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Na rede proliferam vídeos sobre recuperação de baterias
chumbo àcidas. Sejam por processo de lavagem e uso de neutralizadores, como o
bicarbonato de sódio, ou seja, com uso dos dessulfatadores.
Estamos falando de
baterias que possuem solução ácida e não as seladas VLRA ou GEL que é outra
coisa, outro processo funcional, conhecido como recombinação dos gases.
O que se observa é que os “users” que publicam os artigos , na sua maioria não conhecerem bem o processo e os porquês acontece isso.
Vamos aos fatos:
Qual é o processo eletro-químico de uma bateria chumbo
ácida.
“A bateria de chumbo-ácido é constituída de placas; um de chumbo esponjoso
e o outro de dióxido de chumbo em pó, ambos mergulhados em uma
solução de ácido sulfúrico com
densidade aproximada de 1,28g/mL dentro de uma malha de chumbo puro ou ligas de
chumbo. O chumbo puro oferece maior resistência a corrosão, mas é muito
maleável, o que dificulta o processo produtivo. Por esse motivo são usadas
ligas com antimônio, cálcio e outros materiais.
Quando o circuito externo é fechado, conectando eletricamente os
terminais, a bateria entra em funcionamento (descarga), ocorrendo a semi-reação
de oxidação no
chumbo e a de redução no dióxido de chumbo. O termo correto seria sulfatação.
Reação na parte negativa:
Pb(s) + H2SO4(aq) → PbSO4(s) + 2H+(aq) + 2e
Reação na parte positiva:
PbO2(s) + H2SO4(aq) + 2H+(aq) + 2e− → PbSO4(s) + 2H2O(l)
Reação Total:
Pb(s) + PbO2(s) + 2H2SO4(aq) → 2PbSO4(s) + 2H2O(l)
A reação do cátodo e do ânodo produzem sulfato de chumbo (PbSO4),
insolúvel que adere as placas. Quando um acumulador está se descarregando,
ocorre um consumo de ácido sulfúrico, assim diminui a densidade da solução eletrolítica ( água e
ácido sulfúrico). Deste modo medindo-se a densidade da solução eletrolítica
pode-se saber qual a magnitude da carga ou descarga do acumulador (a
densidade tem relação com a quantidade de ácido sulfúrico presente na mistura).
Os acumuladores tem a vantagem de poderem ser recarregados. Isso
é possível graças aos íons móveis que, ao receberem energia elétrica, invertem a reação
química de descarga (reação não espontânea), regenerando os reagentes.
Quando são recarregados, esses acumuladores precisam ser monitorados, pois
quando recarregados, liberam gases perigosos como hidrogênio e oxigênio, com a
eletrólise da água no eletrólito. Se for recarregado demais, o dispositivo pode
aquecer, consumir água ou até explodir
em situações críticas.”
Fonte :
O processo de sulfatação faz parte do
funcionamento de uma bateria chumbo ácida, sendo reversível.
O que não é bom é a sulfatação causada por insuficiência de
carga ou que a bateria tenha ficado por longos períodos descarregadas ou ainda, a
bateria sofrer de forma constante carga e descarga ( alta ciclagem ). Esse sulfato ficará duro e
de difícil remoção. Este sim, é
prejudicial pois diminui a capacidade da bateria, podendo inutilizá-la por
criaçao de isolação interna e dificultando a circulação dos íons no
eletrólito.
Vem uma segunda pergunta ; - Porque uma bateria estacionária
usada por exemplo em Telecomunicações duram praticamente 10 anos e as
automotivas ou derivas delas duram no
máximo 3 anos se tanto ?
A primeira questão é o projeto da bateria e suas especificações e uso.
As baterias chumbo ácidas para uso por exemplo em Telecom
tem placas bem mais grossas, projetadas para darem suas carga ao longo de um
tempo e assim sendo, resistência interna mais alta.
As baterias automotivas tem as placas mais finas, uma
resistência interna menor e projetadas para fornecerem sua potencia de forma instantânea.
Por isso são conhecidas como baterias de partida ou arranque.
Os processos observados de recuperação :
São observados dois processos – O primeiro consiste de
recolherem a solução interna e filtrada
por panos por exemplo. Posteriormente a
bateria é lavada por esguicho de água com adição posterior de bicarbonato de
sódio. Existira uma reação química entre o bicarbornato e o resto de ácido nas
placas observado por uma efervescência. Após umas horas é retirado esta solução neutralizadora e
novamente a bateria é lavada. Por fim a bateria recebe a solução que estava nela e adicionado a quantidade faltante com solução vendida nos
postos de vendas de baterias.
A partir daí a bateria é colocada em carga e após 24 horas o
“user” coloca num veículo e observa-se a partida normal do carro ou moto, por
exemplo.
O que aconteceu ?
Temos Tres observações a fazer :
A primeira – A bateria foi descarregada profundamente e os íons em meio a solução eram poucos para
acenderem o processo de recarga. Por desconhecimento se condenou a bateria ,
quando bastava se dar uma carga profunda na bateria.
O que é uma carga profunda ?
É aplicar uma força
eletromotriz suficiente para movimentar os íons que estão nas placas e só se
consegue isso se elevarmos a tensão para 2,7 Volts por elemento de baterias o
que corresponde a 16,2 volts numa bateria de 12 Volts, assim se empurra os íons
das placas para o meio ácido e depois que o processo se inicia ela se carregará até gaseificar ou conhecido
processo de ferver, podendo voltar para
o carregador normal.
A segunda - A bateria
poderia ter sofrido sobre tensão, ocasionado pela fonte de recarga com defeito
ou desajustada. Isso fará que o processo de evaporação da bateria se acentue
diminuindo muito a solução. Nestes casos
era só adicionar água destilada e corrigir a falha do carregador.
Nota :
Num dos vídeos vi o “user “ manuseando uma bateria blindada.
Ele fez um furo com uma broca em cada vazo e por ali ele adicionou solução e
mediu a densidade, posteriormente vedou o local.
Mais um erro por
desconhecimento, baterias blindadas que tem o visor para se observar o estado
de carga destas baterias, não são seladas. Como disse acima, baterias seladas é
outro processo e são reguladas por válvulas.
A terceira – Seria realmente por sulfatação por chumbo duro.
Como este processo não foi submetido a uma laboratório
certificado para analise, tiro aqui minhas conclusões;
O processo de lavagem e a reação criada pelo bicarbonato de
sódio podem terem soltado os sulfatos presos a placas e retirando os depósitos de chumbo nas câmaras de sedimentação, levando as baterias a uma
sobre vida nada mais que isso. Como foi dito acima as baterias automotivas tem
placas mais finas e ao longo do tempo se desprende massa ativa das placas
deixando-as mais finas e, conseqüentemente, aumentando suas resistência
interna. Vai chegar o momento que não vai adiantar mais nada .
O Uso Dessulfatador e o que é isso :
A melhor explicação sobre este dispositivo encontrei neste
artigo da Nova Eletrônica.
“Uma
maneira de reverter este problema é tentar desulfatizar a sua bateria, que pode
ser um processo químico ou elétrico. Os mais comuns são os dessulfatadores
eletrônico que são na maioria bastante simples, eles dão pequenos pulsos de
alta tensão, estes pulsos são chamados de “zappers“. Estes pulsos que vão dissolver os
cristais de sulfato.
É claro que esse processo é bem lento e deve ser executado
durante longos períodos e sua utilização é simples basta ligar o desulfatador
aos terminais da bateria, que tem que ter uma corrente razoável, baterias
totalmente ou parcialmente descarregadas não terão a corrente suficiente para o
processo.”
Fonte :
Também não achei nenhum laboratório ou instituição
qualificada para dar uma explicação melhor e assim faço as minhas reflexões;
O uso de pulso de tensão em freqüência acima 1 kHz
segundo a explicação acima, serve para que os sulfatos duros afrouxem (
possivelmente por ressonância nas placas ) e se soltem das placas indo para a câmara de
sedimentação da baterias. Ao contrario do que diz não acredito que este chumbo
duro seja reaproveitado e sim, que a queda deles das placas permitem que a
reação eletroquímica da bateria flua de forma mais normal possível, fazendo com
que os íons presos aos placas voltem a solução. É por isso que o” user” fez um
furo sobre uma bateria blindada usando este processo.
Após a recarga se a densidade não esta em torno de 1250 a 1280 g/ml automotiva,
retira a velha solução e coloca nova, dando sobrevida a bateria.
Vou colocar aqui em baixo alguns vídeos da internet para
que tirem suas conclusões.
Conclusões finais.:
Mesmo que alguns não saibam os porquês, deve funcionar por um determinado tempo pelo que os "users" expõem aqui. No entanto, não é para todas baterias, vai depender porque aquela, especificamente, deu defeito ou hipoteticamente chegou ao final de vidá útil.
Como disse acima, baterias seladas é um outro processo, elas são secas e dentro tem separador em manta de vidro úmida em solução ácida em meio as placas individualizadas por vazo, cada vazo desses tem uma válvula ajustado para cerca de 2 PSI para casos de sobrepressão.
Eu vi um user abrindo uma e dizendo que estava seca e iria adicionar solução ácida , O cara esta mais perdido que cachorro no meio do transito. Esta bateria é totalmente vedada. Ela só carrega com os gases gerados internamente. Por isso elas podem ficarem de lado, de cabeça para baixo ,que não existirão vazamentos nem pelas válvulas, podendo serem usados em ambientes condicionados.
Portanto, é um mito tentar recuperar uma bateria destas que tem outro processo funcional e só existem dois tipos: A AGM e a GEL.
Recomendo ainda lerem estes outros artigos sobre baterias que escrevi;
https://blogdonevesja.blogspot.com/2013/09/falando-de-baterias-seladas.html
https://blogdonevesja.blogspot.com/2013/09/mercado-de-baterias-seladas.html
Fontes :
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bateria_chumbo-%C3%A1cido
http://blog.novaeletronica.com.br/circuito-desulfatador-de-bateria/
Fontes da rede disponíveis no youtube.
J.A.
https://blogdonevesja.blogspot.com/2013/09/mercado-de-baterias-seladas.html
Fontes :
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bateria_chumbo-%C3%A1cido
http://blog.novaeletronica.com.br/circuito-desulfatador-de-bateria/
Fontes da rede disponíveis no youtube.
J.A.