com a força da água, armazenada numa caixa
com capacidade para quatro mil litros, a 13,5 metros de altura.
Um cano de pvc despeja a água sobre a maior da rodas da engenhoca, de 6,5 metros de raio. Aí
estaria disparado o mecanismo que faria girar a roda com suas 47 canecas, que
podem receber cada uma, 25
litros de água. Carregadas sucessivamente, as canecas fazem
a roda girar.
O
MOTO-CONTÍNUO DA ILHA CANÁRIAS (FOTO: ROBSON FERNANDES).
FONTE:
http://www.humornaciencia.com.br/invencoes/perpetuo.htm
As
canecas descem cheias e sobem vazias. Segundo o inventor, a partir de 20
canecas, a roda passa a mover-se sozinha. É aí que começaria o processo de Moto-Contínuo. O processo é complexo e de difícil
entendimento. Afinal, estamos falando de algo de uma complexidade quase
incompreensível.
Mas o inventor explica que a energia resultante do
processo vai acionar um gerador, e por aí vai...
O
INVENTOR DA ILHA CANÁRIAS, PEDRO COSTA. FOTO: ROBSON FERNANDES.
FONTE:
http://www.humornaciencia.com.br/invencoes/perpetuo.htm
Visíveis
do porto da ilha, as rodas de Costa de fato parecem saídas da ficção do filme
Kenoma. A maior, já pintada de prateado, destaca-se inesperada entre a
vegetação e as casas simples dos pescadores. A obra é o orgulho e a esperança
dos moradores, os primeiros a acreditar no inventor, talvez desesperados pela
gravíssima falta de energia elétrica na ilha. Para tirar a idéia do papel,
juntaram entre eles R$ 4 mil. A partir daí a prefeitura resolveu financiar o
experimento – se funcionar pode resolver um dos maiores problemas de Araioses,
o déficit de energia, fornecida à cidade pelo Piauí.
Costa
levou mais de 15 anos para convencer alguém a financiar o projeto. Ele teve a
ideia de criar o Moto-Contínuo em 1983, quando perdeu uma safra de
feijão por falta de água. Queria montar um sistema de irrigação alimentado por
uma fonte de energia economicamente viável. Petróleo ou eletricidade
convencional eram muito caros. Começou então a desenvolver seu modelo, com a
ajuda de físicos, matemáticos e professores universitários, consultados quando
havia chance.
PARTE
DAS ENGRENAGENS DO MOTO-CONTÍNUO DA ILHA CANÁRIAS. FOTO: ROBSON FERNANDES.
FONTE: http://www.humornaciencia.com.br/invencoes/perpetuo.htm
O
inventor diz ter estudado os erros e acertos dos inventores que já tentaram
desenvolver o aparelho fantástico ao longo da História, e por isso acredita que
agora vai funcionar. No seu material de pesquisa Costa guarda um desenho de um
dos primeiros modelos de Moto-Contínuo da antiguidade, desenvolvido há 400
anos.
É a
invenção mais pesquisada do mundo inteiro, diz o inventor. Mas os antigos nunca
conseguiram porque não existia o que existe hoje. A bomba hidráulica, por
exemplo, segundo o inventor. O que era o mundo há 400 anos?
Antes
de executar a obra de Canárias, Costa produziu pequenos protótipos, para
demonstrar o princípio, com rodas de no máximo 3,60 metros de
diâmetro. Ele conseguiu colocar as miniaturas em funcionamento, mas nenhuma
gerou energia. Não deram força porque eram pequenas justifica. Não
dá para usar a mesma alavanca para levantar um fusca e uma carreta,
argumenta.
O
segredo de sua Máquina de Movimento Perpétuo, segundo o autor, é justamente a
dimensão do sistema. Usando a força da alavanca e da gravidade com uma roda de
raio tão grande nunca tentaram, garante. Se o experimento der certo, ele
pretende partir para proporções ainda maiores.
O
inventor diz ter pedido um gerador de 120 KWAs, segundo ele, suficiente para
abastecer as 300 casas da ilha, a mais populosa do Delta do Parnaíba, com quase
2 mil habitantes.
Nós
passamos alguns meses nesta ilha sete anos antes do início da construção da
pretensa Máquina de Energia Perpétua. A ilha Canárias é pobre, não tem rochas,
só areia e dunas. A população vive exclusivamente de pesca e pequenas
plantações. É um lugar selvagem e impoluto, mas no lugarejo Caiçara há nuvens
de insetos que nos lembram as pragas bíblicas. Quem não estiver protegido com
roupas adequadas, é incomodamente picado centenas de vezes. Não há locais
adequadas para banhos .Não obstante, recentemente foi construído um hotel na
ilha para incrementar o turismo.
Retroagindo
no tempo, ao que se sabe o primeiro piauiense a tentar construir um destes
aparelhos fantásticos foi o revolucionário e intelectual Leonardo de Carvalho
Castelo Branco (1789-1873), que posteriormente adotou o nome de Leonardo da Nossa
senhora das Dores Castelo Branco. Este ilustre piauiense, de família
tradicional, nasceu na fazenda Taboca, pertencente na época à Vila de São João
da Parnaíba, depois Vila de Nossa Senhora da Conceição de Barros e hoje
pertencente ao município de Esperantina.
Homem
de cultura autodidata e certa erudição, aprendeu o latim, geografia, física,
mecânica e astronomia. Liberal, fervoroso católico, aventureiro e
revolucionário, envolveu-se no movimento político da Guerra da Independência
(1822-1823) e na Confederação do Equador (1824).
LEONARDO
NO BICO DE PENA. FONTE: http://www.youblisher.com/
Poeta
e escritor deixou para a posteridade inúmeras obras como o poema filosófico O
Ímpio Confundido (1835)
e o poema científico A Criação Universal..., entre
outros.
Arremedo
de gênio científico que nos lembra ligeiramente o célebre Leonardo da Vinci
(1452-1519), Castelo Branco agitou a Província e o Governo Imperial para
conseguir proventos para seus mirabolantes e muitas vezes incompreendidos
projetos científicos. Eram, em geral, muito avançados para época, geralmente
envolvendo a mecânica.
Por
volta de 1850 construiu um barco de rodas impelido por propulsores mecânicos,
experimentado com sucesso no rio Parnaíba. Havia também um cavalo mecânico (?)
para facilitar suas andanças; um motor para navegação fluvial e um pilão movido
a mãos por uma máquina de madeira. Não sabemos se chegou a funcionar.
Mas a
obsessão de Leonardo era mesmo a construção de um fantástico Moto-Contínuo.
Escanteado por uns e outros, que o consideravam socialmente na faixa de
excêntrico a louco, o ilustre cientista dedicou os últimos anos de sua
tumultuada vida a construir essa máquina misteriosa. Diz Valdemir Miranda
(Cadernos de Teresina-1994):
Não se entende perfeitamente o que seria o moto-contínuo de
Leonardo. Alguns afirmam tratar-se de um mecanismo que disparado sobre a
matéria em estado de repouso, sairia do estado de inércia sem desprender energia.
O que é impossível pelas leis físicas.
No
seu A Criação Universal, Leonardo já manifestava a
lástima de
não conseguir construir sua estranha máquina e
nem publicar seu tratado de
astronomia, principalmente em
decorrência da ausência de auxílio oficial:
Estes meus obtidos conhecimentos, desenvolvidos em uma
obra
mechanico-astronômico, em cuja composição gastei
muitos anos, que foram outros
tantos de assíduos estudos,
me habilitaram a inventar várias máquinas
interessantes:
mas, nem esta, nem a impressão daquela obra pude realizar
por
meios próprios e de proteção alheia que em vão tenho
solicitado. Eu disto não
me admiro; pois não tenho
condiscípulos, nem mestres que me abonem...
No
prefácio do seu gigantesco poema A Criação Universal
, Descrita Poética e
Filosoficamente, Poema Dividido em
Gênesis, com seus 4247 versos e inúmeras notas
explicativas,
Castelo Branco se referiu ao seu ignoto livro
sobre mecânica e astronomia, o
qual parece nunca
publicou. O que é uma pena. Astronomia e Mecânica
Leonardina
teria consumido muitos anos de pesquisa
, segundo o escritor piauiense Lucídio
Freitas (1894-1921).
Talvez a obra pudesse nos explicar melhor e com
detalhes
em que consistia a máquina fantástica.
Entre muitos outros causos e casos contados paramos por aqui.
Nota: Os relatos são cópia fiel do original indicado
no link abaixo.
Categoria: Mistérios
Publicado em
Quinta, 04 Setembro 2014 22:07
Escrito por Reinaldo Coutinho
O Segundo assunto correlato 2:
Explicando “os cristais do
tempo”, por Frank
Wilczek, do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts - Artigo da inovação
tecnológica de 18/08/2012
com o título.
Cristal do tempo poderá sobreviver ao
fim do Universo
Sobrevivendo ao fim do
Universo
Imagine que a entropia finalmente triunfou e, embora o Universo ainda não tenha atingido seu "final definitivo",
ele chegou a uma era chamada de "morte do calor", com uma temperatura
homogênea - será muito frio por toda parte.
Ainda assim, pode ser possível construir um cristal que
continuará "funcionando", sobrevivendo ao resfriamento cósmico - e
eventualmente funcionando como uma memória pós-universo.
Essas estruturas exóticas, batizadas de "cristais
espaço-temporais", poderão continuar girando de forma persistente, mesmo
em seu nível mais baixo de energia, permitindo quebrar tanto a simetria
espacial quanto a simetria temporal.
Um cristal do tempo é um
sistema que continua se movimentando mesmo isolado, sem depender de força
externa, e em seu estado fundamental de energia. [Imagem: Cortesia
iStockphoto/M-X-K]
"A ideia está perigosamente próxima da de uma máquina de movimento perpétuo," admite Frank Wilczek, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, idealizador dos cristais do espaço-tempo, referindo-se ao lendário "moto contínuo".
O pesquisador ressalta, porém, que, atingindo seu estado fundamental de energia, esses cristais não poderiam ser usados para produzir trabalho útil, afastando-se da fronteira do irrealizável.
Contudo, eles exigiriam energia externa para serem parados. "Eles poderão gerar uma forma de movimento perpétuo, o que é um pouco assustador para alguém com alguma reputação em física."
Sobre a reputação, Wilczek foi um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 2004.
Frank Wilczek foi um dos
ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 2004 por resolver um dos mistérios da
força forte, que mantém coesos os núcleos dos átomos. [Imagem: Nobel Institute]
Cristal quântico do tempo
Os cristais normais são formados por átomos
ou moléculas organizados espacialmente em estruturas 3D, estruturas estas que
se formam abaixo de uma determinada temperatura a fim de minimizar a energia
potencial no interior do material.
Por outro lado, se a temperatura subir, os
átomos têm a chance de existir em muitos outros estados desordenados,
eventualmente se desorganizando completamente, quando o material se funde.
"Os cristais representam a vitória da
energia sobre a entropia," explica Wilczek.
Mas tudo isso se refere à organização
espacial do cristal.
Wilczek propõe a organização de um cristal no
tempo - um cristal quântico do tempo, como ele o chama.
Diz-se que um cristal normal quebra a
simetria espacial porque suas partículas constituintes se alinham em direções
específicas, não ficando regularmente espaçadas, como quando o material é
aquecido até sua fusão.
De forma análoga, quebrar a simetria temporal
significa que as partículas terão que sofrer alterações sistemáticas ao longo
do tempo.
Isso já acontece naturalmente, por exemplo,
no Sistema Solar, ou nos relógios - mas Wilczek argumenta que esses sistemas
foram colocados em movimento por forças externas, e irão eventualmente perder
energia e parar.
O que ele propõe é um sistema que continue se
movimentando mesmo isolado, sem depender de força externa, e em seu estado
fundamental de energia. Terá sido criado, então, um cristal do tempo,
ou cristal espaço-temporal.
Esquema de construção do
cristal do tempo, com estruturas periódicas tanto no espaço quanto no tempo. As
partículas ficarão rodando em uma direção mesmo em seu estado fundamental de
energia. [Imagem: Li et al.]
Anel do tempo
A pergunta imediata é: como construir um
cristal do tempo?
Wilczek fez todos os cálculos teóricos, e, ao
procurar formas de torná-los realidade, pensou nos supercondutores,
materiais que, embora estejam no seu estado mais baixo de energia, transmitem
uma corrente elétrica.
Como a corrente elétrica não varia no tempo,
Wilczek propôs usar um anel supercondutor, variando a supercorrente de forma a
dar-lhe um pico temporal.
Matematicamente ele demonstrou que funciona,
mas o pesquisador não conseguiu vislumbrar uma forma de fazer isso na prática,
porque exigiria que os elétrons, todos sempre com carga de mesmo sinal,
reagissem de forma diferente uns em relação aos outros em um momento
determinado, para criar uma espécie de quebra-molas quântico, gerando uma
variação na corrente.
Tongcang Li e seus colegas da Universidade de
Berkeley leram o artigo, acharam que a ideia não é assim tão estranha, e
conseguiram idealizar uma forma de construir efetivamente um cristal
espaço-temporal.
Sua proposta é aprisionar íons a temperaturas
muito baixas, explorando sua repulsão mútua para que eles se arranjem sozinhos
para formar o anel.
Segundo o grupo, o anel seria muito similar a
um cristal normal. Por meio de ajustes precisos de um campo magnético, que deve
assumir determinados valores ao longo do anel, pode ser possível fazê-lo girar
continuamente em seu estado mais baixo de energia.
Em outras palavras, ele se tornaria um
cristal espaço-temporal.
O grupo calcula que, para construir um
cristal do tempo com 0,1
milímetro de comprimento, serão necessários 100 átomos
de berílio, resfriados a 1 bilionésimo de kelvin. Quanto maior o anel, mais
baixa é a temperatura necessária.
A tecnologia de armadilhas iônicas ainda não
é tão precisa, mas os pesquisadores afirmam que isso é uma questão de tempo, e
eles próprios mostram-se interessados em conseguir construir o primeiro cristal
do tempo.
"Este trabalho está explorando novos
estados da matéria, e poderá levar a direções inesperadas." [Imagem: Frank
Wilczek]
Aplicações do cristal do tempo
E para que serviria um cristal do tempo?
Xiang Zhang, um dos autores da proposta da
armadilha de íons, acredita que uma estrutura dessas "dará uma nova
dimensão para a exploração da física de muitos corpos e de propriedades
emergentes da matéria".
Isso incluiria a quebra de simetria, como a
que parece ter dado massa a todas as partículas quando o Universo se expandiu e
esfriou.
Wilczek vai um pouco mais longe, e afirma que
os cristais do tempo terão aplicações práticas, embora ele não saiba dizer
quais: "Este trabalho está explorando novos estados da matéria, e poderá
levar a direções inesperadas."
Ele provavelmente já tem algo em mente, mas
talvez seja algo radical demais para que a comunidade dos físicos aceite sem
mandar que ele vá escrever artigos de ficção científica - ou tente interná-lo.
Afinal, a ciência anda cuidadosamente um
passo de cada
vez. E propor a possibilidade de construção de um cristal
que
gire para sempre, sem precisar de energia externa,
sobrevivendo até mesmo ao
fim do Universo, parece
audacioso o suficiente para uma temporada - mesmo para
um ganhador do Nobel.
Deixando o folclore de lado
e tentativas do passado é a primeira vez que um cientista renomado comenta esta
possibilidade e o próprio tempo dirá sobre sua veracidade ou não deste fato.
Fontes:
J.A.