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Ao contrario que muitos pensam este termo na área técnica de
equipamentos é muito mais amplo que uma simples adaptação ao clima tropical
(ambiente muito mais quente e úmido).
Tenho observado que nos últimos tempos é uma crescente a
importação de equipamentos da Ásia, principalmente da China, alguns tem
apresentado alguma dificuldade de robustez funcional, gerando muitas
manutenções corretivas e até trocas.
Nos Free Shop de fronteira a compra de eletrodomésticos em geral
sempre é um risco.
A pergunta é, porque um equipamento que teoricamente
funciona em todo mundo apresenta um índice de falhas tão grande por aqui?
A resposta esta na
Tropicalização e na qualidade, um assunto muito discutido dentro de universidades e setores
técnicos, no entanto, parece esquecida por muitos da população leiga em geral.
Assim como, por exemplo, no setor automotivo, a
Tropicalização de um veículo, passa por uma adaptação da suspensão para
enfrentar os nossos pisos de cidades e estradas, junto a isso a motorização
para o nosso combustível, os diversos componentes da carroceria como vedações,
borrachas, suportes entre outros que precisam ser avaliados. O setor de
equipamentos eletrônicos são praticamente coisas semelhantes que vão muito além
do simples aumento da refrigeração e dissipadores.
Elétrica:
A primeira coisa que estes equipamentos sofrem é referente a
qualidade da energia elétrica (tensão e freqüência) e de sua instalação. A
situação mais comum é a integração de todo o processamento de controle a
potencia que sempre resultará num custo. Uma simples queima de um carregador de
bateria, por exemplo, se falando de um no-break, é necessário trocar toda a
placa de controle quando tudo é integrado, o que envolve custos. Quando não é
isso é o booster e aí, vão também componentes de potência, fusíveis especiais e
os custos podem significar a metade do valor do equipamento.
Fontes para PC não é diferente, apresentando defeitos muitas
vezes comprometendo a motherboard e mais prejuízos para o consumidor.
A tropicalização nestes casos, esta ligado a suportabilidade
elétrica que os equipamentos no Brasil convivem e que normalmente não ocorrem
nos países de primeiro mundo. Contribuem para isso o nosso arcaico meio de
distribuição elétrica (aérea), sujeitas a serem derrubadas por acidentes
automotivos, queda de arvores, raios e sobre-tensões de toda ordem (lembre-se
que o Brasil tem um dos mais altos índices de quedas de raios do mundo).
Em anexo alguns artigos que falamos sobre isso:
Mecânica:
Tratamento e pintura para suportarem a umidade, calor e
poluição. É muito comum se encontrar equipamentos oxidados depois de alguns
meses. Acredito que os fabricantes pensam que estes equipamentos vão
trabalharem em salas climatizadas o que não é verdade.
Um Exemplo;
Reclamação de um cliente ao site Reclame Aqui;
-... Depois
de algumas idas e vindas e recargas de gás, foi então constatado o vazamento na
serpentina da unidade condensadora. Neste momento descobri que as serpentinas
dos aparelhos “Fabricante X” são feitas em alumínio, material de baixa
resistência à corrosão. Acionei a garantia através da X REFRIGERAÇÃO,
assistência indicada pelo suporte do Fabricante....
Relativo a Manutenção:
Considerando que a maioria dos fabricantes imagina que se
trata de equipamentos para não apresentarem falhas, a manutenção para retiradas
de componentes é muito difícil e por muitas vezes sem acesso, necessitando que
se desmontem tudo com muito cuidado exigindo serviço de especialistas.
Mais um exemplo;
Reclamação de um colega e amigo nas Redes sociais que seu
veiculo produzido por uma multinacional em fabrica fora do Brasil apresentou
este problema no teto e não deram solução.
Foto:
Outro aspecto é relativo ao tipo de plugs e tomadas, como
todos sabem no Brasil tem um padrão diferente.
O que fazer então?
Se o investimento no equipamento for considerável vale a
pena melhorar as condições da instalação de forma a tornar estes equipamentos
mais seguros e funcionais. Lembre-se que quanto mais sofisticado, preciso,
automatizado for mais sensível será aos transtornos elétricos.
Uma boa prática seria
compatibilizar sua instalação para equipamentos sensíveis
conforme determina a NBR
5410-5.4.2.3 tabela 31.
Temos mais alguns exemplos abaixo;
- É muito comum em fóruns de energia alguém solicitar
suporte para instalação de um estabilizador de energia elétrica ou um no-break
barato porque tem problemas constantes com fontes do seu PC. Típico caso de informação
- No-break de pequeno porte ( até 3 Kva) tendo muito retorno
e manutenção. Uma vez investigado possíveis problemas na carga. Podem ser resolvidos em ambos os casos citados
com um bom filtro de linha.
- Já em No-breaks de maior porte, vai ser necessária uma
investigação melhor, no entanto, muito delas esta ligada a também distúrbios da
rede elétrica ou sujeitas a sobre-tensões e raios. Algumas séries ou topologias
parecem serem mais sensíveis e pequenas soluções como trafo-isolador na
entrada, supressores de transiente, equalização do aterramento podem resolver
satisfatoriamente.
Até nas gigantes do ramo, por motivo de arrogância de alguns
da engenharia, por não darem a devida atenção para isso. Alegam que é um
projeto mundial e funcionam em todo lugar porque não aqui, ignorando preceitos
puramente técnicos.
Um relato exemplificativo:
“Recordo-me, que um
gigante destas forneceu uma máquina moderna de 1 MVA para um cliente na região
no pé da Serra Gaúcha. Depois de instalado funcionou por alguns dias e depois
apresentou uma falha que detonou até as baterias. Demorou um pouco e foi
reparado com troca de componentes de potencia. Funcionou por mais alguns dias e
incendiou tudo na sala foi necessário até o corpo de bombeiros. O que aconteceu
não foi revelado, mas entendo que máquinas projetadas para trabalharem em
ambientes condicionados com redes elétricas estáveis não forma feitas para
trabalharem no campo na beira de morros, sujeitas a sobre-tensões de toda
ordem. Um erro de processamento de controle num equipamento de tão grande porte
pode ser fatal. Não adequar a proteção de baterias a suas especificações e sim
somente ao no-break pode ser fatores que irão causarem explosão por curto
circuito sem o secciona mento necessário entre outros. Recordo-me que na época
supervisionado a troca destas baterias, questionei este fabricante porque não
colocar fusíveis adequados para cada um dos bancos em vez de disjuntor nesta
potencia e com tensão acima dos 800 Vdc totais. A resposta foi que os fusíveis
eram para a potencia máxima do equipamento operando por um período máximo de 5
minuto, pois existia um moderno conjunto de GMG para operarem a quente,
entrando em aproximadamente 30 segundo.
Muito bem, esta ai a
resposta, provavelmente trocaram a tecnologia ou amargaram o prejuízo, o fato é
que nunca mais tive contato sobre este assunto”.
Mais um caso ligado à tropicalização e ao uso da tecnologia
adequada. Por certo se tivessem feito um estudo detalhado antes, optassem por
uma tecnologia mais robusta e menos sensível não teriam esses percalços.
Sabemos que numa concorrência com um mercado competitivo, preço e prazo de
entrega são fatores determinantes, no entanto, é importante se utilizar uma
tecnologia condizente caso contrario vai gerar retrabalho, perda de confiança e
até devolução do produto com custos incalculáveis.
Com relação há eletrodomésticos estes estão muito ligadas a
garantia e manutenção, visto que, pela opção do comprador, a qualidade fica em terceiro
lugar e o preço em primeiro lamentavelmente.
Ar condicionado da fronteira: o barato pode custar caro.
Nessas situações, quando surge algum imprevisto o prejuízo
fica com o comprador,e costumam não serem de custo elevado. Mas quando nos
referimos a equipamento profissional, será que vale a pena arriscar?
Não, obviamente que não, portanto é sempre importante
comprar equipamentos que tenham garantia e assistência técnica.
“ARMADILHA"
Especialistas como Garé advertem que os valores reduzidos e a variedade de produtos escondem uma armadilha. Hoje, há milhares de relatos, em sites de defesa do consumidor, de clientes que nunca receberam encomendas já pagas. Ou que receberam eletroeletrônicos que não funcionam.
"O consumidor precisa estar atento quando compra mercadorias oriundas de outros países, principalmente quando não está claro qual é a empresa importadora", afirma Paulo Roberto Binicheski, da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Distrito Federal.
"Antes de adquirir qualquer produto, deve questionar com o site qual é seu endereço físico, se está registrado na Receita Federal e se há garantia contratual ou uma rede de assistência técnica", completa Binicheski.
Seis lojas virtuais aparecem como as campeãs das queixas de consumidores.
A Receita Federal informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que há um conjunto de medidas em discussão para dar mais segurança aos despachos de remessas vindas do exterior. "Não há nada ainda que se possa anunciar", informou o órgão”.
Especialistas como Garé advertem que os valores reduzidos e a variedade de produtos escondem uma armadilha. Hoje, há milhares de relatos, em sites de defesa do consumidor, de clientes que nunca receberam encomendas já pagas. Ou que receberam eletroeletrônicos que não funcionam.
"O consumidor precisa estar atento quando compra mercadorias oriundas de outros países, principalmente quando não está claro qual é a empresa importadora", afirma Paulo Roberto Binicheski, da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Distrito Federal.
"Antes de adquirir qualquer produto, deve questionar com o site qual é seu endereço físico, se está registrado na Receita Federal e se há garantia contratual ou uma rede de assistência técnica", completa Binicheski.
Seis lojas virtuais aparecem como as campeãs das queixas de consumidores.
A Receita Federal informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que há um conjunto de medidas em discussão para dar mais segurança aos despachos de remessas vindas do exterior. "Não há nada ainda que se possa anunciar", informou o órgão”.
Deve-se investigar se aquele fornecedor tem outros
equipamentos similares instalados no país e, em quais empresas. Assim se terá
garantia inclusive da troca do equipamento por outro se for o caso. O
importador com suporte de manutenção, peças, certificações, treinamentos,
estoque local pode ser um indicador de qualidade, investigue e pense nisso.
Depois de tudo, resta ainda a justiça, a LEI de Defesa do Consumidor foi criada para te proteger.
O velho ditado popular “O barato sai caro” se aplica
plenamente no caso.
Fontes :
J.A.
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