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A VOLTA DE UM
PIONEIRO E TRADICIONAL DO MERCADO DE NO-BREAK´S.
Um tradicional e pioneiro no mercado brasileiro na
fabricação e fornecimento de no-breaks esta de volta..
Tudo indica que o movimento feito pela MGE pertence ao Grupo
Scheinaider em adquirir o controle da APC tenha levado ao Grupo ABB voltar. Se
posicionando novamente neste seguimento em oposição a concorrentes globais.
Todos devem estar lembrados do anuncio em que a APC,
fabricante americano de pequenos no-breaks´s se expandia no mercado mundial,
adquirindo a Silcon na Europa e no Brasil comprando a carteira da ABB. Se
aventurando, portanto, nas grandes capacidades de no-break´s. Posteriormente se
expandindo ainda mais. Adquirindo o controle da Gutor na Escandinávia e no
Brasil comprando a Microsol, empresa cearense.
Movimentos este que no mercado mundial não passou
despercebidos pela concorrência, sem contar ainda a entrada no mercado nacional
de produtos asiáticos de baixo custo.
Também médios fabricantes como a Delta, um
assunto para vermos mais ao fim deste tópico.
Outro gigante do mercado, o grupo americano Emerson adquiriu
a Chloraide outro tradicional fabricante europeu de no-break´s.
Voltemos ao assunto do tópico.
Vamos regredir no tempo e conhecer um pouco da história
deste tradicional fabricante no mercado nacional. Para tanto voltaremos aos
anos 70 inicio dos 80. Ao tempo do Regime militar no Brasil e do chamado "milagre brasileiro".
Naquele período o grupo Sueco ASEA se estabelecia no Brasil
com uma fábrica de transformadores, equipamentos para subestações e uma unidade
de relés em Guarulhos-SP.
Veio então, o projeto da Usina de Itaipu, com isso veio à
expansão, obrigando ao grupo instalar uma unidade de indústria em Itapecerica
da Serra-SP, eram tempos da reserva de mercado sendo necessários sócios
nacionais.
Grandes projetos siderúrgicos, Plantas de papel e Celulose, Plantas
de Cimento e até mineração, alavancaram a nova unidade, fornecendo acionamentos
indústrias, motores e painéis elétricos.
Abro um parêntese para novidades tecnológicas e construtivas
que beneficiavam em muito a manutenção.
“Seus painéis e armários eram modulares, utilizados por
todas as áreas, seguindo um padrão inclusive de cor. De um simples CCM,
adicionando módulos poderiam servir para um Conversor, um no-break ou até um
QGBT. Furação numeradas na altura e identificação por letras na profundidade
permitiam uma rápida identificação dos componentes internos. Fixação de tampas
e portas nestes mesmos módulos por dispositivos padrões universais. Para
facilitar ainda mais a montagem os parafusos tinham um chanfro e as porcas retangulares
garras para se obter um boa conexão elétrica entre as partes. Os parafusos de
fixação do teto na parte lateral e posterior eram de teflon, funcionando como
um dispositivo anti explosão, caso ocorresse, elevando o teto e não abaulando
portas e tampas.
No caso do no-break, seu retificador era na essência o mesmo
utilizado em acionamentos industriais com pequenas mudanças. Os racks da
eletrônica eram basicamente os mesmos do computador de controle em processos industriais,
portanto um processo econômico com armazenamento de peças de multiusos e
universais, otimizando custos. “
Já no final dos anos 70 e inicio dos 80, a grande expansão das
telecomunicações tinha chegado ao fim e uma nova oportunidade chegava ao
mercado, o computador.
As empresas passaram a utilizar esta nova ferramenta que
agilizavam tarefas contábeis e processos administrativos.
Fabricante como
Cobra, Cid, Edisa, Ronuel Bull, Itautec entre outras necessitavam de energia
estável. Surge então na outra ponta da indústria o fabricante de
estabilizadores como a Saturnia, BK entre outros.
E nos grande CPDS os chamados Main Frame como se viravam com
uma rede precária muitas vezes...
Alguns utilizavam os chamados no-breaks´s
rotativos e outros até estabilizadores.
Foi neste contexto que os suecos trouxeram e
disponibilizaram no mercado os primeiros no-break´s estáticos.
Foi um sucesso, seus primeiros clientes foram o Banco do
Brasil S.Paulo e Rio que adquiriram cada um, sistemas com 4 unidades de 200 em
paralelo redundante com rede reserva em by-pass.
Procergs – RS com 3 unidades de 240 Kva paralelo redundantes.
Bamerindus com 2 unidades separadas de 240 kVA com by-pass
Banco Mercantil Finasa com 2 Unidades de 240 kVA em paralelo
redundante e rede reserva.
Bolsa de Valores S. P – Uma unidade singela de 150 kVA.
Atlântica Boa Vista uma unidade singela de 150 kVA.
Grupo Pão de Açúcar uma unidade de 150 kVA
CPFL e Proceda eram outros que me lembro.
A primeira geração de no-break´s ASEA utilizava tiristores
no inversor com a técnica de comutação natural, ou seja, quando um ciclo de
comutação termina e inicia outro, este outro ao ser acionado apaga o anterior.
Uma técnica interessante, pois utilizavam também as bobinas
primarias do trafo de saída e os capacitores de filtro como um sistema
ressoante.. Para manter a estabilidade em função da variação de carga, duas
pontes auxiliares também eram utilizadas como um filtro ativo, uma trabalhando
a 30 graus elétricos e outra a 90 graus elétricos. Uma operando como inversora
e a outra como retificadora.
Máquinas muitos robustas que funcionaram na Procergs por
quase 35 anos. Tinham contra si os sistema de bloqueio da ponte principal ou
apagamento, quando isso ocorria por uma falha de comutação ou curto. Quase
sempre arrastavam as outras que estavam no paralelo. Para resolver isso, os
suecos criaram uma chave estática de neutro para o trafo de saída. O sinal de
defeito também abria o fechamento em comum dos neutros em cada bobina, enquanto
a contactora de saída estava também sendo aberta, evitando o problema citado
acima.
Logo em seguida a Saturnia passava a trazer os no-breaks´s
da Exide, máquinas de segunda geração, funcionado por defasamento angular e
também por largura de pulso embora tiristorizadas. Com esta nova tecnologia a
Saturnia e também, avançou no mercado dos grandes CPDS.
Os Suecos da ASEA responderam com uma máquina de terceira
geração. Eram equipamentos choperizados, ou seja, tinham os 3 inversores
controlados pela tensão do link DC.
Com esta tecnologia voltaram a crescer no mercado,
fornecendo equipamentos para o Bradesco (Comind), BCN, Banco Auxiliar, Banespa,
Petrobras, Varig (Eram 3 x 300 kVA em paralelo), Credicard, Bamerindus, Telern,
Ródia, Banco do Brasil BH, CESP, Rede Ferroviária (Juiz de Fora - MG) entre
outros.
Quando a Engenharia da ASEA já nos anos 90 já tinha
terminado todos os testes do protótipo de um no-break transistorizado e já se
preparava para disponibilizar com um equipamento avançado de muita tecnologia,
mas caro, ocorreu uma reviravolta na empresa. Veio a fusão a nível mundial dos
Grupos ASEA e Brown Boveri, formando um novo gigante no mercado eletro-eletrônico,
geração e transmissão de energia, o novo grupo ABB.
Como as empresas produziam equipamentos similares, formas
definidos quais equipamentos seguiriam e quais seriam descontinuados.
No setor de no-break foi definido que a maquina a ser
comercializada será a da BBC, que tinha preços bem competitivos e também eram
confiáveis, abandonando o projeto da ASEA.
O centro de tecnologia passou para a Suíça e no Brasil já
existia uma fabrica em Barueri, portanto os novos no-break´s do grupo ABB. As
fabricas de Barueri e de Guarulhos dentro da planta ASEA forma unidas em uma Unidade na planta
de Osasco.
Também neste período, o grupo ABB compra toda a
transmissão da Westinghause e empresas controladas no pela divisão.
O tempo passou e os novos gestores da área de indústria
acharam que não seria viável montar um laboratório de tecnologia e
desenvolvimento como tinha na antiga ASEA. Acharam melhor fazeram uma parceria
com uma empresa que detivesse tecnologia. Então fecharam um acordo comercial
com a Solla Elétrica na Itália e passaram a montar e fabricar estes novos
no-breaks´s que receberam o nome de P3 e PX4. Outros fornecimentos especiais
passaram a utilizarem tecnologias européias como a da Gutor por exemplo.
Spedctron P3
PX 4
Já quase nos anos 2000, um negócio desastrado nos EUA,
obrigou o grupo ABB a se encolher, vender ativos, desfazer de unidades que não
fossem o meio fim.
Neste caminho seguindo , com o passar dos tempos veio a APC para o mercado
brasileiro e a compra da carteira da ABB no mercado nacional. Com isso um
tradicional e pioneiro do mercado sai de sena.
Como dissemos no inicio, estaremos comentando sobre as
tendências que agitaram o mercado de no-break´s.
As crises financeiras que sacudiram o mundo, os avanços dos asiáticos sobre setores produtivos de outros continentes levaram a fusões,
incorporações e até fechamentos de empresas.
O médio fabricante americano que atuava mais no seguimento
dos pequenos resolve se expandir no mercado global. Eles compram a Silcon na
Europa e mais tarde adquirem o controle da Gutor. No Brasil eles compram um
fabricante de pequenos no-breaks e estabilizados chamada Micro Sol no Ceará.
Como disse anteriormente, movimentos que não passam
despercebidos pelos gigantes do mercado.
O Grupo Scheinaider através de sua Divisão MGE resolve não
partilhar um mercado que já este competitivo e difícil. Eles compram a APC e também
avançam sobre o fabricante gaúcho CP Eletrônica adquirindo o seu controle.
O Grupo americano Emerson responde, comprando na Europa a
Chloraide.
É cobra comendo cobra.
Penso eu que talvez estes movimentos tenham levado a volta
da ABB ao mercado nacional, principalmente por ter um mercado fortemente
dominado por concorrentes globais. Vai ser difícil recuperar algo perdido por
mais de 20 anos, no entanto, se tiver preço será mais um no mercado e chora menos
quem pode mais.
A cerca de 3 anos aproximadamente a ABB anuncia a volta ao
mercado brasileiro com o fornecimento de no-breaks, importados de seu centro de
tecnologia na Europa..
ABB disponibiliza sistema modular com dupla
conversão online
2016-04-25 - Companhia oferece uma gama completa de
produtos de proteção de energia para garantir fonte de alimentação elétrica
limpa e contínua
A volta de um pioneiro e tradicional que tive a honra de trabalhar por quase 20 anos. Falo um pouco sobre como se distribuiu o mercado dos grandes no Brasil.
Fonte:
Arquivos de artigos no Fórum Adrenaline.
Fotos e imagens disponibilizados na internet.
J.A.